A imagem pertence ao filme Os contos proibidos de Marques de Sade e, se comparado ao livro A filosofia na alcova, escrito por Sade (1740-1814), é muito inocente.
Eugénie, 15 anos, é a virgem que Saint-Ange apresentará para que seu corpo sirva de objeto. Sob essa condição, a de objeto, a jovem surge descrita por Saint para os olhos de Cavaleiro, outro personagem da peça A filosofia na alcova.
Surpresa, a adolescente fala em decência, mas outro personagem, Dolmancé, diz que "a decência não tem importância nenhuma hoje em dia, e que contraria totalmente a natureza". Dolmancé agarra a jovem e a beija. "Parai com isso, senhor!... Mais respeito!", ela o censura. Inútil. Segue-se uma sucessão de cenas "naturalistas". "O destino da mulher é ser como a loba e a cadela", sentencia a personagem Saint.O corpo, em muitos momentos, surge preso a descrições científicas enquanto, aos poucos, a filosofia racionalista da carne brota das palavras. Na pornografia, mata-se o sensível e despreza-se o semelhante para a violência-prazer esgarçar a carne.
Dolmancé ensina. "Como disse Maquiavel, 'jamais devemos ter cúmplices, ou nos livrar deles tão logo nos tenham servido'. (...). A falsidade nunca é demais. (...)." Mais? Leia o livro.
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