Evite a dupla interpretação
Por Thaís Nicoleti
"Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu o guarda que a abordou com palavras racistas e tentou dar pontapés na equipe."
Assim, fora do contexto, a frase permite diferentes leituras, diferentes interpretações. Afinal, a mulher ofendeu o guarda com palavras racistas ou foi o guarda que a abordou com palavras racistas? Quem tentou dar pontapés na equipe? O guarda ou a mulher?
O referido gerente operacional deve ter proferido a explicação com uma entonação propícia a assegurar a sua clara compreensão. Na página em branco, porém, as coisas mudam de figura.
Para garantir a exata compreensão da matéria, o redator deve buscar estratégias de organização da frase capazes de evitar a ambigüidade. Muitas vezes, a simples alteração da ordem dos termos resolve o problema. Há casos em que é a pontuação que distingue um sentido de outro. A mudança da voz verbal também pode auxiliar nesse processo.
Enfim, cada caso requer um tipo de solução.
Vejamos algumas possibilidades - tendo em mente que não sabemos qual é exatamente o sentido pretendido pelo redator. Uma construção possível é a seguinte: "Segundo o gerente operacional, a mulher não só ofendeu com palavras racistas o guarda que a abordou como tentou dar pontapés na equipe". Observe que a estrutura correlativa "não só... mas também" assegura que a mulher ofendeu o guarda e tentou dar pontapés na equipe.
Se tivesse sido usada apenas a conjunção aditiva "e", teríamos o seguinte: "Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu com palavras racistas o guarda que a abordou e tentou dar pontapés na equipe". Nessa construção, não fica claro se foi a mulher ou o guarda que tentou dar pontapés na equipe. Daí o emprego, na formulação anterior, da correlação "não só... mas também".
Seguem outras idéias, cada qual expressando uma situação diferente: "Segundo o gerente operacional, a mulher, ofendida pelo guarda que a abordou com palavras racistas, tentou dar pontapés na equipe", "Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu o guarda que a abordara com palavras racistas e que tentara dar pontapés na equipe". O leitor certamente encontrará outras construções possíveis. O importante é impedir a dupla leitura.
Por Thaís Nicoleti
"Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu o guarda que a abordou com palavras racistas e tentou dar pontapés na equipe."
Assim, fora do contexto, a frase permite diferentes leituras, diferentes interpretações. Afinal, a mulher ofendeu o guarda com palavras racistas ou foi o guarda que a abordou com palavras racistas? Quem tentou dar pontapés na equipe? O guarda ou a mulher?
O referido gerente operacional deve ter proferido a explicação com uma entonação propícia a assegurar a sua clara compreensão. Na página em branco, porém, as coisas mudam de figura.
Para garantir a exata compreensão da matéria, o redator deve buscar estratégias de organização da frase capazes de evitar a ambigüidade. Muitas vezes, a simples alteração da ordem dos termos resolve o problema. Há casos em que é a pontuação que distingue um sentido de outro. A mudança da voz verbal também pode auxiliar nesse processo.
Enfim, cada caso requer um tipo de solução.
Vejamos algumas possibilidades - tendo em mente que não sabemos qual é exatamente o sentido pretendido pelo redator. Uma construção possível é a seguinte: "Segundo o gerente operacional, a mulher não só ofendeu com palavras racistas o guarda que a abordou como tentou dar pontapés na equipe". Observe que a estrutura correlativa "não só... mas também" assegura que a mulher ofendeu o guarda e tentou dar pontapés na equipe.
Se tivesse sido usada apenas a conjunção aditiva "e", teríamos o seguinte: "Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu com palavras racistas o guarda que a abordou e tentou dar pontapés na equipe". Nessa construção, não fica claro se foi a mulher ou o guarda que tentou dar pontapés na equipe. Daí o emprego, na formulação anterior, da correlação "não só... mas também".
Seguem outras idéias, cada qual expressando uma situação diferente: "Segundo o gerente operacional, a mulher, ofendida pelo guarda que a abordou com palavras racistas, tentou dar pontapés na equipe", "Segundo o gerente operacional, a mulher ofendeu o guarda que a abordara com palavras racistas e que tentara dar pontapés na equipe". O leitor certamente encontrará outras construções possíveis. O importante é impedir a dupla leitura.
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