quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Coisa de político acriano


No Acre, político se mete até em língua portuguesa, não no sentido de qualidade de ensino. "Deve ser escrito 'acreano', porque essa forma tradicional tem a ver com a identidade de nosso povo", afirma o político. História para boi pastar.

No entanto, quando se trata de propaganda de governo, o político da língua portuguesa não diz "o carapanã da dengue". Repete-se o que é dito no Rio de Janeiro, em São Paulo - "O mosquito da dengue".  

Ora, nobres deputados, isso sim tem a ver com a identidade linguística desta região. Combate-se "acriano", mas se aceita "mosquito", vocabulário estranho à cultura acriana.

"Carapanã" é identidade de uma região, o que nos diferencia do outro. Servir-se de "carapanã" é considerar "o grupo indígena que habita o Noroeste do Amazonas (Área Indígena Alto Rio Negro, Médio Rio Negro I, Yauareté I e Yauareté II), junto ao médio rio Solimões (Áreas Indígenas Méria e Miratu) e a República da Colômbia".

E "mosquito"? Diminutivo de "mosca". Não gosto.

Quando visito parentes no Rio de Janeiro, sempre digo "carapanã". Eles riem de mim. Eu rio mais deles.

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