segunda-feira, dezembro 05, 2011

Entre os tomates e os ovos da democracia escolar


Quem está na linha de frente da educação sabe o quanto é muito difícil edificar a ordem e a disciplina para obter qualidade de ensino em uma escola pública.

Na escola HMM, esse processo iniciou-se há quatro anos: a vitória da professora Osmarina melhorou as condições de trabalho. Entretanto, uma maioria de professores rejeitou seu nome conforme uma prévia eleitoral. Colocar uma escola pública para trabalhar cria antipatias.

Hoje, vivemos uma situação absurda na "democracia escolar", algo insólito, porque as razões que levam funcionários a votar relacionam-se ao religioso, ou seja, se o candidato é evangélico, ele receberá votos. A condição, portanto, se reduz à "irmandade da fé" ou a um deus [pessoal] que deve guiar a escola.

Políticos e sindicalistas são os únicos responsáveis por essa "democracia escolar". Por causa deles, a escola transformou-se em feira, em tumulto, em espaço doente para o bom debate de ideias.

Na HMM, candidato entra em sala para só falar mal da gestora Osmarina, com o único propósito de desmoralizar quem, na verdade, nunca desmoralizou a escola, muito pelo contrário.

Eu me envolvo porque, em minhas veias, não corre o sangue da indiferença. Onde eu leciono, dedico-me para que a escola seja sempre melhor, primeiro, para os alunos. No entanto, não é essa "democracia" que eu queria ver.

Penso que deveria haver eleição para candidato qualificar o ensino, ou seja, o coordenador deveria ser eleito para somente imprimir na escola ordem, disciplina, qualidade. Como se trata de uma função técnica, a eleição também deveria ter caráter técnico: professores votam em professores.

Para ser candidato a coordenador, critérios profissionais e pessoais. Para administrar a escola, um administrador concursado e formado em administração.


Enquanto isso não ocorre, evangélicos não votam em kardecista, alunos votam no professor simpático e professores são protagonistas de uma feira em que tomates e ovos são jogados contra os colegas de trabalho.