Por ser guerreiro, Ulisses ou
Odisseu, que significa “homem de dor”, pertence à ordem militar, quer dizer, a
razão desse protagonista de Homero é bélica e, por ser de natureza belicosa, essa
razão possui as marcas do instrumental.
Do latim strŭō, essa raiz representa como
primeiro significado “reunir”, ou seja, “arruma, dispõe, ordena”, havendo então
o sentido de “compor”, e só compõe porque “causa”.
O instrumental reúne, ordena, compõe e cria, sendo que reúne, ordena,
compõe e cria para que ele mesmo, o instrumental, seja meio ou passagem entre o sujeito e o objeto. A razão instrumental é,
portanto, objeto de uso, por exemplo,
enquanto linguagem ordinária. Entretanto, não é por reunir, por ordenar, por compor
e por motivar que a linguagem instrumental é objeto de uso, mas ela é objeto de
uso ordinário porque, uma vez sendo instrumental, é imediata, direta, objetiva,
como é reta a linguagem de Lacônica, a polis
dos espartanos.
Ulisses e espartanos igualam-se
na mesma ordem, qual seja, a militar. Por causa de sua natureza bélica, a
palavra do guerreiro é funcional, isto é, a res-posta
deve ser rápida, e, para tanto, a palavra deve se grudar ao objeto, ou melhor: a
palavra é o objeto. Na guerra, jamais pode a palavra ser errante, jamais
contraditória, devendo ser, portanto, precisa como objeto que mata, nesse caso,
a polissemia. Nesse sentido, a
palavra é coisa, ou seja, o meio entre sujeito e objeto é reificação.