domingo, março 18, 2012

Quando Deus é o Mal

Quem é Deus na língua de certos evangélicos? Serpente, Mal com aparência de Bem. Segundo a revista Veja, o pastor Marcos Pereira, 55 anos, extrapolou as fronteiras de sua igreja, a pentecostal Assembleia de Deus dos Últimos Dias, com sede no Rio de Janeiro e com filiais no Paraná e no Maranhão.
 O número do processo não é o da besta, 666; porém, mesmo assim, o conteúdo do processo 902-00048/2012 possui a monstruosidade do Mal.

O pastor é acusado de encenações de cura pela fé, estupro, tortura de criança e relações criminosas com os marginais aos quais esbravejava promessas de “salvação do demônio”.
Pela palavra de Deus (?), o pentecostal Marcos cobrava 20 mil reis para pregar na favela. Judas recebeu bem menos para trair Jesus.


Um dos nomes que o acusa é José Junior, 43 anos, coordenador da ONG AfroRegae. “Trata-se de um psicopata”. O pastor tinha um plano para matá-lo.
Matar, ele pode, mas seus fiéis são proibidos de beber refrigerante, de ouvir rádio, de ver televisão e de tomar remédio, porque a igreja encarrega da cura, desde que o fiel pague uma taxa extra via boleto bancário, distribuído durante a pregação.
Como escreveu certa vez Nietzsche, “Deus também tem seu próprio inferno, que é amar aos homens”.
Marcos, no entanto, não está só. A Igreja do Evangelho Quadrangular tem 3 milhões de membros e são cerca de 15 mil igrejas espalhadas por este “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”.
O seu pastor arrecada por ano meio bilhão de reais. O nome dele, Mário de Oliveira, acusado de encomendar assassinar, “em nome de Deus”, sua cunhada por causa de R$ 800 mil reais.
O Mal é aparência, e aparência é a verdade, bastando somente isto: em nome do Senhor, seduzir.