terça-feira, dezembro 30, 2008

Retornarei quando for Carnaval



Últimas horas de 2008, ano que levou Feyndews e meu amado tio-pai, o Dílson Tavares. Quando o Carnaval bater à porta, retornarei com um texto sobre a Festa de Momo.

Quando essa festa chegar, o governo propagará, mais uma vez, que está fazendo tudo para conter a violência no Carnaval, mas esse mesmo governo não fala em violência quando a Expoacre chega.

Por isso, quase todo ano, escrevo sobre o Carnaval ou faço uma matéria para mostrar que o sentido autêntico dessa festa está se perdendo aos poucos. A TV Aldeia, que fala tanto em cultura, nunca apresentou uma matéria original sobre Momo, jamais informou de forma autêntica sobre o Carnaval.

Bem, retornarei quando a festa chegar.

Que venha 2009, mas só depois das férias e com a reforma ortográfica.

A Antônio Alves

Não sei se Toinho se lembra, mas, na varanda de sua casa, conversamos por mais de duas horas, faz tempo. Palavras misturaram-se ao orvalho da noite. Gosto muito de sua fala. Gosto muito de sua escrita. Sua palavra é simples como é simples a paisagem acreana.

Conheci-o no PT, em 1992 ou em 1993, não sei. É um dos bons quadros do PT acreano. Na última propaganda eleitoral, suas ótimas crônicas salvaram os programas ruins da Companhia de Selva. Só assitia ao programa do PT para ouvir sua ironia, sua graça.

Boa pessoa, ser humano que luta da sua forma contra injustiças. Alguém como poucos. Ele é um desses acreanos por quem guardo apreço e admiração. Incapaz de fazer o mal contra alguém, Toinho resiste à mediocridade, à vulgaridade. Pulsa nobreza em sua alma.

Hoje, por estar no poder, compreendo sua situação, não podendo ser mais o homem crítico que fora um dia. O poder, sabemos, exige limites, e Toinho encontra-se no limite. Falar contra pensão vitalícia de governadores, falar contra uma revolução inexistente na educação, por exemplo, seria impróprio para quem está no poder. Eu compreendo.

É claro que perdemos com isso, mas talvez não seja o momento de o PT receber críticas, porque é preciso ainda melhorar este Estado. Eu acredito que o PT não irá se superar, não apontará caminhos profundos e novos, por exemplo, para a educação e muito menos negará um dia as pensões dos governadores. Para mim, o PT será seduzido pelo poder e, aí então, não conseguirá se superar.

Quando esse dia chegar, quando ramais forem asfaltados, quando os prédios todos forem reformados, quando pontes e viadutos forem contruídos, outros caminhos precisarão ser apontados, por exemplo, na educação. Para tanto, a autocrítica será indispensável.

Adversários, nós não os criticamos: debochamos, ironizamos, nós os ridicularizamos. Um partido em que acreditamos, por exemplo, o PT, nós criticamos, porque sabemos que a crítica é uma forma de exigir mais ainda o melhor, por isso teci minha crítica a Antônio Alves - ele pode ser ainda melhor.