sexta-feira, janeiro 30, 2015

Aquilo nunca foi Idade Medieval

O quanto o ensino de história deixou erros e erros. O que me ensinaram não passou de erro.
DA SEÇÂO: COISAS DESNECESSÁRIA AO FACEBOOK
Há entre o senso comum a ideia de que o Iluminismo ocorreu na França. Outros ainda corrigem, dizendo que ocorreu na Inglaterra, por exemplo, com David Hume.
Retirando Platão e Aristóteles, o Iluminismo deu seus primeiros sinais na Idade Média. Iniciou-se na Idade Medieval.
Hume nasceu em 1711 e faleceu em 1776; publicou os dois volumes de "Tratado da Natureza Humana" ao 28 anos, em 1739. Se queremos entender a causa de você ter um carro em sua garagem ou de sua esposa usar a máquina de lavar roupa, é preciso ler Hume.
Após concluir a leitura de "Organum", de Francis Bacon, fui ao encontro de Hume, mas parei nas primeiras páginas do Tratado, porque me faltava algo antes dos empiristas ingleses, uma origem antes deles e depois dos gregos.
Para que emergisse o pensamento empirista no século 17, na Inglaterra, a densidade do pensamento metafísico deveria se tornar cada vez mais delgado.Em que momento essa diminuição se apresenta? Em que momento a teoria do conhecimento, a mesma que fará surgir o carro, a máquina de lavar, apresenta marcas que desaguarão em Hume?
Resposta: IDADE MÉDIA.
Pouco ou nada aprendi dessa época na escola, a não ser "Idade das Trevas", o que é uma mentira, uma ignorância atroz.
Quatrocentos antes de Hume, repito, quatrocentos anos de Hume, houve um Hume da Idade Média; um Hume que começa a tomar formas com Santo Anselmo (1033-1109) e, na trilha do pensamento, chega ao Hume da Idade Média, qual seja, ele: Nicolau de Autrecourt (1298/99-1369).
Muitos ignoram, mas a teoria do conhecimento tem seus fundamentos na relação entre Deus e o mundo. Sem essa relação, não haveria existido Hume, não haveria existido o Iluminismo.

quinta-feira, janeiro 29, 2015

Novo



O atual prefeito de Rio Branco, petista, chegou ao ar-condicionado de seu confortável gabinete por meio de uma campanha eleitoral que propagou o novo.

A sempre verdadeira presidente da República, doutora Dilma, aberta ao diálogo com o Estado Islâmico e com a oposição nacional, conseguiu o segundo mandato por causa também de Governo novo. Ideia nova.

Agora, no governo do estado Acre, a palavra da vez é novo. Falar sempre bem de si mesmo. Sempre. Para agora falar bem de si mesmo, a palavra é novo.

Antes do novo, existe um passado que não pode retornar: velhas práticas, sepultadas. Só identificamos a realidade por causa da palavra; entretanto, ela, a palavra, não é a realidade.

No Rio de Janeiro, favelas recebem nomes, por exemplo, Cidade de Deus e Esperança, onde a injustiça social é inferno e onde sub-habitações há anos estão à espera. A palavra nem sempre corresponde à realidade. Pior: ela é oca. No Acre, novo não passa de um som; o significado é que habita na realidade social.

Novo é vazio de sentido na escola pública acriana, onde há 40 alunos em sala de aula. Novo é vazio de sentido no salário do professor. Novo é vazio de sentido no ensino de língua portuguesa. Novo é vazio de sentido em um ensino que teima em ser ruim. Novo é vazio de sentido em escolas, onde não há hábito de leitura e nem de escrita.

Em nome do novo, a secretaria de educação do Acre, há muito tempo, retirou das escolas o estudo gramatical, porque os intelectuais petistas, profundos conhecedores que são, concluíram que não há relação entre gramática e leitura e que não há relação entre gramática e produção textual.

O novo nas escolas públicas do Acre, até hoje, não qualificou o ensino de língua portuguesa, e o já velho Enem apresenta todo ano essa desqualificação.

Há outros; porém, para melhor entender a importância histórica da gramática, apresento dois livros: O Gramático, de Santo Anselmo de Cantuária; A Filosofia na Idade Medieval, de Étienne Gilson; e A Aventura Semiológica, de Roland Barthes.

Para campanhas politiqueiras do novo, onde não há debates profundos sobre educação, muito menos sobre o ensino de língua portuguesa, esses livros talvez estejam velhos.

segunda-feira, janeiro 19, 2015

O que é o Verbo?

O que significa "no princípio era o Verbo"?

É possível conhecer a "palavra de Deus" sem passar pelos homens? Se não for por meio da Revelação, a resposta é não. A palavra de Deus chega a nós não pela Revelação - o que é para poucos -, mas por outros homens que falam.

Entre mim e Deus, há homens que falam de Deus. Por ele mesmo, Deus jamais falou a nós. Mas algum homem poderá afirmar: "Eu fui escolhido por Deus para falar a palavra de Deus aos homens."

Suponhamos que sim; no entanto, mesmo assim, o escolhido não deixará de ser homem, isto é, não deixará de ser falho, ou seja, por ser falho, o escolhido não transmite a Verdade. Além disso, para que seja escolhido entre muitos homens, deveremos acreditar na palavra desse homem, na palavra do que é falho.

Então, não estamos diante da palavra de Deus, porque não é Deus que fala de si mesmo; estamos diante de um intermediário ou da palavra intermediada, não havendo, portanto, relação direta com a palavra de Deus, mas relação entre homens.

A palavra de Deus é, primeiro, uma relação entre homens.

O que significa "no princípio era o Verbo"?

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Sindicalista, mal desnecessário


Querida colega de trabalho, um dos males da educação pública acriana batizou-se de sindicalista, tipo de mentalidade que usa a massa (não italiana) de professores para projetar sua própria imagem e a imagem do partido nas eleições para vereador, para deputado.

Por isso, quando o sindicalista sugere "greve" - conceito errado para a educação -, acredite, trata-se de autopromoção, mas que ele chama de Luta, e os professores, que passaram por faculdade, leram muitos livros, acreditam, defendem os "ideais" do sindicalista .

Sindicalista é um político entre professores em nome de uma falsa educação por que ele luta às custas desses mesmos professores para não receber todo mês o salário de professor. O sindicalista luta para não lecionar em sala, para nem ir à escola, porque o que ele deseja é um Tribunal de Contas, uma secretaria, uma assessoria parlamentar.

Sindicalista, entenda, é um estranho entre professores, porém ele se disfarça de professor, por isso sindicalista não sabe pensar a educação. Esse tipo de ralé é obreiro de partido político e não um cérebro certeiro que saiba propor qualidade de ensino.

Sindicalista é um mal desnecessário... à educação pública.



terça-feira, janeiro 13, 2015

Um longo tempo...

Hume publica os dois primeiros volumes do"Tratado da Natureza Humana" em 1739. Essa obra definitivamente retira do objeto do conhecimento a metafísica.

Mas isso não ocorre de uma dia para outro, é um processo longo que atravessa séculos.

Antes de Hume, Francis Bacon publicou "Novum Organum", obra se opõe a uma teoria do conhecimento que antes não fora útil. Bacon, antes de Hume, precisa ser lido.

E antes de Bacon? Ockham. Ante, Duns Scot. E antes? Por esse caminho, chegaremos aos romanos, a Roma, lugar onde se origina a queda da metafísica, lugar onde se inicia a transformação de substância em objeto, com os empiristas ingleses.

domingo, janeiro 04, 2015

Corpos




Pulsa nesta imagem uma dignidade muito acima
do amor declarado pelos jovens. Amar, 
sabemos, não é palavra para iniciantes.

Nesta imagem, vejo a decadência... 


da verdade de um sobre a verdade do outro,

porque, entre rugas e lassidão, 
não há espaço,

na carne idosa,

para a verdade de um que deseja dominar 
verdade do outro;

Nesta imagem, dois corpos, envelhecidos, 
aprenderam o que jovens não sabem:

que a verdade é frágil como a vida.

Por que escola?

Neste ano, o Carnaval pulará entre 14 e 17 de fevereiro.

Desta vez, por que escola a primeira-dama desfilará?


Primeira-dama do Acre

sexta-feira, janeiro 02, 2015

O PT e a Educação

O novo ministro da Educação, Cid Gomes, afirmou nesta sexta-feira (2) que prevê a implantação de um novo currículo para a educação básica "num prazo de dois anos".


Ele defendeu a criação de um currículo básico único para as etapas do ensino fundamental e médio. Mas, no último caso, características regionais poderiam motivar variações do conteúdo ensinado em sala de aula. Cid ainda defendeu que os alunos dessa etapa do ensino possam aprofundar os estudos em áreas em que apresentem maior afinidade ou vocação.


"Estamos falando de duas coisas diferentes que têm relação: uma coisa é a unificação de uma base, de um currículo para o Brasil, para o ensino fundamental e o ensino médio. E a outra coisa é diversificar e trazer variações no currículo específico do ensino médio, mas com tudo que há de conteúdo previamente definido", afirmou a jornalistas após evento de transmissão de cargo.


Ele assumiu a função em substituição a Henrique Paim, que deixa o posto após 11 anos de atuação no MEC.


O novo ministro ponderou que esse processo "demandará muito diálogo", diante da autonomia de Estados e municípios para aplicar o conteúdo em sala de aula, e disse esperar um debate com professores, diretores e acadêmicos sobre o assunto.
"Esse é um processo que não se fará do dia para a noite. Imagino que começando agora a gente possa pensar num prazo de dois anos para sua implantação", afirmou.

AVALIAÇÃO DE PROFESSORES


Ao destacar a importância de valorizar os professores, citado em seu primeiro discurso como ministro, Cid Gomes afirmou que a melhoria da remuneração é um dos "principais caminhos" para isso, mas também indicou outras medidas.

Ele defendeu a "realização de exames" de avaliação dos professores para "assegurar a eles uma possível melhoria de sua carreira". "É um debate que pretendo colocar em pauta", concluiu.