quinta-feira, julho 10, 2008

Uma gestão

Gestação e gestão convergem para uma única origem. Na escola Heloísa Mourão Marques, quatros mulheres - diretora e coordenadoras de ensino - geram aos poucos uma nova escola pública.

Leciono há cinco anos nessa unidade de ensino, nunca me avaliaram como deve uma instituição avaliar. A escola ignora qualidades em documentos, mas se permite a comentários sobre os defeitos de seus profissionais. Até hoje, o que temos são "palpites sobre" ou "achismos sobre" o professor A e sobre a professora B.

Se tem olhos azuis ou se usa lentes verdes, se é simpático como Faustão ou se é indiferente e sabe sorrir como político, a direção comentará na Secretaria de Educação que esse profissional agrada. Mas, se for um Aldo, aquela funcionária dirá que esse tipinho de professor é problemático.

Dessa maneira, à revelia de interpretações, a fofoca ou o comentário maldoso expõe, às escondidas, o funcionário indesejado. Em minhas costas, carrego alguns processos.

Agora, pela primeira vez, uma gestão escolar inicia um trabalho exemplar que deixará na pasta funcional do professor quem ele é na escola por meio de uma avaliação equilibrada, justa. Documentar a vida escolar dos professores.

Quem são? Eu, por exemplo, sou um homem sem olhos azuis.

A professora-gestora Osmarina está no caminho correto, reto, justo. Funcionário de uma escola não pode ser refém de fofoquinhas. Escola não é casa-de-mãe-joana.

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