sábado, maio 05, 2007

Matéria de Jairo Barbosa

Estou preparando uma matéria bem mais ampla sobre essa irregularidade financeira no Sinteac. Na terceira semana de maio, ela será publicada.

Ouvirei várias pessoas, inclusive, o vereador Márcio Batista e a professora Elza Lopes. Já comecei a investigar, a comparar dados e a olhar documentos relacionados à auditoria.

Por enquanto, bloguista, leiamos a matéria do jornalista Jairo Barbosa.
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Vereador comunista é acusado
de gastos irregulares no Sinteac


O Ministério Público Estadual analisa desde o mês passado denúncia de desvio de dinheiro e de gastos irregulares praticados pelos ex-presidentes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteac), Márcio Batista (PC do B) e Elza Lopes (PT).
Batista, atual líder do prefeito na Câmara de Vereadores, comandou o maior sindicato do Estado no período de setembro de 2001 a setembro de 2003. Elza Lopes substituiu o camarada até 2005.
Em uma auditoria do contador Paulo Ferreira de Sousa, especialista em auditoria, a pedido da atual direção do sindicato, ficou comprovado que os ex-dirigentes praticaram uma série de irregularidades que vão desde a compra “fantasma” de gasolina a pagamento de despesas com bebida alcoólica com cheque da entidade.
No documento, que contém 180 páginas, o auditor afirma que as administrações deixaram de atender aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade e da eficiência.
Durante meses, as contas do Sinteac, no período da administração do vereador Márcio Batista e da professora Elza Lopes, foram analisadas com muito rigor e reprovadas na prestação de contas.
Os dois, segundo o relatório, deixaram ainda de elaborar um projeto de orçamento anual, exigido no artigo 20°, do estatuto social da entidade.

Gastos com passagens aéreas

No mês que assumiu o sindicato, Márcio Batista autorizou despesas de R$ 2.132,49 para a compra de passagens aéreas, mas, diz o documento, não apresentou comprovantes das passagens com utilização dos respectivos trechos, bem como a finalidade da viagem.
No ano seguinte, Batista gastou R$ 3,3 mil no frete de um avião, no entanto, argumenta o auditor, não consta nenhuma justificativa para o fretamento da aeronave e, muito menos, trecho a ser percorrido. Parece que voar era o hobby do ex-presidente.
Em agosto de 2002, ele gastou R$ 3,5 mil novamente com passagens aéreas sem apresentar comprovantes de embarques e sem justificar o motivo da viagem.

Gasolina e despesas em bares

O relatório mostra que nunca o Sindicato da Educação gastou tanto com combustível como na gestão do vereador do PC do B. Em 7 de março de 2003, o sindicato pagou ao Posto Líder R$ 10 mil para comprar combustível, quantia considerada excessiva diante da pequena frota da entidade. No mês seguinte, os gastos chegaram a R$ 12 mil, e a frota continuava a mesma.
Em uma churrascaria da cidade, o presidente assinou uma nota de R$ 1 mil, mas, na prestação de contas, não apresentou o recibo da despesa.