segunda-feira, outubro 01, 2007

Eleição para gestor de escola pública

Em 22 de novembro, as escolas públicas acreanas escolherão seus novos gestores para os próximos quatro anos. A Secretaria de Educação do Estado do Acre submeterá os inscritos a uma prova de conhecimento sobre leis que regem a educação e, caso consigam boas notas, os inscritos serão candidatos.

Por meio desse processo seletivo, a secretaria passa a ignorar uma questão: o passado de quem foi gestor. Ora, se a secretaria seleciona antes da comunidade escolar votar, isso mostra que a democracia é, antes de mais nada, seletiva, ou seja, a questão não é votar, mas votar em quem, antes, foi selecionado pela Secretaria de Educação. A democracia, portanto, seleciona, escolhe, avalia para, aí então, aprovar o melhor. Aprovado pela secretaria, a escola, só então, vota.

Mas surge uma pergunta. E quem administrou uma escola pública? Um ex-gestor submete-se à avaliação da secretaria para, se aprovado, ser novamente candidato, mas esse ex-gestor, no período em que administrou uma escola, não foi avaliado pela secretaria segundo a escola.

Se administrou mal, se não conseguiu qualificar o ensino, enfim, se não foi bom administrador, a secretaria ignora e, no lugar, submete-o a um conhecimento legislativo sobre a educação. Se passar, é candidato.

Sem citar nome, um gestor levou uma TV de uma escola pública, porque a dele encontrava-se no conserto. Fora isso, DVD sumiu. Fora isso, ele levou até o bebedouro. Simpático e populista com os alunos, ele se inscreveu para ser gestor outra vez da escola. Caso passe pela avaliação da secretaria, poderá ser escolhido pelos alunos, porque, uma vez simpático e populista, não exige deles.

Na condição de gestor, a secretaria não o avaliou.

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