segunda-feira, junho 28, 2010

Festival Chico Pop













Nos dias 26 e 27, meus olhos e ouvidos se encontraram com o Festival Chico Pop, realizado em Rio Branco, na concha acústica. Se o governo abre a boca para dizer que patrocina Chico Pop, alguns vocalistas deveriam fechá-la para que seus ruídos não incomodassem o bom gosto.

Só o bondoso incondicional dinheiro público para dar ouvidos a quem não tem talento.

Não é o caso, por exemplo, de Los Porongas. Além do som, os caras criam letras que emitem inteligência poética. No Acre, eu poderia falar de muitas imagens agradáveis, mas agora só desejo me referir a uma, ei-la: Los Porongas. Dinheiro público bem investido.

Só lamento que o tamanho da plateia tenha sido inadequado à grandeza dessa acriana banda. Pouca gente. Muito pouca. Sua origem pode ser acriana, mas Los Porongas não canta para os amiguinhos ou para a família ouvir; a banda canta para o Brasil.

Queria muito que a poesia musicalizada de Los Porongas incomodasse igrejas. Fico triste quando vejo muito mais gente na marcha para Jesus. Queria ver essa banda espalhada por bairros periféricos da capital e não estacionada na concha acústica, centro de Rio Branco, onde poucos não chegaram por meio de ônibus.

Chico Pop não pode se limitar a poucos e muito menos dinheiro público deve patrocinar alguns desqualificados. Chico Pop deve ir ao encontro do povão.

domingo, junho 27, 2010

Capital Inicial



Primeiros Erros
Capital Inicial
Composição: Kiko Zambianchi

Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão.

Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende.

Se o meu corpo virasse sol
Minha mente virasse sol
Mas, só chove e chove
Chove e chove.

Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros.

O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas, só chove e chove
Chove e chove.

sábado, junho 26, 2010

Vida

Quando alunos escrevem em sala, consultam o dicionário para encontrar o significado adequado. Mas, como buscam somente no dicionário, erram porque nesse lugar a palavra é despossuída de vida.

Quem já consultou o dicionário para encontrar o substantivo "vida"?

Não vamos a ele porque "vida" - o seu sentido - não se encontra no dicionário, mas encarnada em nós.

Para escrever, imagine a palavra na vida e para a vida. O dicionário é só cemitério.

terça-feira, junho 22, 2010

Somos campões!!!

Podemos até ser cinco vezes campeões de futebol, mas leia no texto abaixo quem nos dribla.

Por Kátia Ferraz

Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) , do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que o Brasil tem o grande desafio de combater o chamado analfabetismo funcional, que atinge 25% da população com mais de 15 anos, entre outras agravantes, constitui um problema silencioso e perverso que afeta o dia a dia nas empresas.

Neste universo não estamos incluindo pessoas que nunca foram à escola, mas sim aquelas que sabem ler, escrever e contar; chegam a ocupar cargos administrativos, porém não conseguem compreender a palavra escrita. Computadores provocam calafrios e manuais de procedimentos são ignorados; mesmo aqueles que ensinam uma nova tarefa ou a operar uma máquina. No entanto, este perfil de profissionais prefere ouvir explicações da boca de colegas.

Calcula-se que, no Brasil, os analfabetos funcionais somem 70% da população economicamente ativa. O resultado não é surpreendente, uma vez que apenas 20% da população brasileira possui escolaridade mínima obrigatória (ensino fundamental e ensino médio). Para 80% dos brasileiros, o ensino fundamental completo garante somente um nível básico de leitura e de escrita.

No mundo todo há entre 800 e 900 milhões de analfabetos funcionais, ou seja, uma camada de pessoas com menos de quatro anos de escolarização; mas pode-se encontrar também neste meio, pessoas com formação universitária e exercendo funções-chave em empresas e instituições, tanto privadas quanto públicas. Entre suas características, não têm as habilidades de leitura compreensiva, escrita e cálculos para fazer frente às necessidades de profissionalização e tampouco, da vida sociocultural às necessidades de profissionalização e tampouco, da vida sociocultural.

Muito se tem que fazer para reverter esse quadro, mas algumas iniciativas como a criação de bibliotecas comunitárias pelo país tem tido resultados significativos e atraído um público cada vez maior para o mundo da leitura.

sábado, junho 19, 2010

Saramago sempre esteve morto na escola










A morte física de José Saramago não se assemelha à morte de um Airton Senna, porque as páginas abertas de um livro exigem um esforço que o controle remoto de uma tevê não exige.

Pelo simples fato de nunca ter nascido como livro para muitos, Saramago nem morreu.

A multidão televisiva encontra exemplo de vida em Fórmula 1 ou em futebol, não em estantes ou em bibliotecas. A burrice é uma generalidade pelo único motivo de ser bem mais barata, vulgar.

Em qual escola os alunos leram "Caim"?

Em nossas escolas públicas, ler um livro em sala de aula se equivale a encontrar um homem culto na Câmara de Vereadores de Rio Branco, ou seja, não se lê livro em salas desconfortáveis.

Na escola, em época de Copa do Mundo, professores e alunos se enfeitam, torcem. A diretora aparece na tevê. Se não existe sala de leitura na rede pública de ensino, onde se encontrar com José Saramago? A escola só soube do nome porque a tevê noticiou sua morte.

Em uma sociedade onde neopentecostais se alastram como capim, o livro "Caim" seria perseguido pela verdade absoluta dos incultos. Nessa obra, o irmão de Abel é a imagem do marginalizado que questiona as leis de Deus.

Na página 101, leio que "Caim mal podia acreditar no que os seus olhos viam. Não bastavam sodoma e gomorra arrasadas pelo fogo, aqui, no sopé do monte sinai, ficara patente a prova irrefutável da profunda maldade do senhor, três mil homens mortos só porque ele tinha ficado irritado com a invenção de um suposto rival em figura de bezerro, Eu não fiz mais que matar um irmão e o senhor castigou-me, quero ver agora quem vai castigar o senhor por estas mortes, pensou caim, e logo continuou, Lúcifer sabia bem o que fazia quando se rebelou contra deus, a quem diga que o fez por inveja e não é certo, o que ele conhecia era a maligna natureza do sujeito."

Se existissem menos neopentecostais e mais ateus como Saramago, o Brasil seria melhor.

sexta-feira, junho 18, 2010

A fartura












Em Rio Branco, Acre, quem passa pela rua dos Engenheiros encontrará um barraco entregue à fé de se alegrar com o sexto título de campeão do mundo.

Neste "berço esplêndido", são 29,9 milhões de brasileiros que torcem, na pobreza, para a seleção brasileira.

Se em casa falta tudo, eles se fartam com títulos.


quinta-feira, junho 17, 2010

O Deus do povo judeu é intolerante

JERUSALÉM, 17 Jun 2010 (AFP) -Milhares de judeus ultraortodoxos furiosos realizaram manifestações nesta quinta-feira à tarde em Jerusalém e perto de Tel Aviv, em protesto contra uma decisão da Suprema Corte que proíbe a segregação entre crianças asquenazis e sefaraditas em uma escola de colonos.

"Há 30.000 manifestantes em Jerusalém e 20.000 em Bnei Brak", uma cidade de população judaica ortodoxa perto de Tel Aviv, declarou à AFP o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.

As manifestações foram transmitidas diretamente pela emissora israelense e ofuscaram por completo o anúncio do governo sobre uma flexibilização do bloqueio à Faixa de Gaza.

"É a Torá que decreta!", "Não encostem nos redentores de Israel", eram algumas das frases escritas nos cartazes levantados pelos manifestantes.

A polícia israelense foi colocada em "estado de alerta avançado". Cerca 10.000 agentes foram mobilizados, principalmente em Jerusalém, em Bnei Brak e em Beit Shemesh, base ultraortodoxa localizada no meio do caminho entre as duas localidades.

Também foram mobilizadas unidades da guarda fronteiriça, apoiadas pela polícia montada e por helicópteros.

O presidente israelense, Shimon Peres, reuniu-se com o vice-ministro da Educação, o rabino Meir Porush, uma figura da comunidade ortodoxa asquenazi, numa última tentativa de conciliação destinada a acalmar os ânimos.

Dois partidos ortodoxos que têm 16 deputados (de um total de 120 no Knesset, o parlamento unicameral israelense) pertencem à coalizão do primeiro-ministro Benajamin Netanyahu.

Na quarta-feira, o chefe do governo pediu "moderação, respeito à lei" e que fosse encontrada uma fórmula de compromisso satisfatória para todos.

A efervescência dos homens vestidos de preto - de acordo com a vestimenta uultraortodoxa - em Israel foi desencadeada por uma decisão da Suprema Corte que obriga dezenas de judeus ortodoxos asquenazis (originários da Alemanha, Polônia, Rússia, do antigo Império Austro-Húngaro e da Europa central e oriental) da colônia Immanuel (Cisjordânia) a receber em sua escola religiosa crianças sefaraditas (em Israel, originárias da África do Norte e da Ásia, apesar de o termo designar as comunidades judaicas que viveram na Espanha e em Portugal até 1492).

Colonos asquenazis pertencentes ao grupo hassídico Slonim, de origem russa, que retiraram suas filhas da escola há um ano, afirmaram que preferiam ser presos a partir desta quinta-feira durante duas semanas, a obedecer à decisão da Suprema Corte.

Os pais acusados de discriminação racial - 86 pessoas - devem apresentar-se, segundo a emissora de rádio estatal, às 14h00 GMT (11h00 de Brasília) a uma prisão em Jerusalém ocidental a partir da qual deverão ser transferidos para prisões no centro do país.

Os intocáveis

Na história do riso, o poder sempre se protegeu. No Congresso, deputados querem evitar os "constrangimentos" expostos pelo CQC. Não podemos rir deles.

Leia o texto abaixo.

O presidente interino da Câmara, Marco Maia (PT-RS), recomendou à assessoria jurídica da Casa que defina normas para evitar o constrangimento de parlamentares por parte de jornalistas.

Maia manifestou solidariedade ao deputado Nelson Trad (PMDB-MS), que agrediu uma equipe do humorístico "CQC", da Band.

Ao ser abordado por equipe do programa, na semana passada, Trad se exaltou após saber que subscrevera um abaixo-assinado para incluir um litro de cachaça no Bolsa Família.

Uma contratada do "CQC" coletou assinaturas de apoio a uma proposta fictícia de emenda à Constituição.

Na confusão, um cinegrafista teve parte do equipamento danificado. A repórter Monica Iozzi chegou a ser empurrada. As imagens foram ao ar na segunda-feira.

"Ao não querer falar, o deputado é constrangido pelos veículos de comunicação. Há excesso por parte de alguns jornalistas. Temos de tomar algumas medidas institucionais", disse o presidente interino da Câmara.

Segundo Marco Maia, as ações devem preservar a liberdade de imprensa, mas assegurar o direito dos deputados de não autorizarem o uso de imagens pelos programas de humor.

A assessoria de imprensa da Câmara afirmou que sempre liberou a entrada de programas como "CQC", "Pânico na TV" (RedeTV) e "Legendários" (Record), mas que é necessário "mais diálogo" com essas equipes sobre as formas de abordagem dos deputados.

Em discurso no plenário, Nelson Trad reclamou da conduta do "CQC". "Não tem necessidade de eu pedir desculpas aos meus companheiros, porque eu reagi legitimamente em defesa da minha dignidade. Não defendo só a mim, mas a própria instituição a que pertenço há mais de 30 anos", afirmou.

Ele recebeu o apoio do colega José Genoino (PT-SP). "Também tenho passado por essas situações. Conto até 10 para não falar. E passo reto. A coisa está chegando a um ataque individual", disse.

Em suas páginas no Twitter, apresentadores do programa criticaram a decisão de Maia. "A Câmara quer proibir o CQC de 'constranger' os deputados. Pelo jeito, não querem concorrência", disse Rafinha Bastos. Para Marcelo Tas, o "CQC mostrou como ninguém lê o que assina no Congresso".

quinta-feira, junho 10, 2010

A bola rola e nos enrola

Grite gol!!!
Quando os deuses da futilidade derem o pontapé inicial entre Brasil e Coreia do Norte, os problemas sociais dos brasileiros serão jogados para escanteio. Somos cinco vezes campões do mundo; Estados Unidos, Finlândia, Espanha não são.

Até hoje, eu não sei para que cinco títulos de futebol servem, eu não sei. Recentemente, para marcar uma consulta em um hospital público, eu disse "sou cinco vezes campeão do mundo".

Na mão direita, eu segurava uma bandeirinha do Brasil e usava a camisa 10, o mesmo número com que Rivaldo se consagrou na Copa do Mundo de 2002.

Mas, mesmo assim, mesmo cantando "eu sou brasileiro/com muito orgulho/com muito amor", a servidora pública, sem adereço patriótico, falou que não havia cardiologista para me atender, e isso já faz três meses. Com meus cinco títulos, saí derrotado da saúde pública mais uma vez. Tantas vezes torcedor, tive de sair do hospital torcido pela injustiça.

Agora, na Copa do Mundo da África do Sul, após oito anos, o Brasil enfrentará a Coreia do Norte no dia 15 de junho. De lá para cá, tive cinco derrames. Nesse tempo, os homens públicos, que jogam um "bolão", me driblaram muitas vezes para deixar a Pátria sempre em impedimento.

Vejo carro com bandeiras do Brasil. Ruas enfeitadas. Um novo circo repetido nos alegra. Um patriotismo fútil nos envolve com uma bola que rola e nos enrola. Nesta festa, como todas as festas, a realidade social permanece suspensa, é hora de se esquecer do Brasil.

Estamos felizes com o pouco que temos, um gol. Gritemos!!! porque nossas bocas nunca souberam protestar contra a nossa miséria. Estamos felizes com o pouco que temos, o gol. Gritemos!!! porque, calados, engolimos sapos.

O que farei com seis títulos de campeão do mundo?

domingo, junho 06, 2010

Onde está a inteligência acriana?















De Aldo Nascimento

Se colocarmos um microscópio nas câmaras de vereadores e na Assembleia Legislativa, correremos o risco de não encontrar uma inteligência que saiba falar, por exemplo, de educação pública.

Ainda assim, a imprensa acriana, quando publica suas superficialidades sobre o ensino dos pobres, só ouve os políticos. Nos programas de entrevista, onde entrevistador e entrevistado cometem o milagre do monólogo, a presença desses homens públicos predomina como se a inteligência acriana estivesse encarnada neles.

Onde se encontra então nossa inteligência?

Evidente que os jornais Página 20, A Tribuna, O Rio Branco e A Gazeta pautam-se pela inteligência, por isso, por meio deles, tomamos ciência de que as datas mudam. A maior função social de nossos jornais é registrar datas.

Onde se encontra a inteligência acriana?

Se o tema de uma revista é educação pública, a inteligência pulsa nas universidades, nas escolas. Na Universidade Federal do Acre, a inteligência habita nos livros de uma Olinda Batista Assmar, de uma Maria de Nazaré Cavalcante, de um João Carlos de Carvalho, de um Carlos Alberto Alves de Sousa e de tantos outros.

Mas não só eles. É preciso registrar falas de nomes que vivem à margem do poder, do conhecimento institucional; pessoas que recebem salário mínimo e reinventam a vida em bairros esquecidos, em lugarejos isolados do conforto institucional. A inteligência acriana encontra-se em quem sofre.

Visões...

O governo edita uma felicidade coletiva que não existe na casa de Eunice Maria. O jornal, semelhante a papagaio de pirata, repete o que o dono manda. O entrevistador e o entrevistado monologam na TV. O político, o oráculo da imprensa, acredita pensar o Acre. Há anos, sinto o fedor de uma paralisia mental.

Acima de interesses partidários, de interesses pessoais, acima de verbas públicas, muito acima de políticos que falam bem de escola pública, mas matriculam seus filhos em escolas particulares, precisamos (pro)vocar a felicidade coletiva, precisamos despenar o papagaio sem voz própria, precisamos promover o diálogo entre entrevistador e entrevistado, precisamos questionar o oráculo da imprensa, porque eu acredito, como outros acreditam, que nesta cegueira que nos confunde exista clareza de “Visões Amazônicas”.

Como aprecio a desobediência de um Altino Machado. Como entendo as contradições de um Antonio Stélio. Como me encanto com as palavras selvagens de Leila Jalul. Como aprecio o humanismo de um Guilherme da Silva Cunha. Como leio as inquietudes de um Cláudio Porfiro. Como a simplicidade de uma Toinho Alves questiona.

Por causa deles e de outros, justifica-se a circulação de uma revista que reflita de maneira irônica, sarcástica, profunda, desobediente, lúcida. Existe um Acre que não é burro e muito menos adulador.

... Amazônicas

O professor-doutor Carlos Alberto chamou-me para pensar uma revista. “Visões Amazônicas”, Carlos deu o nome. O que penso sobre ela?

1. 52 páginas. Seu tamanho e sua imagem devem atrair o leitor. Diagramação deve ser absurdamente criativa e audaz. O texto deve estar a serviço da imagem. Tamanho de Caras e papel de CUT. Quero ver o texto dos doutores Carlos Alberto e de Olinda Batista em um salão de beleza, entre pédicure e manucure; em uma clínica de estética, entre limpeza de pele e drenagem linfática; em uma biblioteca pública ou no terminal urbano;

2. Fotos simétricas e assimétricas. Misturar regularidade com irregularidade. Harmonia de cores. Brincar com imagens;

3. Textos acadêmicos (populares) convergem com textos jornalísticos. Dados, números, gráficos. Matérias trabalhadas, pesquisadas. Textos objetivos com traços subjetivos. Textos com jornalismo literário, quem souber escrever. Ensaios. Artigos. Misturar gêneros textuais em um único texto. Entrevistas que não sejam monólogos. Resenhas. Poesia.;

4. Sem ser situação ou oposição, entrevistar homens públicos para provocá-los com inteligência, com ética, nada de insultá-los. PC do B e DEM, o mesmo peso. Tratá-los com respeito, provocá-los com respeito. (Des)cobrir vereadores, deputados. (Des)cobrir as câmaras e a Assembleia. Os homens públicos não importam, o que importa são suas ideias, se existirem;

5. Ouvir os que vivem à margem do poder. Ouvir os nativos. Ouvir os marginais. Ouvir os homens rurais, a vida acriana legítima das matas. Ouvir o interior do Acre. Ramais dizem mais que viadutos;

6. Refazer matérias de jornais, expondo precariedade, superficialidade. Matérias com breves artigos. Ouvir os que pensam nas universidades e nas escolas. Ouvir o poder para questioná-lo sempre. Sempre;

7. Uma revista autocrítica e, depois, crítica. Uma revista insatisfeita com o rebanho. Uma revista que não pasta. Inquieta como a insolência. Solene, só o inconformismo. Nada nos conforta, a não ser desobedecer ao conformismo de ideias prontas.

Passos iniciais foram dados. A temática, educação pública. Quando virá a revista? Antes de o messias chegar e antes de o governo da Frente Popular transformar o Acre no melhor lugar para você e eu morarmos, porque esperar muito cansa.