terça-feira, outubro 30, 2012

Para quem diz fazer muito, a diferença foi pouca

De 1993 a 1996, Jorge Viana (PT) foi prefeito.

De 1997 a 2004, a oposição administrou a prefeitura de Rio Branco.

De 2005 a 2012, o PT retoma a capital acriana com Raimundo Angelim.

De 2013 a 2016, Marcus Alexandre (PT).

Serão 12 anos na prefeitura da capital.

No estado, já são 14 anos: Jorge Viana (1999 a 2006), Arnóbio Marques (2007 a 2010) e Tião Viana (2011 a 2014).

São 14 anos no poder do estado.

O tempo tem registrado que, nos últimos anos, o Partido dos Trabalhadores regula os ponteiros do relógio político. É a quarta derrota de Bocalom (PSDB).

Nesse longo tempo, o PT, que tinha 12 prefeituras no Acre, entra em 2013 com 4, sendo que administrará Rio Branco com uma rejeição de 49%,23%, isto é, em um universo de 178.375 mil eleitores, 87.818 não aprovam petistas em solo municipal.

Marcus Alexandre será titulado em 2013 por ter convencido 90.557 eleitores ou 50,77%.  

Como pode um partido que faz tanto há muitos anos pela população de Rio Branco receber tamanha rejeição?


A população retirou do PT acriano oito prefeituras, e metade da capital não votou no Partido dos Trabalhadores. Repito: a metade.

No primeiro turno, o PT ficou com 48,3%; e Bocalom, 43,85%. Um diferença, portanto, de 4,45%.

No segundo turno, a diferença ficou em 1,54%. Isso quer dizer que o petista recebeu a mais 5.275 votos; e o tucano, 10.401.

A pergunta: o que a oposição fará com a outra metade da população rio-branquense durante quatro anos ou na próxima eleição para governador?

sábado, outubro 27, 2012

Amanhã

A eleição dará o destino de Rio Branco por mais quatro anos. Esta capital não pertence ao PT, ao PC do B, ao PMDB, ao PSDB. Rio Branco pertence a ideias que estão muito acima de partidos.

A ideia, por exemplo, do dinheiro público ser destinado pela população, e isso o PT não permite no estado e nem na prefeitura. O dinheiro é destinado a burocratas.

Há anos no poder, o PT afastou a popul
ação das decisões públicas e, por causa disso, por ser mais um partido no poder, a população tem votado menos nele.

O PT não coloca em prática ideias originais, porque sua única ideia é se manter no poder, ofertando a seus membro riqueza para construir posto de gasolina, hotel.

O PT acriano, se um dia foi uma ideia radicalmente democrática, está longe das forças populares e, cedo ou tarde, pagará por isso.

Talvez, quem sabe, o troco virá amanhã.

Amanhã.

quarta-feira, outubro 24, 2012

Depois que postei "Israel, o Deus-estado que mata", alguns escreveram para mim como quem escarra em um canalha.

Devo ser muito canalha mesmo, porque sempre tirei proveito de pessoas para levar o mal a elas. Eu fiz muito mal a muitas pessoas.

Citar um filme que contraria a fé alheia dá nisso.

Talvez, quem sabe, a grande luta dos sindicatos e do movimento gay seja a luta por cultura e a luta por informação.

Quando as pessoas só veem o mundo com duas cores, branco e preto, cultua-se um deus que julga e condena, ignorando que a compreensão mais profunda sobre a vida encontra-se muito além de duas cores.

O estado de Israel mata crianças palestinas, e isso não é coisa de Deus.

Sem bons filmes e sem bons livros, pessoas se fecham em mundo do tamanho  de um escarro (anônimo). O Deus delas mede-se pela agressão  viscosa de um cuspe.

      

quarta-feira, outubro 17, 2012

Israel, o Deus-estado que mata

No Acre, PT e PC do B, fiéis aos evangélicos, esqueceram-se
dos palestinos que são assassinado na Faixa de Gaza  

Por pouco, eu e Mony não assistimos ao filme A guerra à nossa volta. No último dia do Festival de Filme do Rio de Janeiro, meus olhos realizaram o desejo de ver-saber o que ocorreu em 2008 na Faixa de Gaza.

Trata-se de um documentário.

Ayman Mohyeldin foi o único correspondente norte-americano que esteve em Gaza, em 2008.

Com ele, a jornalista Sherine Tadros, que estava em Gaza para um trabalho de 24 horas, ficou presa por dois meses e meio.

O estado de Israel impediu que jornalistas cruzassem a Faixa de Gaza, mas Ayman e Sherine   já estavam lá dentro.

Narrado em 1ª e em 3ª pessoas, o filme mostra o que o jornalismo comum oculta ou ignora. As cenas revelam o que Israel fez contra os palestinos em 2008.

Crianças e mais tantas crianças assassinadas. Famílias mortas. Um porta-voz do estado de Israel afirma que terroristas do Hamas infiltraram-se entre famílias, mas o filme revela que Israel conduziu mães e filhos a um  abrigo para ser bombardeado.

Mata-se também com a arma química "fósforo branco", proibida pela ONU. Essa arma, ao atingir a pele, queima o corpo. Há uma cena em que aparece uma criança com todo rosto queimado.

Os palestinos ficam 3 horas em uma fila para comprar pão. A água é rara.

Como saber o que ocorre no mundo e no Brasil se filmes como "A guerra à nossa volta" não passam no Acre?

Filme assim deveria estar nas DVDtecas das escolas para que alunos soubessem que o Deus de Israel é assassino.

Diário de Classe

O jornal Folha de São Paulo publicou no dia 7 uma matéria a respeito de alunos que criam páginas de Facebook para mostrar à sociedade o que ocorre em sala de aula e na escola pública.

Já são muitos diários espalhados.

Se escola não selecionam os melhores alunos para eles avaliarem seus professores, nada mais adequado do que criar um Facebook para alunos, de forma ética, séria, inteligente e propositiva, tornarem público o que existe em sala de aula.

Seria interessante também alunos reconhecerem também educadores dedicados e gestores que apresentam caminhos tradicionais, modernos e democráticos para a escola.

Diário de Classe, é só ir ao Facebook.

sexta-feira, outubro 12, 2012

Vote no candidato (2)


Vote no candidato (1)


É Fantástico

Vale o quanto pesa

  1. Ter Ronaldo como estrela do "Medida Certa", do "Fantástico", custou muito caro à Globo. Para participar do quadro em que expõe sua obesidade e se propõe a emagrecer, o ex-craque cobrou R$ 6 milhões, segundo pessoas próximas ao ex-atacante. A intenção de Ronaldo, que começou o programa com 118 quilos, é perder 18 quilos. Ou seja: se cumprir a meta estabelecida, a cada quilo perdido, o ex-jogador deve ganhar R$ 333 mil.

terça-feira, outubro 09, 2012

Rio Branco não pertence a duas facções

Hoje, vejo Rio Branco de muito longe, o Acre está muito distante não só de mim, mas de centros urbanos marcados pelas multidões.

Daqui, vi muitas fotos de grupos que desejam o poder. Bandeira sem vento e alegria interesseira não apresentavam partidos com ideias, mas facções religiosas que rogam por elas mesmas.

Mas Rio Branco não é igreja. Rio Branco são ideias.

O PT é bom para deixar o centro bonito e bom para comparar há 13 anos, por meio de fotos, o que era o Acre e o que o Acre é hoje.

Mas o PT acriano, para fazer o óbvio, perdeu, das 12 prefeituras, 9, ficando com 3. Pode ainda perder Rio Branco.

O senadores do partido de Lula e de José Dirceu podem vir com suas análises previsíveis, mas o fato é que o PT está com o seu tempo contado no Acre caso permaneça igualando-se a outros partidos, por exemplo, esta obra eleitoreira, "Ruas do Povo".

O partido de Nilson Mourão é o mesmo quando o assunto é comunicação. O PT e o governo não sabem se comunicar com a população.

Sua propaganda é muito ruim, mas, como o governador não é homem de ideias - se fosse, jamais teria colocado Leonildo Rosa na Comunicação -, tudo continuará a mesma coisa, ou seja, o governo fala uma coisa por jornais e tevê e a população interpreta outra.

Se a inteligência de petistas não funcionar, O PT acriano está em contagem regressiva.
         
 

sexta-feira, outubro 05, 2012

"Ausência"

Na esquina das ruas Graça Aranha e Araújo Porto Alegre, no centro do Rio, lá estava o andar desmanchado a contrastar com o corpo da multidão. Meu amigo. Depois de mais de 20 anos, Affonso se mantém atípico.

Após um abraço muito carinhoso que obstruiu a calçada, caminhamos em direção ao Sesc-Rio para assistir à peça “Ausência” - nome mais do que apropriado para o nosso reencontro.

Nova York, 4 de abril de 2036. A cidade norte-americana vive um dos maiores caos da história do planeta. A população está praticamente impedida de sair às ruas e, se isso acontecer por alguma necessidade extrema, é obrigada a utilizar máscaras de oxigênio.

Nesse dia, o personagem vestido com sua máscara abre sua janela e observa. O céu não é mais o mesmo: uma estranha luz vinda do sol desenha a caótica e absurda cidade.

No topo do prédio, seu apartamento. No lugar de paredes, tubos metálicos. Em seu espaço, objetos, objetos, objetos. Além de um homem, ratos e, em um aquário com água, o peixe vermelho. Entre peças e tubos, um registro de água. A escassez em Nova York impera. O plante espera por seu fim.

O peixe, porém, permanece na água. Por que um peixe nesse resíduo de mundo?

Quando colocamos um aquário na sala, contemplamos um grau de beleza. Nisso, não há função prática, somente a inércia de olhar fixamente a beleza de um ser vivo que flutua no espaço líquido do aquário. O personagem cuida do peixe. Ele o ama.

O peixe é ornamentação.

Belo, o peixe é delicadeza, única imagem que nega a rudeza do apartamento.

Abre-se o registro de água; a gota, no entanto, não cai na boca sedenta do personagem. O apartamento está seco.

Aos poucos, o personagem recria o aquário. Duas peças metálicas são dois braços. Pedaços de arame, cabelos. Na condição de metáfora, o  peixe, agora, recebe do personagem o amor em forma de declaração poética, único momento em que a plateia ouve palavras.

Mas, quando o orgânico se agoniza, quando a matéria se atormenta, quando a carne necessita matar a sede, por que não beber a água que mantém viva a beleza, a ornamentação, a delicadeza, o peixe vermelho?

A peça-conto continua, mas eu paro aqui, dizendo somente isto: muitos textos teatrais que estão no Rio de Janeiro poderiam circular em Rio Branco, porém, por absoluta ignorância desinteressada de políticos incultos, cidadãos permanecem à margem de uma cultura secular – o teatro.

quarta-feira, outubro 03, 2012

Subúrbio

Fotos de minha esposa. Ela, inclusive, aparece em uma delas

Está ocorrendo o Festival de Cinema do Rio de Janeiro, são mais de 400 filmes entre nacionais e estrangeiros.

Iniciou-se em 27 de setembro e irá até 11 de outubro.

O Rio é muito mais do que praias, algumas com coliformes fecais, como a de Copacabana.

Quadalupe fica depois de Vista Alegre, à margem da Avenida Brasil, fronteira com os bairros 
 AnchietaDeodoroMarechal HermesAcari.

Nessa parte do subúrbio carioca, existe uma galeria, mas na fachada batizaram de Shopping Guadalupe, bem menor do que o Via Verde Shopping, nem se compara à beleza e ao conforto do Via.

Nele, um cinema simples, com uma pequena biblioteca e ao lado a bilheteria que vende pipoca. O cinema também não se compara às salas do Via Verde.

O som não é melhor. O conforto não é melhor. A tela é bem menor. No entanto, nesse bairro suburbano e nesse cinema que alguns diriam ser borra-botas passa filmes que jamais passarão nas salas do shopping acriano, porque são filmes autorais enquanto no Acre os filmes são comerciais.

Ontem, como você pode ver nas fotos acima, eu e minha amada esposa, a Mony, fomos ao Ponto Cine para assistir a uma das programações do Festival de Cinema do Rio.

O filme-documento foi "Jorge Mautner - o filho do holocausto", de Pedro Bial e Heitor D'Alincourt.

Terminado, os diretores permaneceram durante 30 minutos para receber perguntas. Eu fiz a minha.

Nesse cinema, onde bons filmes nacionais são apresentados, onde você jamais assistirá a um Homem-Aranha, diretores e atores são convidados para conversar com uma platéia de 77 pessoas, a quantidade máxima de cadeiras.

Ponto Cine também é muito menor do o Via Verde neste quesito: preço. No Acre, pagam-se 20 reais para assistir a enlatados norte-americanos; e, em Quadalupe, subúrbio, pagam-se 4 reais por filmes que mostram o que é o Brasil.         

terça-feira, outubro 02, 2012

Para o Acre ainda ficar melhor

Cena de "A pedra do reino", de Ariano Suassuna

Não há dúvidas - só um cretino não perceber isso - de que o Acre é outro com a administração da Frente Popular. 

Evidente que ainda falta muito, mas devemos reconhecer que muito foi transformado. Não querer mais o PT ma prefeitura de Rio Branco não pode se equiparar a não reconhecer o que já foi edificado.

Se falo bem desta terra, é por causa da Frente Popular. Se critico o PT, é por causa desse monopartidarismo, desse excesso de poder a um só grupo, que, por sinal, acomodou-se, não aponta novos caminhos para a cultura e para a educação.   

Além de amigos, de parentes, eu sentia muita falta de teatro e de cinema em Cruzeiro do Sul e em Rio Branco.

Quando foi governador, Binho colocou no Acre um circuito de teatro muito bom. Liguei meus alunos a ele.

Enfadonho por causa de seus discursos previsíveis, o médico-governador Tião Viana, homem público avesso à cultura - talvez nunca tenha lido Ariano Suassuna -, ignora a diferença entre o teatro popular e a não menos previsível Expo-Acre e a importância vital das culturas teatral e cinematográfica para alma do coletivo acriano.    

No sentido oposto, Binho Marques ofertou à escola, desde que o professor tomasse a iniciativa, a provocação de pensar por meio da estética teatral.

Assim como um ser humano não é mais desenvolvido por ter "ponte de safena", uma cidade não é desenvolvida por ter a terceira ponte ou a quarta, ou a quinta, ou a sexta.  

É o pensar ou os pensares que a tornam desenvolvida. O progresso de uma cidade é medido por sua força cultural, neste caso, do bom teatro profissional, do bom cinema autoral.

Falta isso para o Acre ainda ficar melhor.

O governo do Acre retirou dos contribuintes R$ 25 milhões para construir a ponte de Cruzeiro do Sul.

Penso que seria bem menos grana para que escolas públicas tornassem-se espaços culturais.

Ótimos grupos de teatro do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, do Acre, por exemplo, poderiam atrair uma população que sempre ficou à margem do saber teatral. A escola teria mais uma importância.

Mais: por menos de R$ 25 milhões, muitas escolas seriam centros cinematográficos; mas, para isso, salas de cinema intimistas e aconchegantes deveriam ser construídas nas escolas.

Mas o PT acriano, sem política pública contínua para a cultura, não entende isso até hoje, talvez pelo único motivo de seus dirigentes nunca terem assistido a uma peça de Ariano Suassuna.

Cena de "A pedra do reino", de Ariano Suassuna