Confesso que as palavras do deputado estadual Moisés Diniz (PC do B) foram decisivas para eu escolher "cultura popular" em minhas aulas de Literatura.
Neste ano, poucos dias antes, o deputado declarou que a Expo-Acre é uma grande "festa popular".
Assim sendo, escolhi "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, para o aluno ler e identificar conceitos relacionados aos personagens Chicó e João Grilo, fiéis representantes da cultura popular. Além desse belo livro, os filmes "Jeca Tatu" e "Tapete Vermelho".
Até o momento, ficou claro para os alunos que um conceito da cultura popular é o Riso. No livro de Ariano e no filme "Jeca Tatu", o riso se opõe ao poder. Ofertei aos estudantes personagens caipiras, figuras rurais antagônicas à imagem do caubói.
Ora, na Expo-Acre, predomina o modelo de comportamento do caubói, representante fiel da cultura de massa. Meu esforço, portanto, é estender diante de olhos juvenis leituras que revelem o caipira como personagem desobediente e contestador. Como disse antes, o caipira ri do poder.
Sobre o riso, eles lerão um fragmento do livro "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, cujo narrador apresenta a função do Riso.
Deputado, a Expo-Acre nunca foi festa popular.
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