quarta-feira, outubro 03, 2007

Cinema & Sinteac & Sinplac & Locadoras

Alunos da rede pública vão ganhar
vale-cinema em 15 cidades de SP

CARMEN POMPEU
da Folha Online

A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo começa, nesta sexta-feira (5), a distribuir vale-cinema para estudantes da rede pública estadual de 15 cidades. A iniciativa faz parte do programa "Vá ao Cinema", lançado nesta quarta-feira (3) pelo governador José Serra e pelo secretário João Sayad (Cultura). O vale-ingresso só vale para sessões de filmes nacionais.

"Já há muitos esquemas de financiamento da produção dos filmes, mas não havia do ponto de vista do público, que, em última análise, é o fator principal. E, a meu ver, é por onde o financiamento deveria acontecer", disse Serra.

Assim como outros programas de assistência à população de baixa renda, o "Vá ao Cinema" promete atingir, na sua fase inicial, um público pequeno e depois buscar uma ampliação.

Questionado se não temia o risco de a proposta ser rotulada de "assistencialista", Serra respondeu: "Não me ocorreu essa idéia. Mas tem espírito de porco para tudo no mundo, né?".

Na primeira fase, que vai de outubro a novembro, apenas 30 cidades do interior de São Paulo serão contempladas com 300 mil vales, consumindo R$ 1 milhão.

Neste mês, o programa será aplicado nos seguintes municípios: Araras, Jacareí, Jundiaí, Indaiatuba, Taubaté, Santa Bárbara do Oeste, São José dos Campos, Santos, Praia Grande, Barueri, Amparo, Araraquara, Jaú, Mogi Guaçu e Mogi Mirim. E, em novembro, em outras 15, cujos nomes ainda não foram divulgados.

A partir do próximo ano, o "Vá ao Cinema" receberá, segundo o governo, mais R$ 7,5 milhões em recursos previstos no orçamento estadual, atingindo 80 municípios e distribuindo 2,5 milhões de ingressos.

Capital excluída

A escolha das cidades, explica João Sayad, foi feita obedecendo ao critério da existência de cinemas com disponibilidade. A capital paulista ficou de fora, segundo explicou Serra, devido à ausência de salas de exibição na periferia.

"Os deslocamentos podem envolver custos superiores à própria entrada no cinema", comentou o governador.

A distribuição dos vale-ingressos será realizada por produtores das próprias cidades, que visitarão as escolas e informarão aos alunos sobre o funcionamento do programa e o conteúdo dos filmes em exibição.

Os exibidores deverão programar o filme, inédito na cidade, no mínimo em duas sessões diárias (à tarde e à noite) e serão reembolsados em R$ 3 por vale recebido na bilheteria.

Fraudes

Segundo João Sayad, não há motivos para preocupação com eventuais fraudes, porque o valor (R$ 3) é "relativamente pequeno".

"O produtor vai está dando na mão do aluno. Se o aluno não for, e a tia dele ir ou um amigo, eu não chamaria de fraude. Ele só pode ser trocado por um ingresso de cinema. E a fraude seria ao invés de ser o aluno Zé ser o Antônio? Não vejo nenhum problema", afirmou o secretário.

"Esse é um programa inédito que atuará em duas frentes: formação de público, levando ao cinema pessoas que estão afastadas pelo preço dos ingressos ou porque não têm o hábito de freqüentar as salas, e o apoio aos exibidores que lutam com dificuldades para manter seus cinemas em funcionamento em todo o Estado", explicou André Sturm, coordenador da UFDPC (Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural), da Secretaria de Cultura.
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Sinplac & Sinteac & Locadoras

No Acre, as locadoras reclamam dos piratas, mas não se articulam para conseguir mais consumidores.

Os sindicatos da educação, Sinplac e Sinteac, que só abrem a boca para falar em dinheiro, achando que educação não tem nada a ver com cultura, ignoram os bens culturais para os alunos de escolas públicas.

O cinema nacional passa por um momento rico, porém a trilogia locadoras-sincicatos-pode público não viabiliza filmes nacionais nas escolas públicas.

O caso do Sinplac, eu vejo como mais crítico, porque, uma vez administrado por mulheres, elas não apontam caminhos novos para o sindicato. Não pensam na cultura-educação, por exemplo, em filmes nacionais nas escolas públicas.

Se saíram de casa para reproduzir a mesma linguagem dos homens nos sindicatos, melhor cuidarem dos maridos, dos filhos e da cozinha.

Em São Paulo, o vale-cinema.

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