terça-feira, março 25, 2008

Nossa Escrita (não é assim)



A Secretaria de Estado de Educação do Acre publica um informativo bimestral com ótima diagramação, mas, na capa do informativo de fevereiro-março deste ano, a imagem da língua portuguesa foi arranhada.

"Professora, Lenilda Soares, trafega em áreas de difícil acesso, e chega a passar 15 dias distante da família."

Quando meus alunos me perguntam se existe uma forma correta de falar, eu digo que não há, porque, caso existisse, o "ocê", que pertence à fala do mineiro, seria um erro. A gíria seria outro erro.

A língua, sabemos, é também marginal, desobediente, dependendo da situação.

Ora, para quem se dedica ao estudo da língua portuguesa, sabe que a preposição é conseqüência do "erro" popular, do latim vulgar, de sua desobediência.

A preposição surge do genitivo do latim clássico, negado pelo falar "errado" da população comum.

Entretanto, quando se trata de instituição, a gramática tradicional deve ser seguida à risca. Uma secretaria de educação deve escrever de forma exemplar. O uso errado de vírgula no informativo não pode ocorrer.

Informativo é mais que aparência, e a língua portuguesa, uma vez a serviço de uma instituição, deve sempre passar uma ótima imagem.

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