segunda-feira, janeiro 28, 2013

A normalidade do ilegal


Retirei as fotos do blogue do Altino Machado.


Poder público 1
Boate Posch Club, Rio Branco, Acre, situada à sombra de uma torre elétrica,
com permissão do poder  público

Poder público 2
Boate SE7, Rio Branco, Acre, situada em posto de gasolina,
com permissão do poder público 

domingo, janeiro 27, 2013

Santa Maria, mãe de Deus, rogai...


Somos um país abençoado por Deus e maldito por corruptos políticos e por desgraçados empresários.

Somos um povo que entrega tudo a Deus, por isso que, em cada câmara de vereadores, em cada assembleia legislativa e no Congresso deste "Berço Esplêndido", há um crucifixo, símbolo de dor.

Nossos corruptos políticos, entretanto, não sentem dor, seus corpos queimados e pisoteados jamais apareceram empilhados à porta das câmaras, das assembleias e do Congresso.


Sem alvará desde agosto de 2012, sem a devida segurança e sem a edificação devida, a boate Kiss lucrava de forma ilegal, porque estado e município não fiscalizam.

Ela estava, quem sabe, entregue também a Deus. 
Somos um povo que entrega tudo a Deus.

Mas hoje, por volta das 2 horas da madrugada, foi o poder público que entregou mais de 200 mortos a "Santa Maria", mãe de Deus, rogai por políticos corruptos, pecadores, canalhas.

Quando, no lugar de inocentes, iremos ver esses políticos queimados, pisoteados e empilhados?  



Salvem Glória Perez


Flávio Ricco

COLUNA DO FLÁVIO RICCO

Ana Beatriz também está na fila dos insatisfeitos em "Salve Jorge"

Flávio Ricco*
Colunista do UOL



  • Divulgação/TV Globo
    Ana Beatriz Nogueira é Rachel em "Salve Jorge"
    Ana Beatriz Nogueira é Rachel em "Salve Jorge"
A informação é de pessoas próximas à atriz e, segundo elas, Ana Beatriz Nogueira não vê o momento de encerrar seu trabalho em “Salve Jorge”.
De acordo com esse pessoal, ela não está nada feliz com os rumos da personagem, Rachel.
Na verdade, outros atores também estão insatisfeitos, porque a divisão de cenas continua muito longe do que eles entendem como ideal. 

Veja cenas da novela "Salve Jorge"



Foto 178 de 181 - 24.jan.2013 - Lívia (Claudia Raia) está na mira de Helô (Giovanna Antonelli), já que as informações que a delegada levantou sobre a morte de Jéssica (Carolina Dieckmann) não batem com o depoimento da toda poderosa do ramo da moda. Helô conclui que as torneiras do banheiro devem ter sido arrancadas como desculpa para o local ser interditado e, logo, Lívia teria mentido. Jô (Thammy Miranda) ainda confirma que não havia marcas nas mãos de Jéssica que comprovassem que ela própria retirou as torneiras. No ar em: 24/1/13O problema é que Helô nem cogita ainda a possibilidade de Lívia estar envolvida no crime. Divulgação/TV Globo
*Colaboração de José Carlos Nery

FLÁVIO RICCO

Jornalista, passou por algumas das mais importantes empresas de comunicação do país, como Tupi, Globo, Record e SBT. Dirigiu o "Programa Ferreira Netto" e integrou a equipe do "SBT Repórter". Escreve sobre televisão desde 2003. Email: colunaflavioricco@uol.com.br

sábado, janeiro 26, 2013

Saia muito curta mostra...


o prefixo "mini" segue a mesma regra, por exemplo, de "macro".

Se a palavra posterior não começar pela mesma vogal, não se coloca hífen, portanto: minibar.

Se começar pela mesma vogal, coloca-se hífen: mini-inimigo.


E se a palavra iniciar-se por "h"? Fica mini-hipócrita.

E por "r"? Fica minirregião, minirretrospectiva.

E por "s"? Fica minissaia, minissubmarino.


Saia muito curta pode mostrar ignorância.

sábado, janeiro 19, 2013

Pastor Adélio responde a meu blogue



Josafá, só vc para me fazer rir de homens que se dizem sérios pela graça de uma fortuna bancária.

Quando o PT acriano não sabe brincar (3)


Quando trabalhei nos jornais Página 20 e A Tribuna,sempre escrevia a respeito do Carnaval com a finalidade de oferecer ao leitor uma compreensão simbólica da Festa de Momo.

Minha preocupação era devolver a essa belíssima festa popular o significado original de seus significantes.

Minha escrita tinha como mestres ótimos autores. No final dos textos, deixava indicação bibliográfica.

No Acre, em verdade, nunca houve a vivência do Carnaval autêntico, mesmo porque essa festa nunca foi organizada de forma livre, criativa, original, isto é, sem o controle do dinheiro público.

Quando o governo anuncia que cancelará o Reino de Momo neste ano por falta de grana, adianto-me e publico aqui o texto que um dia deixei nas páginas de jornais acrianos.


O Reino desencantado de Momo

Quando Momo receber as chaves do prefeito, mais uma vez ele abrirá as portas da cidade para o Carnaval, e uma multidão sem rosto irá se aglomerar em frente à prefeitura para ouvir a Banda Sam Brasil. Aquilo que o poder público habituou-se a chamar de festa popular, vai para as ruas ao som da cultura de massa.

Comercializada e descaracterizada pelo lucro do comércio e pela ignorância do poder público, Momo dança ao som do pagode mais brega, canta a letra mais vulgar do Tchan, se diverte numa festa que não é mais dele; seu Reino, o da Carnavalização, sem mais nenhum sentido histórico e alegórico, massificou-se; perdeu qualquer referência com o passado.

“O Carnaval para mim é um momento que eu me divirto por divertir, é uma festa que eu quero esquecer os problemas, beber muito, muito mesmo”, conta Ricardo, um folião rio-branquense. “No carnaval, quero beber até cair e comer muita mulher, porque no Carnaval dá muita mulher”.

Como muitos, Ricardo é só mais um que irá “brincar”, de maneira inconsciente, mais uma vez no Carnaval. Representante maior de um reino desfigurado, Momo governa por três dias um mundo deserdado de qualquer significação histórica. 

MOMO, O REI DA CARNAVALIZAÇÃO

Opondo-se ao discurso oficial, ou seja, à linguagem que regula as desigualdades sociais, o Carnaval promove a ascensão do avesso, porque faz emergir a força subversiva do mundo inferior (o Inferno), do mundo baixo, que, ao receber as chaves do prefeito por meio do Rei Momo, estimula a circulação do Riso, da Brincadeira, da Paródia, do Escárnio, da Ironia, da Máscara, do Louco, da Festa – palavras que foram excluídas pela disciplina do trabalho (o dia, a luz) e das instituições (razão reguladora).

Se o trabalho arranca o suor do rosto, se é sacrifício e exploração; se a lei não pune os ricos, a Festa de Momo rebaixa quem domina e explora, visto que, por ser Festa,  ri, provoca pilhéria, escárnio; faz uso da máscara, da fantasia para   desvelar as aparências da classe dominante.

Profundo conhecedor da função política do Carnaval, o marxista russo Mikhail Bakhtin dá um sentido original à Festa de Momo, negando a ela qualquer aproximação com o vulgar ou a massificação.

“O motivo da máscara é mais importante ainda. É o motivo mais complexo, mais carregado de sentido da cultura popular. A máscara traduz a alegria das alternâncias e das reencarnações, a alegre relatividade, a alegre negação da identidade e do sentido único, a negação da coincidência estúpida consigo mesmo”, diz Bakhtin.

Nesse sentido, o mundo social, regulado pela classe dominante, não coincide com ele mesmo no Carnaval: é metáfora – fantasia que inverte, distorce, altera, re-apresenta, mostra, revela a face oculta do opressor.

Outro estudioso dessa Festa Profana, o antropólogo Roberto DaMatta explica.  “Na fantasia carnavalesca, que revela muito mais do que oculta, já que uma fantasia, representando um desejo escondido, faz uma síntese entre o fantasiado, os papéis que representa e os que gostaria de desempenhar”.

Assim, conduzindo o Reino da Carnavalização, o Rei Momo, na condição de um aristocrata (aristo = os melhores e crata = poder), recebe a chave e convoca todo o poder político do Carnaval para reinterpretar a ordem social regida por uma classe social que domina e explora. Se essa mesma ordem discrimina e cria as desigualdades entre classes, Momo provoca o Riso a fim de nivelar a opressão à condição do comum e do vulgar. A Festa de Momo, portanto, destrona a classe dominante. 

“O riso foi enviado à Terra pelo diabo, apareceu aos homens com a máscara da alegria e eles o acolheram com agrado. No entanto, mais tarde, o riso tira a máscara alegre e começa a refletir sobre o mundo e os homens com a crueldade da sátira”, finaliza Bakhtin. “O Carnaval (repetimos, na sua acepção mais ampla) liberava a consciência do domínio da concepção oficial, permitia lançar um olhar novo sobre o mundo; um olhar destituído de medo, de piedade, perfeitamente crítico, mas ao mesmo tempo positivo e não niilista, pois descobria o princípio material e generoso do mundo, o devir, e a mudança, a força invencível e o triunfo eterno do novo, a imortalidade do povo”.

A METÁFORA DE MOMO

Filho do Sono e da Noite, Momo, oposto à exploração do trabalho, deseja o ócio, assim como os sacerdócios, só que o ócio de Momo não é sagrado: é profano, isto é, seu ócio (palavra que vem do grego “sxolé”, donde deriva escola, lugar onde se adquire saber) promove a corrosão do Riso, da Máscara, da Festa, da Paródia – palavras cujas funções invertem a “normalidade” do mundo.

Gordo, digo, excessivamente gordo, no Reino de Momo, o da Festa, prevalece o Exagero, o Excesso, a Abundância, a Fartura, para que todos possam, alegres, se deliciar. No Reino de Momo, Riso, Paródia, Fantasia, Brincadeira negam nos três dias as diferenças entre ricos e pobres para que seja devolvido aos mortais uma Louca confraternização.

O folião ( folie em francês) significa loucura. Ora, o que faz o louco senão colocar do avesso a normalidade do mundo. Uma vez sem a censura da razão cínica, a mesma razão que nos guia à luz do sol, o folie, à noite, regido pela lua, faz vir à tona valores, falas e comportamentos censurados pela “normalidade” do dia. Em seu Reino,  Momo, gordo, significa o excedente roubado pelo trabalho e pela lei. 

“A loucura tem uma força maior do que a razão, porque, muitas vezes, aquilo que não se pode conseguir com nenhum argumento se obtém com uma chacota”, nos ensina Erasmo de Rotterdam. “Que é, afinal, a vida humana? Uma comédia. Cada qual aparece diferente de si mesmo; cada qual representa o seu papel sempre mascarado, pelo menos enquanto o chefe dos comediantes não o faz descer do palco. O mesmo ator aparece sob várias figuras, e o que estava sentado no trono, soberbamente vestido, surge, em seguida, disfarçado em escravo, coberto por miseráveis andrajos. Para dizer a verdade, tudo neste mundo não passa de uma sombra e de uma aparência”.

Pois bem, o Carnaval, des-cobrindo as aparências,   destrona o rico, a lei que não o pune; rebaixa quem oprime e rouba com a maior desfaçatez. Nesse sentido, a Festa de Momo é popular.

A PERDA DE SENTIDO

Esse Carnaval, entretanto, que teimam em chamar de popular, não existe em Rio Branco. Momo, aqui, está morto, ou melhor, ressurgiu das cinzas a serviço da cultura de massa, cuja função é deformar tudo em mercadoria vulgar. Nessa indústria cultural, cultura de consumo, Momo não passa de objeto, carcaça sem sentido histórico e alegórico. Coisificado pela cultura de massa, Momo reina, pois, num reino desencantado – “No Carnaval, quero beber até cair e comer muita mulher, porque no Carnaval dá muita mulher”.

Nesse detrito cultural do entretenimento, a banalidade deposita no espaço público ruínas simbólicas; espalha a chaga da alienação; faz da rua um depósito para entulhar indigentes culturais. Sem identidade, no reino desencantado de Momo (e no Acre não se usa fantasia, máscara - não há metáfora), mediante este processo,  ninguém se reconhece em seu reino.

“A cultura de massa preenche os vazios do silêncio que se instalam entre as pessoas deformadas pelo medo, pelo cansaço e pela docilidade de escravos sem exigências”, conclui Theodor W. Adorno

Bibliografia

A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento, de Mikhail Bakhtin, editora Hucitec

Carnavais, Malandros e Heróis, de Roberto DaMatta, editora Guanabara

O Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam, editora Abril

O Fetichismo na Música, de Theodor W. Adorno, editora abril

O Riso, de Henri Bergson, editora Guanabara
   


Quando o PT acriano não sabe brincar (2)


O prefeito de Rio Branco, Marcos Viana (PT), e o governador do Acre, Tião Viana (PT), não colocarão um centavo na Festa de Momo.

O PT acriano, desde que começou a administrar prefeitura e estado, jamais soube colocar para a população o verdadeiro significado cultural do Carnaval.

A TV Aldeia, por sua ignorância, por seu aparelhamento, por suas escolhas desqualificadas, transmitiu a Festa de Momo de forma (e de conteúdo) sempre burra, ela nunca soube transmitir o original sentido histórico do Carnaval com seus repórteres inocentes e incultos.

Quando ocorre a Parada Militar, a população dá significado a ela; mas, quando acontece o Carnaval, essa mesma população não sabe o sentido de "Momo", "fantasia", "máscara", "riso".

Como o Carnaval perdeu o seu sentido simbólico no Acre, evangélicos ainda o satanizam, e o governo com a imprensa local a cada ano reafirma a ideia de ser uma festa violenta.

Nada contra as suas pessoas, mas Dudé e Nena, funcionários que organizam a festa popular, são muito responsáveis pela morte simbólica do Carnaval acriano.

Triste é a população que tem festa popular organizada pelo poder público.

Quando o PT acriano não sabe brincar (1)


Foto e legenda retiradas da rede social. 

Marcos Viana (prefeito de Rio Branco) e Tião Viana (governador do Acre), ambos do PT, não brincarão no Carnaval porque não haverá a Festa de Momo. Não há dinheiro.

No entanto, sempre o governo injeta dinheiro público na Expo-Acre, justificando que ela gera milhões ao estado. Mas, para o Carnaval, não há dinheiro.

Hoje, o jornal O Globo publicou ontem que o governo federal fez o segundo repassa do Fundo de Participação dos Estados (FPE). O valor distribuído foi de R$ 774,8 milhões segundo o Ministério da Fazenda.

O Bando do Brasil, que faz o repasse, chegou a informar mais cedo que o repasse chegou a R$ 968,5 milhões.

O primeiro repasse, em 10 de janeiro, o valor foi de R$ 2,68 milhões.

Na nota do Tesouro, o governo informa que que foram repassados R$ 774,8 milhões para os estados por meio do FPE, e outros R$ 810,6 milhões por meio do Fundo de Participação dos Municípios.

Ainda há repasse de recursos do IPI-Exportação e do Fundeb.

Mas os gastos públicos não pertencem à vontade da sociedade organizada, mas a um grupo político que "privatiza" o erário, por exemplo, dando emprego a parentes no setor público, como é o caso do governado Tião Viana segundo a revista Veja.
Na foto acima, lá está a pessoa que está construindo um posto de gasolina só seu, sem que tenha salário para tanto.

Outro secretário constrói um hotel na quarta ponte.

Crise?

sexta-feira, janeiro 18, 2013

O sangue de Jesus tem poder... econômico


A fé de Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, rendeu a ele uma fortuna de R$ 2 bilhões.

2 bilhões de reais.

A crença de Valdemiro Santiago, da Igreja  Mundial do Poder de Deus, faturou para ele R$ 400 milhões.

400 milhões de reais.

A devoção de Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, lucrou R$ 300 milhões.

300 milhões de reais.

Existem mais pastores na revista Forbe, mas paremos por aqui, porque cabe uma pertinente pergunta: quanto Jesus Cristo tinha no banco?

Poucos sabem, mas o Messias, um grande cobrador de dízimo, aplicou muito a sua grana no banco Império Romano Ltda. Jesus não só pregava a palavra como também empregava muito dinheiro no sistema financeiro de Jerusalém.

Não só.

O Senhor também investia em micro e pequenas empresas, por exemplo, na carpintaria de  José, seu pai,  que se enriqueceu por causa do empréstimo do Filho, mesmo com juro (do) altíssimo.

Jesus também investiu muito na produção pesqueira de Simão. Depois de lançar ao mar a rede de pesca, Jesus abriu o comércio Peixes da Galileia, tornando-se sócio de Pedro.

Tempos depois, o apóstolo negou o Mestre três vezes antes que o galo cantasse, com a  finalidade de ser o único dono da peixaria.

Nessa época, Jesus Cristo, é bem verdade, era menos rico do que Edir Macedo e Silas Malafaia; mas, mesmo assim, o Messias tinha um largo e divino patrimônio, avaliado, em moeda  romana da época, em torno de 50 milhões de áureos, algo um pouco acima de 200 milhões de reais.


Só Jesus salva...

a sua conta bancária. Muito bem-sucedido no mundo sagrado das finanças, o homem que veio ao mundo para nos salvar dos juros baixíssimos da poupança deixou exemplo de como investir em banco, por isso a fé dos pastores Edir Macedo e Silas Malafaia é muito bem aplicada em mercado de ações, em renda fixa, em câmbio, títulos do governo, em ouro e, principalmente, neles: os fiéis.

Que diga a "bispa" Sônia, da Igreja Renascer. Com uma fortuna cristã abençoada em R$ 120 milhões, ela não fez, como Jesus, o milagre do pão e do peixe ou de transformar água em vinho - ninguém é perfeito -, mas fez o milagre em 2007 de transformar a palavra do Senhor, a Bíblia, em mil reais não declarados e encontrados pelo FBI, a polícia federal norte-americana.     


Só Jesus salva a conta bancária

Com fortuna de R$ 2 bilhões, Edir Macedo é o pastor evangélico mais rico do Brasil, diz revista

Do UOL, em São Paulo

Forbes lista os seis líderes evangélicos mais ricos do Brasil

Foto 1 de 5 - A revista "Forbes" listou os milionários entre os bispos fundadores das maiores igrejas evangélicas do Brasil. Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, tem fortuna estimada em quase R$ 2 bilhões e lidera a lista AgNews
"Religião sempre foi um negócio lucrativo." Assim começa uma reportagem da revista americana "Forbes" sobre os milionários bispos fundadores das maiores igrejas evangélicas do Brasil.
A revista fez um ranking com os líderes mais ricos. No topo da lista, está o bispo Edir Macedo, que tem uma fortuna estimada em R$ 2 bilhões, segundo a revista.
Em seguida, vem Valdemiro Santiago, com R$ 400 milhões; Silas Malafaia, com R$ 300 milhões; R. R. Soares, com R$ 250 milhões; e Estevan Hernandes Filho e a bispa Sônia, com R$ 120 milhões juntos.

OS SEIS LÍDERES EVANGÉLICOS MILIONÁRIOS, SEGUNDO A "FORBES"

NomeFortunaIgreja
Edir MacedoR$ 2 biIgreja Universal do Reino de Deus
Valdemiro SantiagoR$ 400 miIgreja Mundial do Poder de Deus
Silas MalafaiaR$ 300 miAssembleia de Deus Vitória em Cristo
R.R. SoaresR$ 250 miIgreja Internacional da Graça de Deus
Estevam Hernandes Filho e bispa SôniaR$ 120 milhõesIgreja Renascer
  • Fonte: "Forbes"
Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, além de ser o pastor mais rico do Brasil, possui templos até nos Estados e um jatinho particular, de modelo Bombardier Global Express XRS, estimado em R$ 90 milhões.
Macedo tem 10 milhões de livros vendidos, alguns deles extremamente críticos à Igreja Católica e a algumas religiões africanas.
Seu maior movimento aconteceu na década de 1980, quando adquiriu a rede Record, a segunda maior emissora do Brasil. Além disso, é dono do jornal "Folha Universal", que tem uma circulação de 2,5 milhões de exemplares, e da gravadora Record News.
Seguindo os passos de Macedo, Valdemiro Santiago é ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Após se desentender com o chefe, ele fundou sua própria igreja: a Igreja Mundial do Poder de Deus, que tem 900 mil seguidores e mais de 4.000 templos, muitos deles adornados com imagens dele. Sua fortuna é estimada em R$ 400 milhões.
Silas Malafaia é líder da Assembleia de Deus, a maior igreja pentecostal brasileira. Entre os pastores, ele é o mais polêmico, e se envolve frequentemente em controvérsias com a comunidade gay do Brasil, já que declara ser o maior opositor ao casamento gay.
Ele também é uma figura proeminente no Twitter, onde possui mais de 440 mil seguidores.
Em 2011, Malafaia, cuja fortuna é estimada em R$ 300 milhões, lançou uma campanha a fim de arrecadar R$ 1 bilhão para a sua igreja, com o intuito de criar uma emissora de televisão global, que seria transmitida em 137 países. Os interessados podem contribuir com somas a partir de R$ 1.000, e em troca receberão um livro.
Já o cantor, compositor e televangelista Romildo Ribeiro Soares, conhecido como R. R. Soares, é possivelmente o mais multimídia entre os pastores brasileiros. Fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, R. R. Soares é uma das faces mais regulares da TV brasileira.
Ele também é ex-membro da Igreja Universal do Reino de Deus, além de ser cunhado de Macedo. Autointitulado "missionário", tem uma fortuna estimada em R$ 250 milhões. Seu jatinho particular, de modelo King Air 350, custa "apenas" R$ 10 milhões.
Fundadores da Renascer em Cristo, o "apóstolo" Estevam Hernandes Filho e sua mulher, a "bispa" Sônia, possuem mais de mil igrejas no Brasil e no exterior – várias delas na Flórida, nos Estados Unidos.
Com uma fortuna estimada em R$ 120 milhões, o casal foi manchete dos jornais internacionais em 2007,quando foram presos em Miami sob a acusação de levarem consigo mais de R$ 100 mil não–declarados. Algumas notas estavam escondidas em meio às páginas da Bíblia, segundo agentes norte-americanos.
Eles voltaram ao Brasil um ano depois, onde respondem por outros crimes, entre eles a queda do teto de um de seus templos, que deixou nove pessoas mortas em 2009.
Entre seus ex-fiéis mais conhecidos, está o jogador de futebol Kaká, que doou mais de R$ 2 milhões no período em que frequentou a igreja. Ele deixou a instituição após as denúncias de fraude envolvendo o casal Hernandes.
Ser um pastor evangélico no Brasil é o sonho de muitas pessoas, de acordo com a Forbes. Diferente de muitas igrejas protestantes, que requerem que seus pastores tenham uma graduação, as igrejas neopentecostais brasileiras oferecem cursos intensivos para "criar" pastores com um custo de R$ 700, para poucos dias de aula.
Não é apenas uma questão de dinheiro – Malafaia, por exemplo, chega a pagar salários de R$ 20 mil a seus pastores mais talentosos – mas também de poder, segundo a reportagem.
Muitos pastores brasileiros conseguiram passaportes diplomáticos nos últimos anos. Alguns, especialmente os mais ricos, são cortejados por políticos em época de eleições. Para finalizar, igrejas são isentas de impostos.

Crescimento os evangélicos

A Forbes também destaca o crescimento dos evangélicos no Brasil --de 15,4% para 22,2% da população na última década--, em detrimento dos católicos. Hoje, os católicos romanos somam 64,6% da população, ou 123 milhões de brasileiros. Os evangélicos, por sua vez, já somam 42 milhões, em uma população total de 191 milhões de pessoas.
Para a revista, um dos motivos do crescimento de religiões evangélicas se dá graças à teologia da prosperidade, segundo a qual o progresso material é resultado dos favores de Deus. Enquanto o catolicismo ainda prega um olhar conservador sobre o além-vida, os evangélicos --sobretudo os neopentecostais-- são ensinados a ter prosperidade nesta vida.
A fórmula parece estar funcionando. De acordo com a revista, os evangélicos formam uma parte da nova classe média brasileira, conhecida como classe C. Enquanto isso, os mais ricos e os mais pobres permanecem católicos.
Os evangélicos não só usufruem de seus bens como doam uma parte de sua renda à igreja – prática conhecida como "dízimo" e que também está presente em outras religiões cristãs. Isto faz com que certas igrejas pentecostais sejam negócios altamente lucrativos, e seus líderes, milionários. É a chamada "indústria da fé".