quinta-feira, março 31, 2011

Vou apertar e vou acender agora

Há uma semana, no centro de Rio Branco, um cheiro forte entrou pelas narinas. O relógio nem marcava meio-dia.

Eles, à sombra de uma árvore, puxavam maconha. Tudo numa boa, na paz.

segunda-feira, março 21, 2011

Milagre

Quando o tempo joga a favor, gosto de parar para (re)organizar as palavras. Pensá-las. Senti-las. "Milagre" é uma dessas poesias minhas em que o ritmo das horas permitiu poetizar a vida.

Milagre

Em igrejas à espera de milagres,

eu, à margem do corpo de Cristo,
entre o fim da tarde e a chuva fina,

ajoelho-me e, por teu nome, rezo a finco.

Que teu corpo nu, sem espinho, sem prego e cruz,
traga, como novo messias, à minha esperançosa carne,
o milagre de tua luz:

chama, despido corpo, me chama, e eu, safado santo,
subo ao sagrado altar, tua cama, para ser pecador feliz.

Sinto pena das igrejas, sinto tanto.

Para teus fiéis, me eternizo surdo, e tua língua nem falo.
Mas, em tua boca litúrgica, batizo-me com tua saliva.

Teu gozo, abençoada prece. Teu corpo, como não amá-lo?

E, sem crer no pão e no vinho, molho minha semente em tua fissura para germinar vida.
Entre tuas pernas, minha reza, meu clímax: Deus, eis a oferta!!!

Olhe no meu olho, Amada, olhe, veja-nos e sinta!!!

sábado, março 05, 2011

Marcos Vinícius e seu Carnaval

Há anos na Fundação Garibaldi Brasil, Marcos Vinícius, carioca formado em História que acredita que revolução é conflito bélico entre dois países, também acredita que Carnaval é o que ele diz.

Quando vai à tevê, só fala em organização, porém nunca disse sobre a importância simbólica dessa festa popular.

Marcos organiza a escolha de Momo, entretanto ignora o que seja a história simbólica desse rei. Como presidente da Fundação Garibaldi, sua função deveria ser nobre quando o período carnavalesco chega. Deveria.

Como porta-voz da cultura popular, sua boca não se abre na TV Aldeia para colocar na devida ordem os significados das palavras que pertencem ao reino de Momo. O problema é que a TV Aldeia não sabe, como emissora de cultura, falar do Carnaval, muito menos Marcos.

É como eu digo: em dias de Momo, o presidente da Fundação Cultural Garibaldi Brasil deveria fazer um retiro espiritual ou então fazer isto: calar a boca.