segunda-feira, maio 11, 2009

As mulheres no sindicato

Uma resposta a uma amiga virtual do Rio Grande do Sul.












Na foto, o Sindicato dos Professores Licenciados do Acre, Sinplac, deu como brinde uma caneta e um erro de português.

Ivone, por meio de sua postagem, percebi que teus olhos se reviraram com o meu curto texto sobre as feministas acrianas. Você saiu em defesa da luta feminista. Minha amiga, o atual modelo de feminismo encontra-se em refluxo há alguns anos. Revistas, jornais e teses problematizam o que ocorreu no século 20, na década de 1960.

Em 1987, só para dar um exemplo, Micchèle Fitoussi, de 32 anos, publicou o pequeno livro O basta das supermulheres, suas páginas foram um tapa nas feministas de 1970. Em seu livro, ela defende a ideia de que as mulheres foram tapeadas quando lutaram por igualdade.

Edgar Morin, em Cultura de Massa no Século XX - volume 2 -, tece crítica ao feminismo quando seu texto afirma "o feminismo tradicional não cessou de reivindicar a plenitude dos direitos masculinos, como se o masculino significasse plenitude da humanidade".

Poderia citar outros exemplos, mas me reduzo a esses. Citados, reafirmo que o feminismo acriano representa um equívoco grosseiro quando balbucia sobre a violência contra a mulher, sobre a luta da mulher no sindicato.

Serei específico. Após as limitações mentais do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Acre, o Sinteac, algumas mulheres criaram o Sindicato dos Professores Licenciados do Acre, o Sinplac, repito, um sindicato criado por mulheres. Pergunto, Ivone: onde está o gênero feminino em um sindicato organizado por mulheres? Outra pergunta. Na escola pública, há muitas mulheres. No entanto, onde está o gênero feminino?

Resposta: não há.

No sindicato, prevalece o gênero masculino. Quero dizer com isso que não adianta a mulher ocupar o Congresso se a organização dessa instituição representa o gênero masculino. Ivone, o homem pode estar na cozinha - e deve - , essa não é a questão; a questão é a cozinha permanecer com sua representação simbólico-feminina.

As sindicalistas são homens com voz fina, com saia; elas reproduzem de forma inconsciente os arquétipos masculinos. Em A República, Platão admite que as mulheres ocupem a pólis conforme, repito, conforme as representações do masculino.

O discurso feminino contra a violência masculina, centralizado em formas jurídicas, não pertence ao gênero feminino. Existe algo mais falocrático do que o Poder Judiciário?

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