domingo, junho 10, 2012

Primeiro, os meus

Nesses dias de frio, concluí a leitura do estudo da professora Maria Celina D’Araujo, do Departamento de Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Antes, eu soube desse estudo ao ler a coluna de Merval Pereira, do jornal “O Globo”. Do que se trata esse estudo?

Trata-se de uma análise da composição dos ocupantes de cargos de Direção e Assessoramento Superiores - os famosos DAS – nos níveis 5 e 6 e de Natureza Especial, o NES. A professora constatou que o índice de partidarização dobrou no governo de Lula (PT) se comparado ao de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

No PSDB, de todos os ocupantes no governo FHC eram filiados a algum partido político, o índice chegou a 6,5%; no governo do PT, Lula subiu para 12,6%. A questão é que houve uma concentração do Partido dos Trabalhadores em cargos.

Nesse sentido, ou seja, de concentração de um partido no DAS e no NES, o índice sobre no PDS, 17,1%; e 38% no PT. Os filiados do PT em cargos de DAS chegam a 40% no governo Lula enquanto no de Fernando Henrique limitou-se a 20%, mesma proporção de seu aliado político, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB.

E os cargos do PT no governo de FHC? Mesmo na condição de adversário, o PT teve proporção semelhante aos partidos da base do PSDB, como o PP e o DEM.

Nos níveis 4 e 6, o PSDB teve 40%; e o PT, 60%. Agrupando os níveis 5 e 6 dos DAS e dos NES, 11% eram filiados a partidos políticos no governo de FHC, e 24% no governo de Lula. Desses filiados a partidos, no governo Fernando Henrique, 42% eram filiados ao PSDB, e 77% ao PT.

E as ocupações em ministérios? “A concentração de pastas em mãos petistas chegou a 50% no governo Lula, embora o PT tivesse em torno de 17% das cadeiras na Câmara dos Deputados e reunisse 29% das cadeiras da coalizão governamental”, escreveu Merval Pereira em “O Globo”.



Do PT na época de FHC, Francisco Weffort foi ministro do governo tucano.


Esse estudo evidencia o aparelhamento do Estado ou a sua partidarização. No Acre, não há estudos sobre isso, mas nós sabemos que princípios republicanos e técnicos inexistem, por exemplo, na Secretaria de Educação.



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