quinta-feira, outubro 30, 2014

Liberdade e Vontade. Santo Agostinho

Quando perguntamos a alunos o que significa a liberdade, eles, sem exceção, eles associam liberdade à vontade.



Ora, entre os gregos, não a noção de vontade. Esse conceito emerge como ato reflexivo com Santo Agostinho, na obra "O Livre-Arbítrio".

O senso comum reproduz conceitos como se tais conceitos pertencessem a ele. Ele se apropria da palavra como se ela fosse do senso comum.

Muitas pessoas dizem que liberdade relaciona-se à vontade e fazem disso uma verdade. Ora, como pode ser verdade se nunca leram o autor dessa relação liberdade-vontade?

O senso comum não pensa a palavra, somente a usa. Caso queiramos pensar a palavra liberdade e vontade, ler Santo Agostinho é obrigação a fim de ajustar o juízo.

Na obra "Metafísica", de Aristóteles, o Livro 4 (ou Livro Γ, 106b) diz aos olhos que uma palavra tem muitos significados, isso não tem importância, desde que os significados sejam limitados.

Não é o senso comum que deve limitar o significado, porque pertence à sua natureza o desconhecimento; logo, se deve ser limitado o significado, deve-se buscar quem pensa as palavras liberdade e vontade, nesse caso, Santo Agostinho.

segunda-feira, outubro 27, 2014

Eu perdi, que bom, não estamos em periodo de ditadura militar

Há muitos petistas. 

U
ns são mais imbecis; outros, mais inteligentes; uns são mais aduladores; outros, mais autênticos.

Há muitos petistas; mas, por causa da natureza humana, existem vários modos de ser petista.

Qual o mais prejudicial ao próprio PT?

Ora, o mais prejudicial é aquele que nem se presta a pensar e muito menos a refletir sobre o próprio PT.

Esse petista nas redes sociais não pensa, mas só faz propaganda.

Que o meu querido Acre fique cada vez melhor com o PT, porque eu senti na carne transformações significativas realizadas pelo PT, porém eu sei que olhar só para trás é uma forma de não apontar novos caminhos para o futuro.

Essa tem sido a propaganda do PT, que é "não podemos deixar que o passado volte". 

Tá bom, que até não volte; mas, por favor, quando começarão a pensar hoje ideias novas para amanhã?


quinta-feira, outubro 23, 2014

Aula de Filosofia

Lecionar Filosofia exige bem mais do que Literatura, Língua Portuguesa e Redação, porque lecionar, por exemplo, Literatura exclui a Filosofia ou deixa menor a Filosofia, mas lecionar Filosofia não exclui a Literatura e, ao ser incluída, não deixa a Literatura como algo menor.

Lecionar Filosofia acolhe a Literatura, mas esta não acolhe aquela.

Mais: a Filosofia deve ser lecionada com Literatura e com Cinema, também. Outra: deve ser lecionada com Matemática à moda Pitágoras.

Mais ainda: a aula de Filosofia deve permitir produção textual, porque o pensamento deve ser materializado em forma palavra registrada. Filosofia não pode ser só abstração oral.

Ainda: o professor deve saber ordenar debates em sala de aula como exercício de retórica. 

Enfim, enxugando: Filosofia-Literatura, Filosofia-Texto, Filosofia-Cinema, Filosofia-Matemática, Filosofia-Debate.

Além, é claro, o aluno estudar História da Filosofia, estudar os conceitos comuns, estudar de forma bem detalhada dois temas no ano por meio também da Sociologia, da Literatura e do Cinema.    

terça-feira, outubro 21, 2014

Minha primeira aula de Filosofia

Hoje, 21 de outubro de 2014, lecionei pela primeira vez Filosofia no Souza Marques, colégio evangélico Batista, colégio onde lecionei Literatura e Língua Portuguesa há 24 anos.


Que desafio falar em nome da Filosofia, bem mais complexo do que Literatura e Língua Portuguesa. Em sala, por meio de minha aula, eu aprendi mais um pouco.
A aula destinou-se a pensar a origem da Filosofia e, a partir disso, pensar a palavra antes do surgimento da Filosofia e a palavra quando emerge o pensamento filosófico. Foi em duas turmas do 3º ano do ensino médio.
Deixei para eles o sentido incomum da palavra Pensar, cuja origem é a mesma de Pesar (Peso), saindo, portanto, do senso comum (doxa) para chegarmos com esse sentido de Pensar-Pesar ao conceito grego de "arkhé".
Para o tema da aula, a palavra segundo a filosofia, falei do livro-filme "A culpa é das estrelas", porque, com esse livro, pensamos a palavra Desejo.
Estou feliz e, mais ainda, quando estou com os meus amores, um deles agora: a Filosofia.

PT e PSDB são importantes

Não existe algo mais nocivo à inteligência e à cultura do que o partidarismo, mas confesso que já li exceções a esta regra, por exemplo,  textos de Tarso Genro (PT) e textos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Bem mais do que partidários, são inteligências e culturas que permitem a razão política se pensar, razão reflexiva que Kant sentenciou no século 18.

Senhores, para muitos além de seus clichês partidários de PT e de PSDB, tanto PT e tanto PSDB fizeram bem ao país. Erraram e acertaram.

Mas a questão essencial da democracia não é satanizar, se Aécio dirigiu bêbado ou se Dilma é vaca, isso, senhores, jamais foi democracia nem aqui e muito menos na Grécia Antiga, berço da democracia.

Agora, após muitos terem dado a vida pela liberdade de pensar, depois de tantos terem sido morto na ditadura militar, reconheçamos, senhores, que PSDB e PT lutaram e muitos morreram pela liberdade que temos hoje não de chamar Aécio de bêbado ou Dilma de vaca, mas a sagrada liberdade de pensar um melhor país na educação, na saúde, na segurança.

Defendam, senhores, seus partidos, mas os defendam com o charme da inteligência argumentativa; defendam seus partidos, mas os defendam com galanteio; defendam seus partidos, mas não cuspam na memória de seus adversários, porque essa memória é que permitiu a democracia de hoje, uma democracia que precisa ser aprimorada.




Então comece você a aprimorá-la com a tua inteligência.

segunda-feira, outubro 20, 2014

Gramática

Na obra "O poder simbólico", de Pierre Bourdieu, registra-se a seguinte estrutura sintática:

Este efeito, produ-lo a cultura dominante...

Sem estudo de gramática, o aluno do ensino fundamental não entende o que lê, porque, sem gramática, ele ignora as relações entre os termos e muito menos sabe nomeá-los.

Qual entendimento dessa sintaxe?

terça-feira, outubro 07, 2014

O tempo da teledemocracia

1º bloco, 30 minutos com temas livres: 1. corrupção na Petrobras, 2. corrupção nos Correios, 3. mensalão, 4. educação, 5. bolsa-família, 6. homofobia e 7. Homofobia.

3º bloco, 30 minutos com temas livres: 1. privatização, 2. habitação popular. 3. segurança, 4. promessas de Dilma não cumpridas, 5. corrupção na Petrobras, 6. Inflação e crescimento econômica e 7. violência na penitenciária.


2º bloco, 30 minutos com temas determinados: 1. corrupção é estrutural, 2.política de privatização, 3. Banco Central, 4.Previdência, 5. custo Brasil, 6. Droga e 7. segurança.


4º bloco, 30 minutos com temas determinados: 1. saneamento, 2. mudança climática, 3. situação carcerária, 4. capital privado, 5.direito trabalhista, 6. impostos e 7. taxar milionários.

No final, cada candidato teve 1 minuto e 40 segundos.   
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O debate conforme o tempo da TV
    
Dividido em quatro blocos - cada bloco com 30 minutos e 30 minutos divididos em sete sub-blocos -, o programa iniciou-se às 22h50 e chegou ao fim à 01:17, e, como observamos acima, os temas, submetidos ao tempo do jornalismo da TV, ficaram fragmentados. Esse tempo condicionou a teledemocracia ao retalho temático e, como consequência, à superficialidade.

Assim, sem aprofundamento por causa do tempo televisivo, a palavra-imagem assemelhou-se à estética de vídeo, quer dizer, ela chegou ao telespectador-eleitor de forma cortada, instantânea.

É esse tempo televisivo que estrutura o espaço do debate, organiza-o, e, diante da TV, o telespectador-eleitor consome o engano de “escolher o melhor candidato por causa do que é dito”, sem saber que o que é dito nada mais é do que a delimitação do tempo da TV, fazendo falar o que é possível falar conforme esse tempo.

P
ara que a palavra fosse dita, algo já estava estruturado para ela, no caso, isto: a composição do estúdio, espaço-tempo que impediu a palavra livre, a improvisação, que impediu a palavra de se arriscar. Toda rigidez do estúdio foi adequada então ao enfrentamento, isto é, aos afetos, por isso a homofobia de Levy Fidelix, segundo a opinião pública, foi o momento mais tenso e o mais comentado.


No dia seguinte, jornais publicaram a vitória de Aécio Neves, do PSDB. No entanto, penso que sua vitória ocorreu não pelo conteúdo reflexivo ou profundo de sua palavra, mas por sua roupa, por sua postura física, por suas feições de rosto ou pelo conjunto de sua aparência – e nisso incluo seu discurso - ter se submetido ao espaço-tempo da composição do estúdio. Sua palavra, por exemplo, foi precisa, rápida, fluente, ou seja, ela soube, bem mais que os outros, enquadrar-se à composição do estúdio, até sua ironia foi bem medida pelo grau da formalidade do espaço-tempo. 

segunda-feira, outubro 06, 2014

Será que ele retornará?

Após Marina Silva ter ficado fora do segundo turno, será que seu esposo retornará aos braços acolhedores do governo petista do Acre?

Se retornar, é coisa da "velha política".