quinta-feira, junho 09, 2011

Milagre

Quando a noite ancorar a beleza do céu em meus olhos, desejarei apenas o manto de tua pele sobre a minha, desejarei apenas a minha vida intensa sobre a tua.

Sentir na carne o teu suor regando minha alegria.

Dos tantos versos que já ofertei a teus olhos, Milagre, se não for o mais intenso, é um dos.

Por isso, Mony, deixo aqui, mais uma vez, a poesia que escrevi para teus olhos, porque teu destino devolveu ao meu o sentido da vida.

Toda noite dos namorados é noite de Milagre.

Em igrejas à espera de milagres,

eu, à margem do corpo de Cristo,
entre o fim da tarde e a chuva fina,

ajoelho-me e, por teu nome, rezo a finco.

Que teu corpo nu, sem espinho, sem prego e cruz,
traga, como novo messias, à minha esperançosa carne,

o milagre de tua luz:

chama, despido corpo, me chama, e eu, safado santo,
subo ao sagrado altar, tua cama, para ser pecador feliz.

Sinto pena das igrejas, sinto tanto.

Para teus fiéis, me eternizo surdo, e tua língua nem falo.
Mas, em tua boca litúrgica, batizo-me com tua saliva.

Teu gozo, abençoada prece. Teu corpo, como não amá-lo?

E, sem crer no pão e no vinho, molho minha semente em tua fissura para germinar vida.
Entre tuas pernas, minha reza, meu clímax: Deus, eis a oferta!!!

Olhe no meu olho, Amada, olhe, veja-nos e sinta!!!



Nenhum comentário: