quinta-feira, novembro 30, 2006

- empatar em ou empatar por -

Na página de esporte, jornal A TRIBUNA, escrevia-se "empatado por 2 x 2". Falei com Paulinho. Ele passou a escrever "empatado em 2 x 2".
Consultando Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso Pedro Luft, registra-se o verbo "empatar" assim:
Igualar em tentos (um jogo).
"Igualar" ou "empatar". O Flamengo se igualou ao Vasco em 2 x 2.
Luft dá um exemplo:
"Igualar uma coisa ou pessoa a outra, com outra (em algo)". Quer dizer, o Flamengo se igualou ao Vasco em algo, no caso, no placar, qual seja, 2 x 2.
No Dicionário Prático de Regência Nominal, também de Celso Pedro Luft, encontra-se EMPATADO a. EMPATE s.m. com o seguintre exemplo:
"Jogo empatado com o maior rival (em zero a zero). Partida empatada de um a um. Empate honroso (em dois a dois) com o Flamengo."
No entanto, no Manual de Redação e Estilo, de Eduardo Martins, o autor diz:
"Use empatar por, e nunca 'empatar em', pois os adjuntos adverbiais de quantidade não admitem a preposição em. Repare que, se um time ganha ou perde por, também empata por. Da mesma forma, empate por ou empate de, e não 'empate em'."
E agora? Bem, como escreveu Nietzsche, não existe verdade; existem interpretações.
Celso Pedro Luft considera a preposição "em" a partir do verbo "empatar" no sentido de "se igualar".
Eduardo Martins, do jornal O Estado de São Paulo, segue outro caminho, o do advérbio de quantidade. Exemplo, "o Flamengo empatou com o Vasco pela quantidade de 2 a 2".
Reduzindo, escreve-se "o Flamengo empatou com o Vasco por 2 a 2 ou de 2 a 2.
Manual de Redação e Estilo, de Dad Squarisi, a autora concorda com Eduardo Martins. Como sigo as linhas do manual dele, devo optar por "empatou por" ou "empatou de".

quarta-feira, novembro 29, 2006

Maus-lençóis ou maus lençóis?

Hoje, na capa da TRIBUNA, publica-se "maus-lençóis".
Consultei os dicionários do Aurélio, do Houaiss e o da Academia Brasileira de Letras, além do manual ortográfico de Celso Pedro Luft, mas não encontrei o registro de "maus-lençóis".
No entanto, segui o texto de Celso Pedro Luft, escrito em Grande Manual de Ortografia Globo, que diz na página 133:
Condições para a hifenização em palavras compostas:
1.a) unidade semântica: significação global distinta da significação individual das parcelas.
Com essa observação, entendemos o porquê de "mau-olhado"; não encontrei, no entanto, "maus-lençóis".
Mau-olhado é causar melefício. Maus-lençóis é deixar "sem jeito", deixar em "situação perigosa", que se encontra "ameaçado".
Fiz a minha opção como fiz por "mesa-diretora".
Detalhes de um revisor.



O Mal - página 69



Há nomes que são eternos. Eu não sou. Você também não. Seremos pulverizados pelo tempo depois da missa de sétimo dia. Nós nunca existimos.
Mas meus olhos apreciam palavras eternas, a imensidão infinda de termos que dizem mais do que esta vidinha que levamos. Ler um ótimo autor, um dos maiores escritores do século 19, insulta a minha insignificante vida.
Leio para rir dos tolos, de mim, por exemplo. Leio, porque a realidade nada me diz. Assim, ele me diz "examinem a vida dos melhores e mais fecundos homens e povos e perguntem a si mesmos se uma árvore que deve crescer orgulhosamente no ar poderia dispensar o mau tempo e os temporais; se o desfavor e a resistência externa, se alguma espécie de ódio, ciúme, teimosia, suspeita, dureza, avareza e violência não faz parte das circunstâncias 'favoráveis' sem as quais não é possível um grande crescimento, mesmo na virtude? O veneno que faz morrer a natureza frágil é um fortificante para o forte - e ele nem o chama de veneno".
Fecho o livro. Amanhã, abraçarei a minha leitura como quem se entrega à amada - leitura, A Gaia Ciência, de Nietzsche.

terça-feira, novembro 28, 2006

Dinheiro Público

A imprensa acreana e o Sindicato da Educação permanecem indiferentes ao dinheiro público da escola.
As Redações acompanham a eleição da OAB, porque advogado tem mais importância do que educador. O sindicato, por sua vez, só se refere à educação quando o assunto é isonomia.
Paralelo a isso, gestores de escolas públicas permanecem impunes por suas péssimas e pseudo-administrações.
Para citar um exemplo, na escola Heloísa Mourão Marques, por causa de uma administração anterior, o dinheiro escolar foi bloqueado, mais de R$ 50 mil. Não pagaram os encargos sociais da fanfarra - mais de mil reais.
Na Assembléia, não há lei que puna o homem público (o diretor de escola ou o gestor escolar) que administra muito mal o dinheiro da população.
Faz campanha e, uma vez eleito, apresenta uma prestação "faz-de-conta". Candidata-se mais uma vez e perde a eleição. Sai da escola e deixa tudo nas costas de um futuro diretor sem que haja uma única punição contra o péssimo diretor escolar, porque não há lei no Estado para isso.
Se o governador administra mal, o TCE pune. O mesmo deveria ocorrer com este homem público: o diretor de escola.
Escola é mais importante que a OAB. Educação não é só isonomia. Dinheiro público é dinheiro público, seja no Poder Executivo, seja na escola.

Mesa-diretora ou mesa diretora?

Pelo correio eletrônico, enviei uma mensagem ao professor Dílson Catarino a fim de tirar esta dúvida: mesa-diretora ou mesa diretora?
Dílson leciona gramática na 3ª série do ensino médio e no cursinho pré-vestibular do Colégio Maxi, em Londrina (PR), além de publicar sua observações gramaticais no UOL.

Disse-lhe.
Penso que seja mesa-diretora por causa de professor-diretor. Consultando Celso Pedro Luft, Grande Manual de Ortografia Globo, há, por meio desse exemplo, "uma unidade semântica, isto é, significação global distinta da significação individual das parecelas".
Respondeu-me.

Olá, Aldo.
É assim que eu penso também, apesar de a palavra "mesa-diretora" não ser registrada em nenhum dicionário nem no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
Nos jornais acreanos, não se escreve "mesa-diretora". Em O Rio Branco, na capa, li "Mesa Diretora".
Quando se trata de conhecimento, os livros, eles são indiferentes. Quando não corrijo Mais de de 2 mil não sacaram o PIS no Acre, escrito em uma chamada, todos falam.
Preciso ser mais óbvio.

segunda-feira, novembro 27, 2006

O NOvo JornaLismO


"Uma boa reprotagem se faz com precisão, rigor e correção, mas também e sobretudo com emoção." Zuenir Ventura

Pirâmide Invertida

O quê?
Quem?
Quando?
Onde?
Como?
Por quê?

Com seis perguntas, inicia-se o primeiro parágrafo de uma matéria jornalística. Trata-se de uma "receita" usada nas redações de jornais. É o famoso lead que mantém jornalistas padronizados.
Nos anos 60, Tom Wolfe, Truman Capote, Gay Talese e Norman Mailler inovaram. Abandonaram a estrutura clássica do texto factual, acrescentando elementos literários. Criaram o Novo Jornalismo.
Sugiro a leitura de A sangue frio, de Truman Capote.

Volte para onde veio?


Texto de Dílson Catarino

"Volte para onde veio"
Há pouco tempo, estudamos esses vocábulos e vimos que onde corresponde a em algum lugar, aonde a a algum lugar e donde, a de algum lugar, podendo este último ser separado da preposição: de onde. Por exemplo:
Eu moro em algum lugar: A casa onde moro é confortável.
Eu vou a algum lugar: A cidade aonde vou é belíssima.
Eu venho de algum lugar: A cidade donde vim é belíssima. A cidade de onde vim é belíssima.
Até aqui tudo bem, já que, como dissemos, estudamos isso há pouco tempo. O problema reside quando montamos frases mais complexas, em que há dois ou mais verbos exigindo preposições diferentes.
Esses dias, um conhecido meu me perguntou como montar uma frase com o seguinte objetivo: Ele estava zangado com determinada pessoa e queria dizer que ela deveria voltar ao seu lugar de origem; queria montar a frase e não sabia como. Perguntou-me então: Como devo falar? Volte para onde veio ou Volte de onde veio? Qual a maneira adequada? Vamos, então, à explicação:
A pessoa veio de algum lugar. Ele quer que essa pessoa volte para esse lugar. Ele quer, então, que a pessoa volte para o lugar de onde veio, ou ele quer que a pessoa volte para o lugar donde veio.
O advérbio onde, como vimos, tem o sentido de em algum lugar, e donde, de de algum lugar. Na construção da frase, não há necessidade de escrever a palavra lugar, já que esse significado está incluso no advérbio. Retira-se, então a expressão o lugar, estruturando, portanto, a frase assim:
Volte para donde veio é o correto

sexta-feira, novembro 24, 2006

- Junto a -

"A partir desta segunda-feira, quem estiver com o nome cadastrado no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa por conta de débito junto ao comércio local, poderá procurar o Procon/AC para tentar negociar o débito com o comerciante e regularizar sua situação."
    1. "Junto a" - Se escreve "junto a", é o mesmo que "por conta de débito perto do comércio local". "Junto a" é o mesmo que "perto de". O correto é "por causa de débito no comércio local".

- , e teve -

"A reunião de planejamento ocorreu na sede do Ibama no Acre, e teve a participação de um representante da reserva."
    1. Como só há o mesmo núcleo do sujeito, nesse caso, reunião, não se coloca vírgula antes de "e". Com dois núcleos diferentes, a vírgula é facultativa.

- que foi analisado -

"No julgamento do relatório do 3º bimestre, que foi analisado na mesma sessão, a falta de investimentos nas áreas da saúde e na educação também apareceram, mas o documento do 4º bimestre acabou sanando o problema da falta de investimento no ensino."
    1. "que foi analisado" - Não há necessidade de escrever "que foi", porque "analisado", sendo Particípio Regular, remete ao passado. Melhor escrever "no julgamento do relatório do terceiro bimestre, analisado na mesma sessão, a falta de investimentos nas áreas da saúde e da educação também apareceu (...)".

quinta-feira, novembro 23, 2006

Fala do governador

"Nos últimos oito anos, conseguimos trabalhar bem em todas as áreas, mas, como o cobertor é curto, a cada ano a gente tem de atualizar as prioridades. Mas agora nós precisamos concluir a BR-364 nos próximos quatro anos. Isso é uma obra grandiosa, significa um volume de recursos da ordem de R$ 500 milhões e é uma prioridade de todos os acreanos para que o Acre possa ter verdadeiramente uma integração. E esse apelo foi bem recebido pelos parlamentares, assim como a prioridade para melhorar a produção rural e a saúde junto com o saneamento", disse o governador Binho Marques.
    1. Como pode um repórter iniciar sua matéria com fala e, ainda, com esse tamanho? Bem, vamos ler o Manual de Redação e Estilo, do Eduardo Martins. Na página 18, item 26, o autor escreveu "não inicie matéria com declaração entre aspas e só faça se esta tiver importância muito grande (o que é a exceção e não a norma)".

Aos jornalistas da TRIBUNA

Pessoal, por favor, em nome da Paz e do Bom Convívio, pensem em mim em certas linhas, por exemplo, quando bóia sobre elas o tal do "já que".
Como sou muito educado, militante da paz e dos bons costumes, evite, porra!!!, usar esse "já que, ouviu?, seu bosta!!!

Trás

"A ZP Eventos trás a Rio Branco mais uma etapa do Meca Brasil, no próximo domingo, dia 26."
    1. "Trás" - Eu trago/tu trazes/ele traz/nós trazemos/vós trazeis/ eles trazem. Deus, tenha piedade, porque eles, os colunistas, não sabem o que fazem, digo, escrevem.

quarta-feira, novembro 22, 2006

EntreVista com Mano Brow, 35 anos

DENISE BRITO
Colaboração para a Folha
A descrição de uma realidade dura e crua, de pobreza e de discriminação pela polícia e pela sociedade são constantes nas letras do rap, como é o caso do pioneiro Racionais MCs. Em 18 anos de estrada, prestes a lançar o quinto CD e mantendo a mesma formação original, Ice Blue, Edy Rock, KL Jay e Mano Brown conseguiram uma posição ímpar no cenário do rap. Trata-se do único grupo que obteve projeção nacional mantendo-se à distância da grande mídia. Mano Brown, 35, falou ao Folhateen sobre o fato de companheiros ingressarem na grande mídia e sobre outros temas ligados aos rumos do país.

FOLHATEEN - Qual a sua opinião sobre os colegas que fizeram contratos com a grande mídia?
MANO BROWN - Somos jovens cheios de vontade de vencer e, às vezes, somos arrogantes. Quando a mídia abriu as pernas e disse "vem", a gente falou "não". Mas, se hoje chegou o momento de alguns companheiros ocuparem a mídia, eu não vou oprimir a vontade deles. Sou a favor da liberdade.
FOLHATEEN - Você se refere também ao Thaíde, que começou junto com vocês e hoje está numa minissérie da Globo?
BROWN - O Thaíde não tem o pensamento igual ao nosso, mas temos mais coisas em comum do que diferenças. Ele conhece o rap, está na estrada há anos e conhece os espinhos. Cada um defende com amor as suas razões, e elas não são iguais. Porque os pretos não têm todos as mesmas idéias.
FOLHATEEN - Você apoiou o Lula nas eleições? Chegou a pedir voto?
BROWN - Democracia é isso. Pedi voto para o Lula em shows. Fui pelo olhar e pelas idéias dele.

FOLHATEEN - Houve mudanças no panorama da vida na periferia nesses últimos anos?
BROWN - Eu não sei até que ponto conseguimos fazer esse tipo de análise. Vejo pequenas mudanças. Uma que me deixou contente foi um aumento do pequeno comércio nas ruas das favelas. Salões de beleza, pizzarias, locadoras, e os bares perdendo espaço. Acho que prefiro não ver as mudanças para não perder a ambição de fazer outras. Eu sempre quero mais.

FOLHATEEN - O que você gostaria de ver mudar?
BROWN - Tenho sonhos românticos, com a população ouvindo música nas ruas, se dedicando a uma atividade dentro de seu próprio bairro, fazendo academia, cuidando do corpo, tendo uma boa alimentação... Mas isso tudo não está tão longe. Há metas próximas, como a divulgação da prática de esportes. O ser humano atrás da favela também pode ser sensível.

FOLHATEEN - O crescimento do rap atrapalha ou ajuda o movimento?
BROWN - Quando você se impõe e passa a ser uma coletividade não é ruim; é bom para o rap. Ao mesmo tempo, os valores não são aqueles que se gostaria de difundir. Há muita valorização de roupas, aparência, cabelo. Ainda mais para nós, que somos pretos, se vestir melhor faz muita diferença. Mas não me agrada ver os irmãos escravos de marcas. É a escravidão do século 21. É ficar pondo comida na boca do monstro.

FOLHATEEN - Como você vê o alcance do discurso do rap?
BROWN - Esse discurso contra a elite foi defendido por toda uma geração. De 1988 até hoje, 2006. Algumas idéias foram insistentemente repetidas durante uma época, em palavras, em discos. Essa mensagem de vencer, de lutar, seja negro, tenha orgulho, não abaixe a cabeça, responda, estamos juntos. Como filosofia de vida, a primeira que aprendi e fielmente tentei seguir foi "se imponha, você não depende deles, muitos de nós já foram esmagados".

Rap & Rap & Rap

O poder, antropofágico que é, comeu o hip hop. Se antes sua exposição criticava a realidade social, agora, ironia, representa ascensão individual, como é o caso de Thaíde.
"O rap de protesto acabou", diz DJ Hum

Colaboração para a Folha, Denise Brito
A forma de divulgar o rap e toda a produção cultural do hip hop é motivo de polêmica no seu próprio meio. Para alguns, é preciso mudar o discurso, descartar o tom crítico e politizado e se abrir ao grande público para se tornar um produto vendável, gerador de lucro, com o mero objetivo de divertir as massas.
Os puristas, no entanto, acreditam que desvincular o movimento de seu discurso inicial é sinal de corrupção ao sistema que tanto já combateram. Nesse cenário polêmico, figuram com diferentes posições alguns ícones da primeira geração do hip hop nacional.
O MC Thaíde e DJ Hum, que estrearam juntos em 1988 com "Corpo Fechado", de batida seca e letra dura e crítica, hoje desfrutam de forte projeção na mídia e se vêem cobrados pelos colegas do underground atual.
Thaíde, 39, saiu da apresentação de um programa da MTV após cinco anos para ir para a Globo, a emissora mais combatida por ele no passado, participar da série "Antônia"."Naquela época, a gente tinha necessidade de martelar aquilo (as críticas).
Hoje eu acredito em popularizar o hip hop para fazê-lo dar lucro, para adquirir bens através do nosso trabalho. A gente não consegue isso fechado dentro do nosso próprio mundo, fazendo música para os amigos...
O amigo sempre fala que está tudo bom e aí fica difícil melhorar a qualidade para entrar na programação de uma rádio", afirma."Muita gente me acusa de vendido, e as críticas já me incomodaram muito, hoje, não mais. Eu vou fazer 40 anos, não posso ter a mesma mentalidade daquela época.
"DJ Hum, 40, tornou-se produtor musical e lançou o projeto Motirô, do hit "Senhorita", que ganhou as pistas e as rádios com melodia dançante e letra sobre amor adolescente. "O rap de protesto acabou, foi daquela geração", justifica Hum.
"Já relatamos muito a violência, mas o cotidiano não é só isso, é também casar, ir ao mercado, se divertir. Falar da violência é mais fácil que vender a paz."GrafiteOs irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, os Gêmeos, 32, que ainda pivetes dançavam break e grafitavam no largo São Bento, hoje desenvolvem carreira internacional como artistas plásticos e se desvincularam do movimento.
"Quisemos sair fora para não ficarmos presos em uma cultura só, americanizada, e partir para uma nossa, do nosso país, muito mais rica", diz Otávio."É normal que aconteça assim quando um movimento se expande.
A galera da São Bento hoje está casada, com filhos, mas o trabalho social e a atitude continuam. Nos mantemos fiéis aos valores difundidos por Afrika Bambaataa (um dos fundadores do hip hop): paz, união e diversão", diz Gustavo.

Bastantes satisfeitos

“Nós estamos bastantes satisfeitos com o resultado da reunião, ficou acertado que uma outra reunião será realizada com as autoridades da segurança para tratar o assunto e nós acreditamos que alguns pontos da portaria serão revistos", disse Hamilton Brito, empresário."
  1. "Bastantes satisfeitos" - Por favor, "bastante satisfeitos". Nesse caso, trata-se de um advérbio e, por isso, não se flexiona.
  2. "Tratar o assunto" - Melhor escrever "tratar sobre o assunto".

Previsão é que & Lei Chico Mendes

"Neste ano, a previsão é que o Estado chegue a 2.245 toneladas de produção de borracha com o subsídio de R$ 0,70 pelo quilo do produto. O subsídio foi instituído em janeiro de 1999, com a Lei Chico Mendes, de autoria do então deputado Ronald Polanco. De lá para cá, tornou-se uma das grandes ferramentas de melhoria da renda e da qualidade de vida de milhares de famílias extrativistas."
  1. "Previsão é que" - Ao consultar o Dicionário Prático de Regência Nominal, de Celso Pedro Luft, encontramos "previsão de, previsão sobre e previsão quanto a. Nesse caso, "a previsão é de que o Estado a 2.245 toneladas.

  2. "Lei Chico Mendes" - Sobre isso, O Manual de Redação e Estilo, de Eduardo Martins, esclarece na página 160. Assesssor de comunicação deveria consultar esse bom manual. O correto é "lei Chico Mendes".

terça-feira, novembro 21, 2006

CrasE

"A gerente destaca que nos últimos anos o Estado vem recebendo cada vez mais turistas. Várias associações estão sendo criadas para atender à esse mercado tão promissor."
    1. "À esse" - O poder público, sem critério ou com o critério da amizade, convida "jornalistas" para trabalhar e o resultado é "à esse" em suas matérias. O revisor corrige, e o jornalista sai bem na foto ao lado do governador Jorge Viana. Quem sabe, não sei, ganhará o prêmio Chalub Leite. Realmente, revisor apaga as vergonhas de alguns jornalistas.

Vai fazer

"A Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai fazer uma manifestação em Rio Branco no dia 29 e planeja uma marcha para Brasília (DF) no dia 6. Tanto barulho tem um objetivo: forçar o governo a desistir de reajustar o salário mínimo para 367 reais."
    1. "Vai fazer" - Nas redações dos vestibulandos, muito comum escrever uma locução verbal desnecessária, nesse caso, o uso do verbo "vai". Conjugue o "fazer". "A Central Única dos Trabalhadores (CUT) fará uma manifestação", e é isso aí.

Vírgula

"As observações mais seguras, tiveram início em uma tarde de março de 1999, quando o paleontólogo Alceu Ranzi, em vôo de Porto Velho para Rio Banco, visualizou um grande círculo desenhado no solo, em uma fazenda nos arredores de Rio Branco."
    1. "Seguras, tiveram". Essa vírgula não existe. Não há vírgula quando ocorre uma Ordem Sintática Direta. Sem mais comentários.

segunda-feira, novembro 20, 2006

UfAc: CaDidatO & VagA

Cursos

Direito
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 27
Total de inscritos: 1.093

Medicina
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 22
Total de inscritos: 908

Enfermagem
Número de vagas: 30
Candidato-vaga: 22
Total de inscritos: 661

Engenharia Florestal
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 17
Total de inscritos: 710

Educação Física (licenciatura)
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 16
Total de inscritos: 653

Enfermagem (Cruzeiro do Sul)
Número de vagas: 25
Candidato-vaga: 16
Total de inscritos: 405

Ciências Sociais
Número de vagas: 45
Candidato-vaga: 15
Total de inscritos: 717

Biologia
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 14
Total de inscritos: 598

Economia
Número de vagas: 45
Candidato-vaga: 13
Total de inscritos: 600

Letras-Espanhol
Número de vagas: 25
Candidato-vaga: 13
Total de inscritos: 342

História (noturno)
Número de vagas: 50
Candidato-vaga: 13
Total de inscritos: 684

Jornalismo
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 12
Total de inscritos: 514

Letras-Português (Cruzeiro do Sul)
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 11
Total de inscritos: 447

Educação Física (bacharelado)
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 11
Total de inscritos: 442

Geografia
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 10
Total de inscritos: 402

Engenharia Florestal (Cruzeiro do Sul)
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 10
Total de inscritos: 436

Pedagogia
Número de vagas: 50
Candidato-vaga: 10
Total de inscritos: 547

Sistema de Informação
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 10
Total de inscritos: 439

Biologia (bacharelado em Cruzeiro do Sul)
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 9
Total de inscritos: 368

Engenharia Civil
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 9
Total de inscritos: 397

História (diurno e licenciatura)
Número de vagas: 50
Candidato-vaga: 9
Total de inscritos: 491

Letras-Inglês
Número de vagas: 25
Candidato-vaga: 8
Total de inscritos: 204

Letras-Português
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 8
Total de inscritos: 344

Pedagogia (Cruzeiro do Sul)
Número de vagas: 50
Candidato-vaga: 7
Total de inscritos: 399

Geografia (bacharelado)
Número de vagas: 20
Candidato-vaga: 7
Total de inscritos: 154

Engenharia Agronômica
Número de vagas: 50
Candidato-vaga: 7
Total de inscritos: 356

Música
Número de vagas: 30
Candidato-vaga: 7
Total de inscritos: 213

Matemática
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 6
Total de inscritos: 250

Química
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 5
Total de inscritos: 211

História (bacharelado e vespertino)
Número de vagas: 50
Candidato-vaga: 5
Total de inscritos: 284

Letras-Inglês (Cruzeiro do Sul)
Número de vagas: 25
Candidato-vaga: 5
Total de inscritos: 145

Artes Cênicas
Número de vagas: 30
Candidato-vaga: 4
Total de inscritos: 149

Letras-Francês
Número de vagas: 25
Candidato-vaga: 4
Total de inscritos: 108

Física
Número de vagas: 40
Candidato-vaga: 4
Total de inscritos: 149

terça-feira, novembro 14, 2006

A Matemática de Mário Quintana



Um pouco de geometria

A curva é o caminho mais agradável entre dois pontos

Mário Quintana para Altino Machado

Meu colega Altino Machado, muito teimoso, acredita que o fato é a verdade, por isso sua escrita encarcera-se nas linhas do jornalismo. Aos seus olhos, dou-lhe... Mário Quintana.
Realidade
O fato é um aspecto secundário da realidade

segunda-feira, novembro 13, 2006

do qual

"No entanto, existe o contrabando de madeira das regiões fronteiriças, algo do qual a PF no Acre ainda se ocuparia de maneira intensa."
    1. O verbo "ocuparia" pede a preposição de (de + o = do) e, também, as preposições "com" e "em". "Do qual" está correto.

À época

"1.020 camelôs à época foram cadastrados, tendo sido adotado o critério da antigüidade. Isso porque muitos vendedores vinham de cidades do interior para trabalhar na capital, sobretudo no verão, quando a rodovia BR-364 é transitável."
    1. Segundo Celso Pedro Luft, "à época" é usado pela linguagem jurídica, mas não encontra defesa na gramática. O correto é "na época".

- 2004 e 2005 - onde

"De janeiro deste ano até o mês passado, foram registrados cerca de 168 casos de dengue, número inferior aos dois últimos anos – 2004 e 2005 – onde houve uma epidemia da doença. Em 2004, por exemplo, foram notificados cerca de 1,8 mil casos, número que diminuiu ano passado, onde foram registrados 600 casos."
    1. "Onde" é usado quando o termo anterior refere-se a lugar. Nesse caso, o que temos é "tempo": 2004 e 2005. Ora, se há o tempo, usa-se "quando".

sexta-feira, novembro 10, 2006

"Pai, eu sou carioca"

Há muito tempo, recolhi meus gestos entre quatro paredes. Muito longe de minha família, as companhias têm sido namorada, filha, colegas de trabalho, alunos e páginas de livros. Cada vez mais, limito-me ao reservado.
Não tenho visitado pessoas por quem tenho enorme apreço, como o prof. Carlos Alberto, o médico Matheus, o prof. João Bosco e... são poucos a quem, hoje, dôo palavras, à beira do rio Acre, à minha acreana filha, ela me olha, "pai, eu sou carioca".
Como!? Menina, você nasceu em Rio Branco, Acre, em 1997, deu para entender?
Um sorriso, de 9 anos, maroto. "Não, pai, eu sou carioca."
Morena, cor de índia, linda pele, sempre procurei mostrar à Lara Valentina a beleza de sua origem, expressada por meio, por exemplo, de sua avó materna, uma mulher-índia, mulher-aldeia.
Mas a floresta não a seduziu como a seduziu o mar. Desde o dia em que visitou os avós paternos no Rio de Janeiro, Lara, em seu íntimo, foi deixando de ser acreana para se deslumbrar com a Cidade Maravilhosa: Barra Shopping, McDonald's, Bob's, C&A e.. o mar.
Minha filha, eu sei, ainda é pequena, não alcança o tamanho de certas palavras, não as que tocam no consumo da cidade grande, mas na identidade de uma pessoa. Ela levará um certo tempo para subir a palavra-rio e ouvir a palavra-silêncio da palavra-floresta.
Conversávamos no Mercado Velho, o novo. O dia estava lindo. Está vendo esse rio, filha? Sente esse vento? Percebe a beleza do céu? Vê esse lugar, as pessoas? " Sim, hoje o dia tá lindo, pai."
Então, não é Rio de Janeiro, não é o Acre, filha, é a vida. O sentido da tua vida não está em ser carioca.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Disputas internas dentro do PT

O jornalista escreve "disputa interna dentro do PT". É tão simples: "disputas internas do PT".

TV Cultura - Amor

LAURA KIPNIS escritora - No Roda Viva, dia 13, às 23 horas (local)

Polêmica, a escritora americana Laura Kipnis defende que o amor é uma invenção moderna, não traz toda a felicidade que promete, cria ansiedade e provoca estresse e depressão.
No seu último livro - “Contra o Amor”, Laura Kipnis questiona o fato da sociedade continuar idealizando relacionamentos duradouros e monogâmicos, quando a realidade mostra que isso é cada vez menos possível.
Na sua obra, ela escreve sobre o amor e casamento e quebra conceitos e tabus. Laura Kipnis diz que os relacionamentos amorosos atuais são marcados cada vez mais, segundo ela, por brigas, traições, infidelidade e separações.
Ela é autora de vários estudos sobre sexualidade e política, e esteve em São Paulo para o lançamento de seu novo livro, que tem o título “Contra o Amor”.
Entrevistadores: Fábio Santos, editor da revista e do site Primeira Leitura; Oscar Pilagallo, editor da revista Entrelivros; Silvia Poppovic, apresentadora da TV Cultura; Gioconda Bordon, da Rádio Cultura; José Ângelo Gaiarsa, médico pscicoterapeuta; Mário Lorenzi, jornalista e escritor.

Cruz e Souza


Imortal atitude

Abre os olhos à Vida e fica mudo!
Oh! Basta crer indefinidamente
Para ficar iluminado tudo
De uma luz imortal e transcendente.

Crer é sentir, como secreto escudo,
A alma risonha, lúcida, vidente...
E abandonar o sujo deus cornudo,
O sátiro da Carne impenitente.

Abandonar os lânguidos rugidos,
O infinito gemido dos gemidos
Que vai no lodo a carne chafurdando.

Erguer os olhos, levantar os braços
Para o eterno Silêncio dos Espaços

E no Silêncio emudecer olhando...

quarta-feira, novembro 08, 2006

"Dom Casmurro", por Márcia Lígia Guidin

Se você ler a obra com atenção, vai ver que Bentinho (apelidado de "casmurro", porque velho, viúvo e calado) decide contar sua história desde a infância para compreender algo mais do que o suposto adultério de sua mulher: ele quer saber se ela sempre fora como ele a via depois do casamento: falsa e dissimulada.
Enquanto Bentinho narra seus amores, ele (leia para ver isso) manipula nossas opiniões, pois vai dando pistas de que ela poderia mesmo tê-lo traído e ter tido um filho com o melhor amigo dele. Mas fique esperto(a): é a voz dele, rico e bem-sucedido advogado, que você lê. Capitu não está mais lá no seu "julgamento" para se defender.
Ela já morrera. E ele precisa entender o que houve com seu amor e seu casamento. Ele é, se não nos deixamos enganar e o lermos melhor, um homem conservador, patriarcal, inseguro (filho único de D. Glória, viúva rica). Inseguro e mimado desde menino, só soube, por exemplo, que gostava de Capitu quando ouve, aos quatorze anos, atrás da porta, uma conversa de José Dias com sua mãe.Leva um susto, pois descobre o amor pela voz de outra pessoa.
Crescido, depois de conseguir se livrar do seminário a que estava destinado por promessa de sua mãe (leia a "negociação" que fizeram com Deus...é deliciosa), casa-se com Capitu. E pouco depois do nascimento do filho começam os ciúmes.
Do romance "Dom Casmurro", se alguém nos pedir o tema, devemos dizer que é mais o ciúme que o adultério. Por que a questão central não é o adultério? Porque não sabemos (nem saberemos) se Capitu o traiu.
Machado escreve o romance com total ambigüidade, dando sinais de que de fato a mulher poderia ter traído o marido, mas este, contando sua própria história e sendo tão frágil, também pode ser um psicótico. Esse romance é um exercício de escrita fabuloso, pois até hoje discutimos a força dos argumentos do narrador de "Dom Casmurro".

0,18% destinados

Como fica a concordância com 0,18%?
    1. 0,18% destinado ou 0,18% destinados? - O correto é 0,18% destinado, o termo concorda com o zero.

À diversos

"Essa foi mais uma das homenagens que os parlamentares prestam periodicamente à diversos setores da sociedade. Nesta quarta será a vez dos profissionais de Serviço Social de todo o Estado serem recebidos em sessão solene."
    1. "À diversos" - Há pessoas que duvidam da existência de Deus. Eu já duvido de um repórter, em sua sanidade profissional, escrever "à diversos". É não ter a mínima não noção do fenômeno da crase. Nem macumba tira esse mal.

Mais de uma chapa deverão

"De acordo com isso, estaria sendo feito na maioria dos municípios, menos Senador Guiomard e Brasiléia, locais onde mais de uma chapa deverão disputar as convenções."
    1. "Locais onde" - Basta só "onde"; e
    2. "Mais de uma chapa deverão" - O correto é cerca de mil pessoas ocuparam a praça, perto de trinta deputados perdem o mandato, mais de um governador assumiu a promessa e mais de uma chapa deverá.

terça-feira, novembro 07, 2006

Se tornaria

"Jamais imaginei que a velha lamparina, adquirida em maio como peça de decoração, se tornaria realmente útil para iluminar minha casa durante as noites dos últimos dois meses."

    1. "Se tornaria" - Quando o verbo encontra-se no Futuro do Pretérito ou do Presente, o pronome fica no meio do verbo, é a chamada mesóclise. Os jornais, há algum tempo, não obedecem a essa regra. Para mim, texto de repórter deve ser elegante, porque o leitor merece o melhor. O correto é iria se tornar ou tornar-se-ia.

Desde por volta

"Os clientes e usuários começariam a se concentrar em frente da agência desde por volta das sete da manhã, o que não acontecia em outros anos, relata o gerente."
    1. "Desde por" - "Desde" é preposição. Por causa disso, não se escreve desde às 22h, mas "desde as 22h", porque não usaremos duas preposições: desde + a(o). A exceção, "até às" ou "até as" 22h. O correto é "desde as 7 horas".

Junto a

"As empresas têm até cinco dias, a partir da data da publicação da lista, para retificar qualquer erro contido no cadastro. Para isso, elas devem entrar com uma petição junto ao Procon e comprovar o erro apontado."
    1. "Junto ao Procon" - Isso que dizer que elas devem entrar com uma petição perto do Procon, "junto a" significa "perto de". Ora, não é essa a idéia. A idéia é "elas devem entrar com uma petição no Procon".

À essas

"A principal punição à essas empresas é a divulgação dessa lista pela imprensa."
    1. "À essas" - Não há acento grave, indicador do fenômeno da crase, antes de "essa", muito antes de "essas", plural. Só rezando!

segunda-feira, novembro 06, 2006

Lula & Cicarelli

Macaco Simão

O Lula e a galega!!! E onde está a nossa musa??? Desta vez o Lula não pode falar que não viu!!! Rárárá!!!
A Cicarelli está lá para manter o seu posto de musa do verão que a Dona Marisa quer desbancar!!! Dona Marisa é forte concorrente à musa do verão!!! O maiô dela foi comoção nacional!!!
O que paralisou a nação mesmo foi o maiô da Dona Marisa. Agora, vamos combinar? Maiô branco com estrela vermelha na pança??? Pança não, PANCEPS!!!
Dona Marisa com seu maiô branco e estrela vermelha na panceps!!! E já falaram de tudo, que ela parece caixa de bombinha de São João!! Rárárá!!! Mas o que eu acho que parece mesmo é um barril da Texaco!!
Se vier cheio de petróleo eu vou adorar!!! Outros disseram que a Dona Marisa já apareceu com este maiô que é um atentado ao pudor, e a gente ainda quer que ela fale???? Rárárá!!! Melhor ficar assim!!

Juntamente com

"No caso do TSE, será proclamada a recondução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à chefia do Executivo por mais quatro anos, juntamente com o vice, José Alencar, a contar de 1º de janeiro de 2007."
    1. "Juntamente com" - Por favor, só "com".

Tinham entregue

"Até ontem, à tarde, apenas o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B) tinham entregue ao Tribunal Regional Eleitoral do Acre suas prestações de contas completas das eleições gerais de 1º de outubro no Estado."
    1. "Tinham entregue" - O correto é "tinham entregado". Incorreto dizer "tinha pago". O correto é "tinha pagado."

Houveram 41 casos

"Souza exibiu números da Secretaria Estadual de Saúde que mostram uma diminuição de casos neste ano. Na última semana, houveram 451 casos de diarréia, o principal sintoma da doença."
    1. "Houveram 41 casos" - Houve 451 casos.

A incidência têm & este ano

"A incidência de virose, causada por rotavírus, têm sido menor este ano em relação ao ano passado. E sem mortes, contra oito em 2005. É o que relata o diretor-geral do Hospital de Urgências e Emergências de Rio Branco (Huerb), Antônio Gonçalves de Souza, no que concorda o secretário municipal de Saúde, Eduardo Farias."
    1. "Têm" - Onde está o sujeito que concorda com o verbo "têm"? O verbo concorda com "incidência", não há, portanto, "têm", mas "tem";
    2. "Este ano" - O correto é "neste ano";
    3. "E sem mortes, contra oito em 2005". "(...) em relação ao ano passado e, comparado a 2005, não houve morte";
    4. "No que concorda" - O verbo concordar pede a preposição "em" ou "com". Podemos falar "concordo com tudo" ou "concordo em tudo". Há caso em que não se usa "em que", por exemplo, "todos concordaram que aquele parecer era o mais avisado". Eu tenho preferência por "com que concorda o secretário (...)."

sábado, novembro 04, 2006

Conselho de Área

Hoje, mais uma vez, a área Literatura-Língua Portuguesa reuniu-se para traçar o plano de curso do primeiro ano (ensino médio) para 2007, na escola Heloísa Mourão Marques.
Antes, a professora Alessandra leu a ata que determinou alguns pontos para Literatura na última reunião.
Por exemplo, em sua leitura, a partir do próximo ano, os professores de Literatura levarão textos literários para a sala de aula. Literatura é texto para ser lido, compreendido e interpretado em sala.
Mas, como o professor Tadeu defendeu a idéia de que o historicismo literário não deve ser excluída, algo com que não concordei, a área aprovou esse historicismo. Para isso, um trabalho, escrito à mão, servirá para a avaliação.
Falta mais sobre Literatura.
Chegamos hoje a iniciar algo sobre Redação para o primeiro ano. Para a próxima reunião, os professores deverão apresentar um plano de curso. Aqui, coloco algumas idéias.
  1. Nos três anos do ensino médio, o professor precisa lecionar texto dissertativo;
  2. No primeiro ano, deve haver, também, texto narrativo, mas sua carga horária precisa ser menor;
  3. Primeiro ano: 8o% de dissertação e 20% de narração;
  4. Devemos seguir a orientação da Copeve sobre Redação;
  5. Devemos seguir os Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa sobre reconstrução textual;
  6. É preciso definir essa construção de forma bem detalhada;
  7. Precisamos massificar exercícios gramaticais a partir de problemas apresentados pelos alunos em suas dissertações;
  8. Precisamos criar um modelo de folha para a dissertação.

Esses, alguns pontos.

Na próxima reunião de área, pedirei que os professores mostrem, concretamente, como lecionam dissertação em sala de aula (ou na "caixa-preta"). Desejo questionar e ser questionado, e muito.

Notas da Ufac

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE-Rio Branco(AC)-Federal

Dados do MEC - Inep

Agronomia E 2003
Agronomia E 2002
Agronomia C 2001
Agronomia D 2000

Ciências Biológicas C 2003
Ciências Biológicas C 2002
Ciências Biológicas C 2001
Ciências Biológicas C 2000

Direito B 2003
Direito A 2002
Direito B 2001
Direito C 2000
Direito C 1999
Direito E 1998
Direito C 1997
Direito E 1996

Economia D 2003
Economia C 2002
Economia C 2001
Economia C 2000
Economia B 1999

Enfermagem C 2003
Enfermagem C 2002

Engenharia Civil C 2003
Engenharia Civil C 2002
Engenharia Civil C 2001
Engenharia Civil C 2000
Engenharia Civil C 1999
Engenharia Civil C 1998
Engenharia Civil - 1997
Engenharia Civil - 1996

Física D 2003
Física E 2002
Física - 2001
Física - 2000

Geografia C 2003

História C 2003
História A 2002

Letras D 2003
Letras C 2002
Letras C 2001
Letras C 2000
Letras D 1999
Letras E 1998

Matemática C 2003
Matemática C 2002
Matemática C 2001
Matemática C 2000
Matemática C 1999
Matemática E 1998

Pedagogia C 2003
Pedagogia B 2002
Pedagogia B 2001

Química E 2003
Química E 2002
Química - 2001
Química - 2000

sexta-feira, novembro 03, 2006

MachadO de aSSis

A mensagem na garrafa

Em "Por um Novo Machado de Assis", o crítico inglês John Gledson busca decifrar o sentido último das ficções do autor de "Dom Casmurro"

ADRIANO SCHWARTZESPECIAL PARA A FOLHA

Poucos críticos literários praticam seu ofício com tanta retidão quanto John Gledson, que está lançando "Por Um Novo Machado de Assis", uma coletânea de ensaios sobre o autor de "Dom Casmurro", tema principal de seus estudos há muitos anos. Isso fica claro quando se constata como ele valoriza e defende outros críticos de sua própria linhagem, sem, no entanto, deixar de fazer restrições ou apresentar discordâncias -e o exemplo maior aqui é Roberto Schwarz. Mas, principalmente, isso fica ainda mais claro pelo modo como discute os autores com os quais não se alinha.
Ele os nomeia e aceita com prazer e abertura o debate, sem em nenhum momento tentar desqualificar qualquer "oponente". Gledson não vê, inclusive, nenhum problema em afirmar que mesmo posições e pressupostos teóricos bastante incompatíveis com os dele podem até levar a conclusões próximas -e o exemplo evidente aqui é Abel Barros Baptista.
Intenção do autor Nos 14 textos reunidos no volume, o autor analisa contos, crônicas, a personagem Capitu, as relações entre literatura e história, leituras femininas e até faz "especulações sobre sexo e sexualidade" em Machado de Assis e Graciliano Ramos: cada abordagem reforça a percepção de que se trata de um pesquisador com profundo domínio de seu assunto.
Em vez, contudo, de discutir um ou mais ensaios, o que seria difícil por conta dos limites de espaço, gostaria de brevemente comentar uma idéia sempre defendida por John Gledson e que é aqui mais uma vez retomada -a questão da intenção do autor: "Como afirmei então [em "Impostura e Realismo'], eu era (e continuo sendo) um "intencionista declarado" no sentido (restrito) que "acredito ser uma parte essencial do papel do crítico revelar os significados que o escritor pretendia comunicar".".
Corajosa e contestável, tal posição, ainda que na prática seja assumida por muitas pessoas, raramente nos dias de hoje é defendida de modo público, uma vez que se aproxima da idéia do senso comum a respeito do texto artístico (qualquer professor se lembrará com facilidade das inúmeras vezes em que, depois de analisar em sala de aula um conto ou poema, ouviu, com variações, a pergunta: "Mas o autor quis realmente dizer isso?").
Questão rica e polêmica na história dos estudos literários, atualmente ela é pouco debatida. Como amostra do problema, pode-se tomar um exemplo extraído de "O Espelho". O protagonista da narrativa, a certa altura do enredo, recebe da tia o "privilégio" de ter em seu quarto um espelho, assim descrito: "Obra rica e magnífica, que destoava do resto da casa, cuja mobília era modesta e simples... Era um espelho que lhe dera a madrinha, e que esta herdara da mãe, que o comprara a uma das fidalgas vindas em 1808 com a corte de d. João 6º".
Gledson se pergunta as razões de o escritor ter inserido o "pedigree" da peça no conto e conclui: "O Brasil de fato tornou-se um império independente sob a regência de d. Pedro 1º, filho de d. João, em 1822, mas esta era a primeira etapa do processo. Valendo-me da metáfora de Machado: pela primeira vez o país se viu no espelho (...). Não consigo imaginar nenhum outro motivo para a menção do pedigree".
Assim como o objeto refletia um borrão quando Jacobina nele se olhava, ele refletiria, figuradamente, o problema da "existência do Brasil como nação". Pode-se, é claro, argumentar assim. Será, contudo, que isso não implica forçar um pouco a interpretação? Será que o "pedigree" não está ali, de modo mais simplório, só para, por contraste, reforçar a boçalidade desse narrador (Jacobina pouco antes assumira a narração) que se julga tão importante? Ir além dos significados Pensando em termos mais genéricos, quando se fala em intenção, é legítimo especular qual é ela? Ou qual o seu propósito? Para dizer de outro jeito, incorporando a premissa: qual teria sido a intenção de Machado de Assis ao intencionalmente cifrar sua obra, em transformar seus contos e romances em uma espécie de mensagem na garrafa para críticos futuros?
Isso não seria mais ou menos o mesmo que diagnosticar uma doença grave, potencialmente fatal, escrever um relatório sobre ela e guardá-lo em uma gaveta trancada para ser lido décadas depois, quando o doente já há muito morreu e virou pó? Ninguém duvida de que existe, em certa medida, uma intenção autoral; talvez existam também "diagnósticos" e "relatórios", mas a obra de qualquer grande escritor necessariamente transcende a sua própria capacidade de compreendê-la, e a tarefa do crítico é ir além "dos significados que pretendia comunicar", como, certamente fazem, a despeito de suas "intenções", estes ensaios, cheios de percepções agudas e relevantes, de John Gledson.

ADRIANO SCHWARTZ é professor de literatura da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e autor de "O Abismo Invertido - Pessoa, Borges e a Inquietude do Romance em "O Ano da Morte de Ricardo Reis'" (Globo).POR UM NOVO MACHADO DE ASSISAutor: John Gledson Editora: Companhia das Letras (tel. 0/ xx/11/3707-3500) Quanto: preço indefinido, 440 págs.

quarta-feira, novembro 01, 2006

À Lula

“Não posso entrar num partido que faça oposição à Lula”, afirmou.
1. Outro jornalista escreve "à Lula". É a maldição na língua portuguesa.

À Brasília

"Os vôos que partem com destino à Manaus estão saindo normalmente. Já os vôos com destino à Brasília estão sofrendo atrasos por parte do excesso de tráfego no espaço aéreo da cidade", explicou.
1. Como pode um repórter escrever "à Brasília"? Pior: estuda na faculdade.

JornalisTa 1

"Segundo o superintendente da Infraero no Estado, Jaílson Mendes de Araújo, apenas os vôos com destinos à Brasília estão sofrendo atrasos."
1. Acento grave, indicador do fenômeno da crase, antes de Brasília. Minha nossa!