domingo, outubro 24, 2010

... e as leituras

Faltam quatro dias para a cirurgia de meu pai, quinta-feira, dia 28 de outubro. Aos 76 anos, cuido dele como quem cuida do tempo, que nunca retorna. Meu pai, segundo a natureza do tempo, está partindo bem devagar. Sem vigor físico, com memória que não guarda, a natureza humana me comove.

Após a operação, ficará sob cuidados durante 30 dias. Ficará quase imobilizado.

Enquanto isso, além de ajudar minha mãe - faço compras, compro remédio, pago as contas -, tenho lido jornais, revistas e livros. Depois de "Calendário do poder", de frei Betto, meus olhos se encontraram com "O choque do real - estética, mídia e cultura", de Beatriz Jaguaribe; e "Quem ama literatura não estuda literatura - ensaios indisciplinados", de Joel Rufino dos Santos.

O Mal

Em Maricá, por causa de um ótimo livreiro, comprei uma obra por que eu procurava há anos. Proibida no Brasil até 2014 por causa de uma ação judicial de judeus, "Mein Kampf", de Adolfo Hitler, tem recebido a visita de minha leitura.

Leio aos poucos Hitler. Por meio dele, quero assimilar as palavras do Mal [político]. Paralelo a isso, leio outro Mal: "Os infortúnios da virtude", de Marquês de Sade. Essas leituras estão lentas porque outras tornaram-se mais urgentes.

Entre rabinos e gays

Eis as urgências: meu texto para a revista "Visões Amazônicas" e preparar aulas de literatura infantil para a faculdade.

Para a revista, "O falo de Deus", do rabino Howard Eilberg-Schwartz; "Reflexões sobre a questão gay", de Didier Eribon; e "O livro negro do cristianismo - dois mil anos de crimes em nome de Deus", de Jacopo Fo, Sérgio Tomat e Laura Malucelli.

Para a literatura infantil, leio com anotações no computador "Crítica, teoria e literatura infantil", de Peter Hunt. Com 291 páginas, minhas anotações estão na página 95.

"Afinal, O que querem as mulheres?"

Em novembro, Luiz Fernando Carvalho, 50 anos, ressurge na Rede Globo com uma nova série, "Afinal, O que querem as mulheres?".

Os estúpidos não assistem aos trabalhos de Fernando Carvalho por causarem estranhamento, o que acaba sendo indecifrável por mentes domesticadas pelo comum, pelo normal. Por R$ 50, comprei "Capitu", da minissérie de Luiz Fernando Carvalho. Essa bela encadernação, eu lerei depois, há ótimos autores que escreveram ótimos ensaios.

Enquanto cuido de meu pai, não me descuido das leituras.