domingo, abril 29, 2012

A Frente Popular está velha

Até as pedras envelhecem, o tempo não perdoa quem não se renova.

Para a prefeitura de Rio Branco, PT e PC do B escolheram Marcus Alexandre (PT) como candidato a prefeito e Márcio Batista (PC do B), a vice.

Não conheço pessoalmente Marcus. De sindicato e de curso Ideal, conheço Márcio Batista. Como pessoa, como ser humano, Márcio é gente boa.

Eu também sou.

A questão é como homem público, como sindicalista e como político, isto é, como indivíduo que administrou dinheiro de professores e que hoje administra a verba da Secretaria Municipal de Educação.

Separar, portanto, a pessoa do político, o particular do público. Nessa compreensão, a imagem de homem pública não pertence mais ao indivíduo Márcio Batista. 



Lançar os nomes Marcus e Márcio, segundo a Frente Popular, significa o novo. Mas quem disse que aparência jovem é sinônimo "de novo"? Quem disse que Márcio Batista é o novo?

Como presidente do Sindicato do Trabalhadores da Educação (Sinteac), Márcio não atualizou o sindicato para o século 21. Na condição de secretário municipal da Educação, Márcio Batista só trouxe "de novo" as roupas e o carro. 


Quais suas ideias novas para a educação pública? Desconhecemos. Na verdade, assim como o PC do B, Márcio Batista é velho de ideias, por isso o Sinteac não saiu da clínica geriátrica.

Envelhecemos quando acomodamos nossas provocações, nossas inquietações, nosso bom senso de justiça social; envelhecemos quando o valor no contracheque de um secretário municipal vale o mesmo que seu conformismo.    

Na foto, Márcio deixou de ser professor, deixou de ser sindicalista. Agora, ele é um "executivo".

O poder o deixou garboso, limpo; tudo nele agora deve ser correto, cauteloso, gramático.  Sua aparência não luta mais contra as injustiças sociais.

Quando o candidato Cabide entrou na Câmara dos Vereadores de Rio Branco, Márcio, excluído na última eleição para vereador, afirmou que "a população rio-branquense não sabe votar".

Vindo de classe social pobre, Cabide, que não é garboso, que não tenta nem falar o politicamente correto da gramática, não poderia ter sido eleito, porque Cabide representa aquele que desqualifica a câmara, lugar dos ternos, da cordialidade, da boa aparência, da formalidade.

Ora, se o PC do B, por meio de Márcio Batista, não apresenta o novo por se acomodar no poder, Cabide foi a novidade nas últimas eleições.

Márcio Batista e Marcus Alexandre representam ideias velhas "de novo".

terça-feira, abril 24, 2012

Só ouça!

Um tanto quanto pitoresco

Por causa da professora Osmarina, lancei em sala o concurso do melhor blogue para os alunos do segundo ano do ensino médio.

O que é bom, sabemos, emite cores raras e se chama "Um tanto quanto pitoresco", o melhor blogue do segundo ano até o momento.

Projeto: colocar fotos de Rio Branco em preto e branco com poesias relacionadas às imagens.

Acesse www.umtantoquantopitoresco.blogspot.com  
 

sexta-feira, abril 20, 2012

Trabalho escrito à mão (2º ano)

Alunos do segundo ano do ensino médio.

Grupos formados por cinco alunos deverão elaborar trabalho escrito à mão sobre as estéticas Barroca e Árcade.


Mais: o trabalho seguirá normas básicas da ABNT para capa, contracapa e sumário.

O trabalho está assim divido: 


1. Período histórico do Simbolismo, do Realismo e do Naturalismo;


2. A história do Simbolismo na França e a história do Realismo-Naturalismo na França.

3. Sobre os poetas Stéphane Mallarmé e Arthur Rimbaud;

4. Três conceitos do Simbolismo, três conceitos do Realismo e três conceitos do Naturalismo. Tais conceitos serão pensados pelos grupos;  

5. As histórias do Simbolismo, do Realismo e do Naturalismo no Brasil;

6. Sobre os poetas Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
OBS: após o aluno ser submetido a uma prova oral sobre esse trabalho escrito à mão, a nota será registrada. 


Trabalho escrito à mão (1º ano)

Alunos do primeiro ano do ensino médio.

Grupos formados por cinco alunos deverão elaborar trabalho escrito à mão sobre as estéticas Barroca e Árcade.

Mais: o trabalho seguirá normas básicas da ABNT para capa, contracapa e sumário.

O trabalho está assim divido:

1. Período histórico do Barroco e do Arcadismo;

2. A história do Barroco e do Arcadismo na Europa e no Brasil;

3. Cinco conceitos do Barroco e cinco conceitos do Arcadismo.

4. Pensar esses conceitos e pensar os conflitos entre esses conceitos.

OBS: após o aluno ser submetido a uma prova oral sobre esse trabalho escrito à mão, a nota será registrada.    

 
 

Amor edifica-se no tempo



quinta-feira, abril 19, 2012

A Língua da Frente, e eu não fui aos Estados Unidos

Como todo canto deste "berço esplêndido", político fala muita merda sobre educação pública.

No Acre, câmaras de vereadores e Assembleia Legislativa são infecundas para qualificar o ensino das classes mais pobres.

A Frente Popular, até hoje, mostrou-se incompetente para qualificar o ensino de língua portuguesa.

O PT não superou seus limites, e o governador Tião Viana será o último a desligar a luz. Angelim, o penúltimo.

O ensino de língua portuguesa é péssimo nas escolas acrianas, eu guardo quilos de redação para constatar isso ATÉ HOJE.

Estados Unidos

Hoje, mais uma reunião com técnicos da Secretaria de Educação do Acre.

Um resolveu então falar de sua viagem aos Estados Unidos. Foi conhecer o ensino do Tio Sam.

Leciono há anos no estado e nunca fui convidado a ir aos Estados Unidos. Eu ralo em sala de aula. Ralo.

Por que não me convidam?

Por que não trabalho na equipe de Língua Portuguesa da secretaria?

Não trabalho porque o Partido dos Trabalhadores está cagando e andando para os princípios republicanos.

Serei claro como água do Saerb:

não existe concurso público para trabalhar em uma equipe de Língua Portuguesa. A escolha não é republicana.

Escolhe-se segundo o critério pessoal (amizade), o critério da simpatia (afinidade), o critério partidário (corporativismo), o critério da indicação de alguém.

Qual o resultado disso?

O resultado é que eu não fui aos Estados Unidos.

Sacanagem!

(kkkkkkkkkk)
       

quarta-feira, abril 18, 2012

O alimento é sagrado?

Os que administram o dinheiro público ordenam que trabalhadores construam estradas, pontes, viadutos. Tudo em nome do desenvolvimento.

Na escola pública, no entanto, ninguém ordenou que construíssem um refeitório. Existe  estrada que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul, mas alunos comem em pé, em qualquer canto.  



O lugar onde se alimenta deveria ser bem melhor. 



Uma coisa é um refeitório; outra, um ajuntamento. 


.

 











Pode parecer normal se alimentar dessa forma, mas eu estranho o que é normal.








    


terça-feira, abril 17, 2012

Setor público

Se você reparar bem na foto, há quatro funcionários públicos limpando um pequeno espaço de uma escola estadual:

dois estão à esquerda; e dois, à direita.

Se fosse escola particular, haveria um funcionário. Economia.

Mas dinheiro em escola pública é isto: desperdício.

Se o pré-sal colocar mais grana na escola, teremos, no lugar de quatro, dez funcionários limpando esse mesmo espaço.

Quando o dinheiro do pré-sal chegar a esta escola pública acriana,
serão dez funcionárias para limpar um espaço que poderia ser limpo
por uma só funcionária

sábado, abril 14, 2012

A língua do povo. A língua do comércio

Rimos de pessoas simples quando a escrita delas circula pela internete. Rir de quem estudou pouco, ou não estudou, ou estudou em escolas públicas tão ruins.

No interior do Acre, onde a escola rural jamais foi prioridade de governos, rimos desta frase: 

A língua é uma consequência do meio social
e, também, de políticas públicas de educação

Rimos da escrita que mora no mato, mas não rimos do erro que está no moderno computador de um grande supermercado.

Rimos dos pobres, não do empresário que não sabe colocar uma vírgula em uma frase-oracional tão simples.

O erro do supermercado, esse sim, é inadmissível, porque ele se encontra em um meio social que se diz muito bem alfabetizado.   
 
Não rimos do erro que não está na zona rural

Quando leio "Restauran
te: du:
povo
",

lembro-me de versos de Oswald de Andrade:

- Midá um bejo na minha testa
- Praquê?
- Eu gosto
- Ocê tá brocha hoje
- Foi ar que deu.

Ou das palavras de Macunaíma: "Caterina era mas uma boneca de cera carnaúba posta ali pelo gigante" ou "(...) seguindo com arame do Governo não é milhor?".

Quando leio "Restauran
te: du:
povo
",

lembro-me de personagens de Guimarães Rosa.

O erro popular de uma gente no interior do Acre ou dos personagens Chicó e João Grilo é uma maneira de negar a cultura daqueles que exercem o domínio da "fala correta" em tribunais, em igrejas, em palácio de governo
.

Ou em supermercado.

terça-feira, abril 10, 2012

Tempo


                                                                           
                     

Palavras são inúteis
a certos humanos.

Menos uma:

tempo.





Com a firmeza
do seu silêncio,

só ele
nos humilha


para que aprendamos
que a liberdade

não nos livra
dos limites.

Só o tempo,
essa palavra,

à frente de todas,
nos espera,

com toda calma,
para dizer que, 

agora em diante,

daqui,

não se passa.

Faça o que faça,
já no fim,
nada se move -

só a boa lembrança

das horas
nos ultrapassa.

      

domingo, abril 08, 2012

O tempo


É tempo de retornar a meus pais. Cuidar de suas idades.

Com mais de 80 anos, seu Aldo não precisa mais acenar para se despedir, porque o seu corpo já é todo partida.

Nas fendas intensas de sua pele, não habita mais em seus poros prepotência.

Com suas rugas, o tempo nos dobra.

  

Senador Jorge Viana não tem vergonha na Caras

Em castelo italiano, o pensionista do PT
arrecada culinárias francesa e italiana
para os alagados do rio Acre 

O deputado estadual acriano Calixto postou no blogue dele. O jornalista Altino Machado pegou do Calixto e postou.  

Eu só venho bem depois.

Sou o último a saber que o senador Jorge Viana (PT), em 19 de março, no dia do patriarca São José, esteve em Castello Superiore de Marostica, em Vêneto, Itália, para comemorar o aniversário do escritor ruim Paulo Coelho. 

É preciso repor a verdade.

Primeiro, o senador petista não esteve Contigo, povão, na Itália para sentir o aroma inebriante da riqueza. Mesmo assim, o senador pensou nos acrianos mais pobres.
 

O choucrute francês será introduzido na mesa dos pobres  
Jorge esteve no castelo de seu amigo Paulo Coelho para arrecadar a culinária e o vinho dos ricos a fim de doá-los depois aos alagados do rio Acre.



Um dia depois da noite de 19 de março, o senador levou para o Acre o  melhor da culinária francesa. 

Estima-se que o pensionista do Partido do Trabalhadores arrecadou uma tonelada de 
cassoulet, de homard persillé, de choucrute, de ratatouille.


Não só culinária francesa, mas também italiana.   

Ganhando muito bem como senador para lutar na Europa pelos acrianos mais pobres, Jorge aproveitou a oportunidade para doar cinco meses de sua pensão de ex-governador na festa de aniversário e não teve a menor vergonha na Caras ao pedir a Paulo Coelho mil livros do autor para que suas páginas fossem distribuídas nos banheiros e nas latrinas dos mais pobres.

Por ter sido a festa no dia do patriarca dos trabalhadores, São José apoia a causa do senador pensionista, menos Calixto e Altino, que não acreditam nas boas intenções de um príncipe no castelo dos outros.