quinta-feira, setembro 27, 2007

Josafá, o Batista



Critico tanto, mas, antes que meus amigos partam deste país do samba e do futebol, sei reconhecê-los para muito além da mediocridade.

Conheci esse acreano no Página 20 há uns bons anos. De família simples, Josafá Batista é um daqueles que um dia recebeu abrigo do Estado por causa de enchente. Josafá não veio das oligarquias acreanas.

Veio de escola pública e chegou à Redação da TRIBUNA
escrevendo muito melhor do que focas que cursam os últimos anos da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal do Acre. Há exceções, poucas.

Considero-o, hoje, como um dos melhores repórteres do Acre. Criticado por apresentar um texto que "viaja", Josafá é senhor, isso sim, de um texto subjetivo - raro em nossas redações.

Não se trata de um autômato de redação, profissional viciado pelo hábito dos medíocres. O cara pensa, e isso não tem nada a ver com faculdade. Diploma, afinal, sabemos, não atesta inteligência.

Ainda costuramos um texto jornalístico empobrecido pela "objetividade". Seu texto, entretanto, expressa pessoalidade, isto é, ironias, sutilezas, contradições. As oligarquias não o colocaram para soletrar nas redações. Ele não é filho de... e este, por sua vez, conhece...

Josafá, por fim, é acreano que não maldiz sua terra, sua gente; não se envergonha de sua identidade regional. Josafá é gente boa.

"Álbum de Família", de Nelson Rodriques (2)

Há nessa tragédia, ainda que tenha inaugurado o teatro moderno no Brasil - o que alguns contestam -, o retorno ao naturalismo quando Jonas compara adolescentes a animais, por exemplo, a porcas (pág. 29). São garotas de 12, de 13, de 14, de 15 anos.

A tragédia inicia-se quando corrompe-se o sagrado por meio de um prazer entre mãe e filho. Esse prazer espalha a desordem familiar. Em vários momentos de Álbum de Família, o sagrado é desrespeitado por uma pornografia que não apresenta o obsceno, a devassidão de cenas explícitas, mas a pornografia está lá. A degradação e a ruína estão lá. Com o sagrado destruído, nada mais se preserva na família.

Guilherme, irmão de Glória, uma lésbica, mata-a com dois tiros de revólver para, depois, se matar.

A tréplica de um aluno

Acadêmico da Ufac

Agora (tentando escrever) com “elegância e inteligência”.

Caro Aldo, quando usei o palavrão referindo-me a sua pessoa, pensei na reação de um garoto, que mesmo estando errado, não queria ser abordado daquela forma.

Ele foi somente filmado, ou seja, documentei sua imagem em uma instituição de ensino. Repito: a imagem dele, sua postura, seu comportamento. Ora, partindo disso, ele não deve gostar não do que fiz, mas do que ele fez em uma instituição que, ao meu ver, deve educar, cumprir normas, colocar limites. Uma escola não é espaço de bagunça, de desordem, de insultos, de agressões. Para tanto, a escola, primeiro, deve dar exemplo. A direção deve ser exemplo. Professor deve ser exemplo. Aluno deve ser exemplo. O rapaz filmado se opõe a isso.

Exatamente por achá-lo uma pessoa inteligentíssima, não concordo com sua atitude.

Não sou senhor desse adjetivo. Sou sério como profissional, porque sei que a educação transforma um país, um indivíduo para a melhor. Uma escola deve ser séria, sabendo que isso perpassa pela ordem, pela disciplina e pela paixão. A escola pública, a dos "pobres", perdeu sua força simbólica e precisamos revitalizá-la. Não há simbólico sem ordem e disciplina. Não há transformação sem paixão.

Quanto ao português. “Se você se identificasse neste blog, o mesmo ocorreria contigo.” O “você” e o “contigo”. Não preciso comentar já que o professor de língua portuguesa aqui não sou eu.

Queira me desculpar, mas minha ignorância não percebeu o erro cometido.

Pensei em me identificar, mas não concordo muito com sua “didática” de chamar a polícia.

Na vida, precisamos assumir o nome que carregamos na face. Faça a crítica, mas faça sem me xingar, sem me insultar; escreva-a para revelar outras possibilidades, por exemplo, na escola pública.

Com certeza votaria em você para diretor, inclusive faria campanha. Entretanto, não concordo com essa atitude.

Argumente mais. Seduza-me!

Caso interesse, eu também sou um acadêmico da Ufac. E não se preocupe com o meu tempo, ele não é tão precioso.

Tua vida é preciosa para transformar outras vidas. Qual faculdade?

Não precisa ser grosseiro quando recebe críticas.

Não fui. Não queira ler minha indelicadeza através de teus olhos. Você, não se esqueça, me xingou. Não declinei minhas palavras.

Elegante e inteligente?

Dessa vez, sim. Não me xingou, mas pode criticar à vontade sem nunca perder a classe.