sábado, junho 16, 2012

Um filme de 1965

Extraído da novela de Boris Pasternak, voltei, após vinte anos, a assistir ao belíssimo filme "Doutor Jivago", do diretor David Lean.


De 1965, esse clássico conta a história de uma paixão no período da Revolução Russa. A realidade externa passa por profunda transformação enquanto o médico Jivago (Omar Sharif), amante da poesia, encarna outra revolução, a da paixão por Lara (Julie Christie).

Filmes autorais foram criados para dar exemplos; no caso de "Doutor Jivago", o exemplo, este: de não dominar o próprio destino, de não possuí-lo: o exemplo da perda.

Aconselhado pelo irmão, general do partido, a deixar a cidade porque a poesia do médico incomoda a revolução, Jivago, tratado em sua fuga como gado em um trem de carga, é objeto da história.

Em vão fugir. Preso. No interrogatório, o chefe comunista diz que "discorda de sua poesia, porque sentimentos afetivos são triviais na revolução", e continua. "Não há mais vida pessoal na Rússia."

A poesia individualiza, explico, Jivago não pode ser dividido, nenhuma parte sua pode pertencer aos ideais revolucionários. A paixão por Lara também o individualiza.

Após o interrogatório, deixam-no livre, sendo apanhado pelo Exército Vermelho mais tarde. Consegue fugir e, agora livre, busca aquela que o individualiza - Lara, esposa de uma patente alta do partido.

Ela o encontra, mas se separam por força da história. Jivago, dentro do bonde, vê Lara anos depois. Sai do bonde e, na tentativa de tocá-la, de chamá-la, uma parada cardíaca retira sua vida. Lara continha a andar.

:Perder. A vida de Jivago é isto:
   
 

Cinema na escola pública

Há 13 anos no poder, o PT acriano já demonstrou nenhum interesse de transformar as escolas públicas em espaços culturais sérios.

Já imaginou peças teatrais profissionais e ótimas salas de cinema nas escolas?

O PT acriano não é dono do menor interesse de realizar tamanha transformação.

Antes não era assim, mas, hoje, a agenda da filmoteca, que fica na Biblioteca do Estado, está muito lotada. O professor que não se programa com muita antecedência, não consegue assistir a filme com seus alunos.

Sem que a escola tivesse dinheiro para consertar um problema no telão, eu retirei do bolso quase 500 reais. O problema, solucionado. Meses depois, a escola me pagou.
Mas, após alguns dias, uma funcionária colocou a tomada em 220, foi o suficiente para queimar o telão.

A escola não tem grana. A filmoteca não tem vaga. Meus alunos não assistirão ao filme.
   

Escola pública 1, 2 e 3


Escola pública 1

A escola pública deveria ser espaço sério de cultura cinematográfica. O governo da Frente Popular - diga-se, Partido dos Trabalhadores -  construiu a ponte de Cruzeiro do Sul por 25 milhões de reais e, por ano, gasta - e não investe - em torno de 16 milhões de reais com a educação pública.

Escola pública 2

E o Sinplac? A presidenta realiza compras com o carro do sindicato e, como exercer o poder é confortável, ela ainda prolongou o seu mandato sem pedir permissão a Deus.

Quando votei na professora Alcilene, tive a burra ilusão de ela criar um jornal não para a categoria, mas para a população, a fim de que a educação pública acriana pudesse ser pensada de forma ética, sem partidarismo. Como fui tolo.  

Escola pública 3

Na escola Heloísa Mourão Marques, os alunos estão sem nota de Química do primeiro bimestre. Eles estão com o terceiro professor, mas o cara falta muito e o conteúdo...

Quem deseja ser professor substituto de Química? Ganha-se pouco, mas, em compensação, Deus lhe dará em dobro.