segunda-feira, setembro 17, 2012

2ª Bienal da Floresta do Livro e da Leitura (1)


Nas escolas públicas acrianas, não existe sala de leitura.
E, caso exista, a baia de um boi nelore é mais confortável.

Eu, Maria das Dores, aquela que rala na escola pública acriana para lecionar no ensino fundamental. Ralo muito, e meu discurso em sala de aula não é acolhido pelos holofotes.

Minha sala tem inveja da sala de leitura da Biblioteca Estadual. 


Sou professora sem bienal, sem o espetáculo do poder, onde gente bem-engomada jamais trabalharia em uma sala de aula da periferia, porque não é gabinete com ar-condicionado e com poltrona reclinável.

Na escola pública acriana, NÃO EXISTE leitura. Não se lê e, caso exista algum resto de leitura nela, suas salas são menos confortáveis do que uma baia de um boi nelore.

O senador Jorge Viana (PT) não tem condições de falar de leitura na escola pública. Eu tenho.

O senador Aníbal (PT) é outro que não tem condições de falar de cultura e muito menos de leitura na escola pública. Eu tenho.

O senador Petecão muito menos ainda. Eu tenho.

Quando falam de escola pública, eu sinto que a minha fala foi roubada para que a mentira prevaleça em jornais comprados ou em sítios de governo despossuídos de autocrítica mínima.

Não existe política pública de leitura nas escola públicas.

Algum bem-engomado deseja me questionar?    

Nenhum comentário: