quinta-feira, agosto 21, 2008

Obra do diabo

Igreja Universal é obrigada
a devolver dízimo de fiel em Minas Gerais

Rayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte

A Igreja Universal do Reino de Deus em Belo Horizonte foi condenada a devolver valores destinados à congregação desde 1996, em valores ainda a serem apurados na liquidação da sentença, e ainda ressarcir um homem em R$ 5.000 por danos morais. Segundo o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), o fiel foi considerado incapaz de tomar decisões por contra própria.

Na sentença, desembargadores entenderam que a Igreja Universal fora negligente ao aceitar as doações. "A instituição religiosa que recebe como doação valor muito superior às posses do doador, sem devida cautela, responde civilmente pela conduta desidiosa", disseram desembargadores da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Segundo laudo pericial psiquiátrico pedido pelo tribunal, o doador das quantias é portador de enfermidade de caráter permanente.

Conforme relatos do TJ-MG, o fiel fora compelido a participar de reuniões antecedidas ou sucedidas de pedidos de doações financeiras.

No processo, o freqüentador dos cultos, que não teve seu nome divulgado, foi representado pela mãe.

O fiel trabalhava como zelador e tivera todo o ordenado tomado pela doação que fazia à instituição religiosa. Em dado momento, com o agravamento da doença, fora afastado do trabalho e, segundo dados do processo, passara a emitir cheques pré-datados para a Igreja Universal

Ainda de acordo com o tribunal, o homem contraiu empréstimo em instituição financeira e chegou a vender um lote por valor aquém do que o terreno valia em prol da Igreja Universal.

Com "promessas extraordinárias", segundo o processo, o homem fora induzido a fazer as doações financeiras e, por seu turno, pessoas que tentavam demovê-lo da prática era tachado de "demônio". A mãe seria o principal ente do mal para ele.

Inicialmente, o juiz da 17ª Vara Cível de Belo Horizonte havia argumentado que a incapacidade permanente do doador só fora constatada a partir de 2001, isentando assim a igreja de restituir valores anteriores a esse período.

Estipulou assim em R$ 5.000 o valor a ser reembolsado e mais R$ 5.000 por danos morais.

Tanto a igreja quanto o rapaz, representado pela mãe, recorreram da decisão. Em nova análise, o desembargador Fernando Botelho, relator do recurso, disse entender que a interdição veio apenas corroborar uma situação de incapacidade pré-existente.

A igreja e o incapaz recorreram ao Tribunal de Justiça. O desembargador Fernando Botelho, relator do recurso, entendeu que a interdição do incapaz apenas veio confirmar situação pré-existente.

"Mesmo antes de 1996, ano em que o autor passou a freqüentar as dependências da igreja e a fazer-lhe doações, já apresentava grave quadro de confusão mental, capaz de caracterizar sua incapacidade absoluta, já que, no laudo pericial, restou consignado que ele não reunia discernimento suficiente para a realização dos atos da vida civil", informou em seu despacho o relator do processo.

Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília-DF.

A reportagem do UOL tentou entrar em contato com os advogados da Igreja Universal do Reino de Deus, mas foi informada que um dos representantes da igreja perante o TJ-MG está em viagem a São Paulo e só retorna a Belo Horizonte no sábado.

O advogado Luiz Eduardo Alves, que atuou no caso representando a instituição evangélica, não foi localizado por meio dos números telefônicos repassados à reportagem.

Feijó & Tarauacá

TCE encontra irregularidades
nas prefeituras de Feijó e de Tarauacá

DE Freud Antunes

Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) reprovaram os relatórios de dois prefeitos do interior e decidiram abrir processos para aplicação de multa aos maus gestores na sessão plenária da manhã de ontem.

O primeiro a receber o alerta foi o gestor de Feijó, Francimar Fernandes de Albuquerque, que apresentou diversas irregularidades nos relatórios resumidos de execução orçamentária do 2º e 3º bimestres.

De acordo com a equipe de auditoria do TCE, o prefeito deixou de apresentar diversas informações que prejudicaram a análise dos investimentos feitos em educação e saúde, além de deixar de efetuar o pagamento das contas do município.

Como Francimar apresentou o problema financeiro nos dois processos, o Ministério Público de Contas opinou pela abertura de processo, o que foi aceito pelo relator Antônio Cristóvão Correia de Messias e ratificado pelos outros membros do Tribunal.

Na análise dos relatórios resumidos de execução orçamentária dos 1º e do 2º bimestres de Tarauacá, os conselheiros encontraram um défice de R$ 777 mil, a falta de investimento em educação e saúde, a falta de demonstrativos, o descontrole orçamentário e a falta de comprovante de divulgação dos gastos públicos.

Com tantos problemas, o gestor receberá uma notificação, um alerta e ainda responderá a dois processos que poderão chegar a uma aplicação de multas, sendo uma por rescindir nos problemas e outra pelo atraso na divulgação dos relatórios.

A Gramática nas Eleições



Hoje, pela primeira vez, eu vi a língua portuguesa na campanha televisiva do candidato a prefeito de Rio Branco, senhor Sebastião Bocalom, do PSDB.

De repente, aparece escrito "esse você conheçe".

Eu desconheço.