quinta-feira, novembro 01, 2007

Dia dOs MorTos

Primeira Morte

O imposto sindical está com seus dias contados. Em breve, será sepultado sem honras.

No começo do próximo ano, ainda sairá de meu bolso uma quantia de R$ 50 para o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Acre, o Sinteac, sendo que eu não sou filiado a ele.

Não sou obrigado a pagar o que não sabe me representar com inteligência. Neste ano, escrevi uma matéria, depois de uma semana coletando informações, sobre o que se faz com o dinheiro dos filiados. Não quero que meu dinheiro sirva de empréstimo a "coleguinhas de partido". Sindicato não é banco.

Sou filiado ao Sinplac.

Segunda Morte

Hoje, entrego aos olhos de quem me lê uma poesia dele, Fernando Pessoa, digo, Alberto Caeiro, escrita em 7 de novembro de 1915.

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

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