quarta-feira, agosto 11, 2010

Isso não é político. Isso não é jornalismo

Confesso que não estou em meus melhores dias para tecer neste blogue meu sarcasmo.

Candidato ao Senado pelo PMDB, João Correia, professor da Universidade Federal do Acre, não economizou esforços para se eternizar no YouTube com seus ideais políticos, e o jornalista Demóstenes Nascimento, da TV 5, realizou, finalmente, a sua entrevista mais inteligente.

Político equilibrado, João Correia foi direto: "Você é um merda de nada, você é um parasita, seu lacaio do governo." O ótimo entrevistador respondeu à altura dos pequenos: "Merda é você." Depois disso, os dois atores da pornochanchada acriana espancaram a nossa puta Democracia.

Em defesa de João Correia, afirmo que ele não é um merda, longe disso. Digo, isso sim, que João Correia não é político. Também afirmo que o entrevistador não é um merda, longe disso. Digo, isso sim, que Demóstenes Nascimento não é jornalista.

João, como toda oposição acriana, lança a palavra para agredir o PT. Demóstenes, como todo subjornalismo acriano, não passa de um menino de recado do governo. Vazios de ideias, de conhecimento e de boa infomação, restou a esses anormais homens públicos o irrisório, o chulo, a pocilga televisiva.

Ambos são dois erros em um lugar errado. Diante de câmeras, os desqualificados aumentaram a audiência da TV 5 com aquilo que o povo aprecia: violência. Não somos afeitos a boas ideias em campanhas políticas. Tanto para se pensar, tanto para se questionar; porém, no lugar das boas ideias, João e Demóstenes brigaram por nada, agrediram-se por nada.

Por estar muito acima dessa merda que esses dois jogaram na audiência, a democracia não precisa deles.

2 comentários:

Acreucho disse...

Professor, depois a Secretária de Segurança diz que "tudo está sob controle". Não está não!

Giancarlo Buttini disse...

Correia não é flor de jardim no qual o beija-flor possa por o bico, Demóstenes não é nem nunca será uma versão acreana de William Bonner (o mais cotado prá essa vaga é Jefson Dourado). Ele é, sim, subproduto do mercado televisivo que, na falta de profissionais gabaritados, joga a qualquer um em um estúdio conferindo-lhe a alcunha de 'jornalista-e-apresentador'. Quer saber, ainda assim acho que Correia foi provocado e instigado a agir da forma que agiu, basta pensar: que homem público às vésperas de uma eleição, candidato, iria querer ter sua imagem maculada de tal forma? Tem retórica, é acadêmico, asno é que não é! Tem já no sangue todos os macetes necessários para sobreviver nos bastidores sórdidos da política, que interesse teria, então, de se sujeitar aquilo se não tivesse sido realmente aviltado por seu interlocutor? Não é preciso ser perito em edição televisiva, para perceber que o vídeo foi grosseiramente editado para transformar Correia em um vilão três tons a mais do que os habituais! E volto a enfatizar que tanto um como outro pouco me dizem em termos de simpatia, mas a César o que é de César...