terça-feira, dezembro 19, 2006

Um Livro, um Braga

História Desenhada é o novo livro do chargista Braga
Texto não é meu

A charge confirma, como nenhum outro veículo, que sua função não é, prioritariamente, fazer rir, mas produzir reflexão. Os bons chargistas sintetizam em poucos traços aquele sentimento que está na cabeça das pessoas e que muitas vezes não consegue ser expresso em palavras ou em imagens.
Uma prova disso é o livro História Desenhada, do jornalista e chargista Francisco Braga, que será lançado no próximo sábado, 23, às 16h, na Fundação Elias Mansour.
O livro, com quase 200 páginas, reúne os melhores trabalhos publicados na imprensa local nos últimos 10 anos e sua concepção se deu graças à Lei de Incentivo à Cultura, que permitiu o patrocínio da Papelaria Arnaldo e o apoio da Printac Gráfica e Editora.
Braga é ganhador do Prêmio José Chalub Leite, categoria charge, nas edições 2004, 2005 e 2006. Ele sofreu para organizar o material que estava disperso em pastas perdidas em várias casas, redações de jornais e arquivos de computador. Mas o esforço valeu à pena.
Agora, a produção está eternizada nesse livro e poderá ser consultada por várias gerações que quiserem entender um pouco do que foram os últimos 10 anos para o Brasil e o mundo e o quanto eles transformaram o Acre.
Isso porque a charge registra o clima de uma época, caminha abraçada com a crítica social e tem o humor como aliado. Ela não precisa de recursos sofisticados para produção e por isso torna-se uma arma nas mãos de alguns artistas em determinado tempo e sociedade. Exemplos não faltam: Henfil (Graúna e outros), Angeli (Rê Bordosa e outros), Dick Browne (Hagar, o Horrível) e o genial Quino, pai da Mafalda.
É também um trabalho opressivo, principalmente, àqueles que têm obrigação de publicar todos os dias. “Tem hora que não vem nada”, explica Braga, lembrando-se de um desses momentos terríveis. “Um dia faltou inspiração, não pintava nada. A saída foi desenhar um bilhete no espaço da charge com o seguinte recado: Moçada, hoje deu branco!. Bastou para ser o assunto mais comentado do dia”. O evento de lançamento do livro é aberto a todos os interessados.

Outras informações:
Francisco Braga (francisco.silvabraga@ac.gov.br)
Jornalista e chargista
68 8111 0124

Blog Aberto ao Senador Tião Viana


Senador, desde o dia em que o senhor foi candidato, sempre votei em teu nome, porque, primeiro, ainda, sou um petista; e, segundo, porque o senhor é um homem público probo.
Este blog, senador, não é lido por milhares de pessoas, mas é lido por mim e por alguns e, por meio desta bolha, desejo aqui revelar minha insatisfação ao saber que o senhor aprovou o aumento de 91% para os congressistas.
O senhor já havia votado contra a CPI, ao contrário do senador Suplicy, deixando-me incomodado a sua posição. Após algum tempo, vota a favor de um aumento de 91%.
A imprensa local silencia-se, mas a tecnologia permite uma democracia que alguns petistas negam. Alguns. Graças à internete, a esse ainda pequeno meio de informação, afirmo-lhe que não votarei mais no senhor, porque o PT, nesse aspecto, não é isso. Mais: a esquerda não é 91%.
Poderia eu permanecer no aconchego de minha indiferença; entretanto, escrevo-lhe, porque não consigo ser indiferente ao meu país. Sabe, ainda possuo o vigor de expressar a minha indignação por meio desta democracia ao sabor da internete.
Sei que meu voto não fará diferença, mas a questão aqui não se reduz a número, a um voto, mas a uma porcentagem - os 91%.
Meu voto pertence a um cidadão comum, sem importância, por alguém que só deseja viver em um Brasil justo; todavia, esse voto lhe será negado, porquanto não vale menos do que a vergonha de um aumento que me agride.

Para o bem da democracia, penso melhor agir assim, um blog. Rejeito a ação de Rita de Cássia Sampaio de Souza, de 45 anos, mulher que esfaqueou o deputado federal, o sr. Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).

"Eles têm tudo, mordomias, e eu nem consigo sacar o meu FGTS", protestou.

Minha arma não fere, não mata, pois, como escreveu Drummond, "lutar com as palavras/é a luta mais vã/Mas eu luto/ mal rompe a manhã".

Vida longa, senador!

Vida longa à justa democracia!