terça-feira, agosto 18, 2009

Tua vulgaridade me assombra, menina

Não posso neste espaço incidir luz sobre o nome dela, por isso deixo sua identidade ocultada. Só posso afirmar que seu jeito de andar e de falar conduz 15 anos da mais grosseira e gosmenta vulgaridade.

Não, enganei-me, ela não nasceu há 15 anos, parece ter mais idade. Entranhada em sua roupa, em seu sapato alto, em seu rímel, a vulgaridade a envelheceu. Velha em um corpo que exibe as deformações de seus 15 anos.

Desde Vladimir Nabokov, Lolitas espalham-se; porém, no caso dessa menina-velha de 15 anos, não existe a inocência inicial da protagonista do autor russo. A malícia evidencia-se para agredir sua própria idade, para agredir sua mãe.

Sua origem a rejeita. Expulsa de casa, seu rosto pintado perambula entre programas e conselho tutelar. Não me refiro a programas educativos na TV, longe disso, mas a programas cujo canal é outro. Quanto ao conselho, ela, aos 15 anos, não aceita conselhos, muito menos ser tutelada. Velhas são independentes.

Essa velha vulgar de 15 anos, entretanto, não espera a morte como tantas outras velhas de 70 ou de 80 anos. Nela, algo já morreu: a juventude.

Um comentário:

Rebeca Rocha disse...

Infelizmente, é a realidade de muitas adolescentes por ai. É triste.