domingo, maio 17, 2020

PALAVRAS À MODA WHATSAPP

Para as palavras, WhatsApp é o pior dos mundos. Abaixo, em um grupo de pessoas formadas em Filosofia, o texto abaixo se opõe o que postei. Dividi em partes para em outro momento comentar.

1) Vi muitas igrejinhas na faculdade: cartesianos, kantianos, aristotélicos, heideggerianos e por aí vai.

2)  A cultura hegemônica européia sequer agradece pq nem a vê ou se interessa por esse esforço que aqui se faz  de mostrar entendimento na eterna proliferação de dissertações com mais do mesmo. Lá, estão produzindo textos continuando sua tradição.

3) Aqui no Brasil, ficam as pessoas com vergonha do sotaque quando falam inglês, francês e alemão. A filosofia clássica é importante? Óbvio que é. É referência no e para o Ocidente? Sim, claro. O construiu numa determinada perspectiva? Óbvio que sim. 


4) Mas o pensamento se desenvolve para além dessa eterna repetição ajoelhada nos altares. Interessam interlocuções e atenção ao que vivemos. E estamos no Brasil. Aqui já existia pensamento, já existia arte e vida abundantes antes da violência que disse que teria que ser assim ou assado, para satisfazer toda ordem de necessidades transportadas pra cá.

5) Discurso que importa não precisa buscar legitimidade nas “cadeias academicistas” de títulos, teses e credenciais. Teses são fundamentais somente  para que a vida coletiva se expanda. A vida da referência de sua cultura se expanda. 


6) Uma das comunicações mais significativas que assisti foi de uma parente falando numa escola pública de ensino médio, mestranda no Museu Nacional e ali ao lado de doutores, que só saiu da aldeia para aprender outras referências e saberes com o objetivo de levar pra lá algo que revele alguma possibilidade de expansão, e trazer pra cá a voz dos povos originários e toda a sua cultura e saberes  que entendem verdadeiramente que tudo é um. (e não pq  leram num fragmento de Heráclito).

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