quarta-feira, setembro 22, 2010

Calendário do poder, leia-o

Muitas linhas do livro Calendário do poder, de frei Betto, chamaram-me atenção. Muitas. Tantas. Destaco duas: Fome Zero e Benedita da Silva.

Na campanha de Dilma Rousseff, nada sobre o programa Fome Zero. Lula nunca mais falou sobre o assunto. Quem ler o livro saberá a razão de o PT não tocar mais no assunto.

Eu já não tinha simpatia por Benedita da Silva e, depois da leitura, considero-a uma inútil na política. Uma vergonha. Na página 301, ele escreve: "Benedita não queria largar o osso" ministerial.

Antes de Lula demiti-la, Betto escreve em 13 de agosto de 2003 a Lula: "Li, com espanto, a notícia de que Benedita da Silva nomeia evangélicos para o ministério dela."

Um dia depois, anota que seu desalento com o governo é cada vez maior. O meu também.

terça-feira, setembro 21, 2010

Meu pai, um livro (2)

Embora rápida, minha leitura cercou-se de cuidados, marcando a lápis o que me interessava. Conheci Betto pela primeira vez quando meus olhos encontraram-se com Batismo de Sangue, edição de 1982.

Anos depois, em 2009, li
Um homem chamado Jesus. Nesse livro, compreendemos o quanto os evangélicos neopentecostais reinventaram um mito imbecil, tamanho imenso de fanatismo e enorme de ignorância.

Ainda em 2009, li
A mosca azul.

Neste ano, li o presente de meu pai, O calendário do poder. Gosto de frei Betto por sua simplicidade, e esse livro, por ser assim, levou-me a uma leitura rápida e precisa.

Resposta a blogueiros

Sempre quando critico o PT neste espaço, alguns blogueiros manifestam repulsão contra o partido de Lula, de Jorge Viana, impedindo que ideias sejam apreciadas. Depois que meu pai entregou a mim o livro
O calendário do poder, disse-lhe que nunca pulsou em mim "inocência" em relação ao Partido dos Trabalhadores. Eu a perdi quando li Maquiavel.

Porque humano, o PT é corrupto, mas o humano de Erenice Guerra. Não creio que no PT todos tenham a mesma face dela. Estão no mesmo partido, mas Tarso Genro não é Benedita da Silva.

Dentro do DEM (ou ex-PDS), um Jorge Bornhausen, presidente de honra, diferencia-se de um César Maia.

Quero afirmar com isso que não aprecio generalizações, isto é, o PT também não é corrupto.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Meu pai, um livro

Os olhos de meu pai estão nas mãos do doutor Bruno Jogaib de Onofre, um dos cinco melhores do Brasil segundo revista especializada; entretanto, em uma de suas clínicas, justamente a de São Gonçalo, onde meu velho esteve, quebraram o aparelho de ultrassom. Disseram que em duas semanas tudo seria solucionado. Não foi.

Na terça, dia 21 de setembro, o doutor Bruno autorizará meu pai para ir a Niterói, Icaraí, a fim de ser submetido ao último exame pré-operatório. Depois, será marcado o dia da cirurgia.

À espera

Enquanto meu pai, de 76 anos, espera a operação, cuido dele com carinho, além de cuidar de minha mãe, de 69 anos, e de meu irmão, de 37, que tem problemas neurológicos e é surdo.

Minha família apresenta fragilidades. Com meu pai doente, minha mãe não tem habilidade para resolver problemas, anda muito esquecida. Meu pai, por sua vez, por causa de sua tradição patriarcalista, impede que eu solucione problemas familiares. Meu pai é pessoa difícil quando se trata de submeter a família a seu inteiro e absoluto controle. Paciência.

Um livro

“Tome, é seu”, estendeu a mão, segurando um presente. Abri e, para minha surpresa, uma publicação de frei Betto, Calendário do poder, editora Rocco. Ontem, ele tinha me convidado a ir a uma livraria em Maricá. Disse-lhe que não havia livraria nesse município. “Ela fica em local recolhido, vou te mostrar.”

Aconchegante o lugar. Meu pai me apresentou a Jorge, o proprietário. “Esse é meu filho.” Depois das apresentações e de uma breve conversa, fiquei perto da literatura nacional; e ele, dos livros de direito. Mas, para a minha surpresa, em casa, ele dedicou o livro de Betto.

“Espero que você, com esse livro, perca a sua inocência em relação ao PT e ao presidente Lula”, meu pai sempre foi contra petistas. Concluí a leitura. Na próxima postagem, comentarei de forma breve.

sábado, setembro 11, 2010

Quando o Verde amarela


Ontem, 10, o dia amanheceu com Sol tímido. Acordei cedo, preparei o café para meus pais e para minha esposa, a Mony. Depois, como faço todas as sextas-feiras, saí para comprar o jornal O Globo e O Dia. Cada um, R$ 2.

NO Globo, a candidata Marina Silva (PV) foi entrevistada por vários jornalistas da família Marinho. Um dia antes, Plínio Arruda Sampaio (P-SoL) declarou no mesmo jornal que Marina é “carreirista”.

Em sua entrevista, a acriana do seringal Bagaço repetiu algumas vezes a palavra “educação”: 1) “E pautamos a educação como prioridade”; 2) “Estou propondo que possamos elevar o investimento em educação de 5% para 7% do PIB”; 3) “Vou ficar com a revolução na educação”; 4) “Estamos propondo a ideia de educação integrada. A educação em tempo integral”.

Nesses meus 18 anos de Acre, nunca ouvi Marina Silva falar de ideias sobre educação pública acriana, porque, como amiga de Jorge Viana (ex-governador) e de Arnóbio Marques (governador), Marina silencia-se. Sua crítica destina-se ao PT nacional.

No Acre, o Partido Verde amarela.

Além disso, Marina não especifica o que possa ser “revolução na educação”. No Acre, não houve nenhuma revolução educacional e muito menos ela diz algo. Se for educação em tempo integral, não há algo novo, porque Darcy Ribeiro realizou isso com Brizola no Rio de Janeiro por meio dos Ciep.

Sobre educação, sua entrevista não ultrapassou a cota da superficialidade.

Mas quem sou para escrever isso em um blogue? Leciono há 13 anos no Acre, vivo no olho do furacão.

Lerei a entrevista de José Serra (PSDB).





quinta-feira, setembro 09, 2010

Grandes erros. Grandes jornais

Em 22 de agosto deste ano, o jornal Folha de São Paulo publica “re-estatização de empresas”. Se consultarmos o Houaiss, encontraremos “reeducação”, “reestruturação”. A Academia Brasileira de Letras orienta a não usar o hífen.

Na mesma edição, entretanto, o jornal publica no Caderno Cotidiano:

“Adolescente da primeira turma de reeducação para o trânsito, que começou na semana passada em Curitiba, no Paraná.”

Na mesma edição, usa-se hífen e não se usa. Estamos falando de Folha de São Paulo, um dos grandes jornais do país.

Grandes erros. Grandes jornais

Durante 16 anos e um mês, trabalhei nas redações de três jornais acrianos: dez anos no Página 20, seis anos em A TRIBUNA e um mês em O Rio Branco.

No segundo, havia dois amigos diagramadores que riam de mim quando eu corrigia “mega-sena”. A editora-chefe, embora discordasse, dava-me a liberdade profissional para corrigir a palavra.

Hoje, dia 5 de setembro, lendo o jornal O Globo, no Caderno de Esportes, li a seguinte chamada: "O bilhete da megasena tricolor." Os dois diagramadores talvez rissem do jornal carioca porque não está escrito “mega-sena”.

Por que o jornalista Pedro Motta Gueiros, de O Globo, não escreveu “mega-sena”? Ele quis seguir a ortografia da língua portuguesa e não o que está escrito no bilhete porque para esse repórter importa a regra da ortografia de nossa língua.

No entanto, se consultasse o uso correto de "mega", o jornalista teria escrito "megassena".