quinta-feira, setembro 17, 2015

CAMELÔNIBUS


Quando saio da faculdade, caminho à avenida Presidente Vargas, perto da Candelária.

Entro no ônibus para Ipanema, para Irajá, para Jacarepaguá.

Não existe um dia sequer que um camelô não entre. Mais: da Candelária à serra Grajaú-Jacarepaguá, o tempo expõe, no mínimo, dois ou três camelôs.

Vendem escova de dente, doce variado, descascador de cozinha, manual de regra ortográfica, biscoito, batatinha, barra de chocolate.

Esses homens, todos negros, só não vendem a alma ao diabo. Parece que creem na vida quando me dão o troco, e é o vendedor que diz "obrigado".

Eles são muitos.

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