Deputado estadual,
Li com muita atenção seu texto sobre minha postagem a respeito de uma ex-aluna minha. Ela me chamou e me disse que ainda se recordava de minhas aulas. Lembrou-se quando eu li em sala de aula o livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach.
O fato de eu ter sido lembrado só me revelou a paixão que possuo por lecionar, por lecionar há 20 anos. Sei que, na condição de professor, posso muito pouco, bem menos que um deputado. Uma lembrança, um livro, meu limite para transformar a vida de uma pessoa, quase nada.
O destino dela tem suas particularidades, algo ignorado por nós dois. Ex-alunos meus conseguiram ingressar na Universidade Federal do Acre (Ufac) depois de estudaram na escola pública acreana, reorganizada pela Frente Popular. Penso que sua observação sobre essa ex-aluna entregar panfleto na rua é pertinente, mas superficial quando joga a culpa no Partido dos Trabalhadores. Como eu disse, repito, ex-alunos meus estudam na Ufac, não entregam panfleto em rua.
Sabe, deputado, como simples professor deste Estado, minha situação profissional é bem menos pior do que no passado ou bem melhor do que antes. O PT apontou outros caminhos para a educação, melhores. Não sou estúpido a ponto de dizer não. Votei e votarei sempre no PT para lecionar na escola pública de hoje. Leciono neste meu Estado, parte de minha Pátria, há 16 anos, 11 nas escolas públicas, e sei o que tenho hoje e o que não tenho.
Não se trata de ser petista, pois seria pouco, trata-se de ser um professor que pensa, acima de tudo, na educação pública por eu me dedicar a ela. A oposição, entretanto, não pensa nessa educação, porque se limita a agredir ou a desqualificar o governo em nome de um estéril maniqueísmo nocivo à democracia.
A oposição, com seu agouro, gralha aos ouvidos da pobreza, mas os pobres já foram seduzidos por um Acre e por um país menos injusto. Os índices sociais acreanos são melhores. Queria muito, deputado, que não houvesse pobreza neste Estado para que a oposição começasse a ter idéias inteligentes sobre educação, por exemplo. Sem a pobreza - pobreza que o PT não ergueu neste Acre -, a oposição morre. Alguns se alimentam politicamente de cadáveres.
Sim, eu sei, o PT apresenta falhas na educação, questões bem específicas a ela, ignoradas por uma oposição que não sabe elevar o debate acima de uma ex-aluna que entrega panfleto na rua ou de um ex-aluno que hoje estuda na Ufac.
Sobre ser petista, mantenho com o PT acreano uma relação ambígua, e isso não que dizer ter duas caras. Digo ambígua no sentido de reconhecer e de criticá-lo com equilíbrio a fim de querer sempre o melhor para quem precisa mais do que eu. Tenho fome de justiça, deputado; mas, no passado, políticos superfaturam o prato de comida com o "sopão enche o bucho".
Não mudei o destino dessa minha ex-aluna - e, como o senhor escreveu, nem o PT -, mas, pelo menos, ela reconheceu em mim a paixão de lecionar em um Estado que não me humilha mais em sala de aula.
Li com muita atenção seu texto sobre minha postagem a respeito de uma ex-aluna minha. Ela me chamou e me disse que ainda se recordava de minhas aulas. Lembrou-se quando eu li em sala de aula o livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach.
O fato de eu ter sido lembrado só me revelou a paixão que possuo por lecionar, por lecionar há 20 anos. Sei que, na condição de professor, posso muito pouco, bem menos que um deputado. Uma lembrança, um livro, meu limite para transformar a vida de uma pessoa, quase nada.
O destino dela tem suas particularidades, algo ignorado por nós dois. Ex-alunos meus conseguiram ingressar na Universidade Federal do Acre (Ufac) depois de estudaram na escola pública acreana, reorganizada pela Frente Popular. Penso que sua observação sobre essa ex-aluna entregar panfleto na rua é pertinente, mas superficial quando joga a culpa no Partido dos Trabalhadores. Como eu disse, repito, ex-alunos meus estudam na Ufac, não entregam panfleto em rua.
Sabe, deputado, como simples professor deste Estado, minha situação profissional é bem menos pior do que no passado ou bem melhor do que antes. O PT apontou outros caminhos para a educação, melhores. Não sou estúpido a ponto de dizer não. Votei e votarei sempre no PT para lecionar na escola pública de hoje. Leciono neste meu Estado, parte de minha Pátria, há 16 anos, 11 nas escolas públicas, e sei o que tenho hoje e o que não tenho.
Não se trata de ser petista, pois seria pouco, trata-se de ser um professor que pensa, acima de tudo, na educação pública por eu me dedicar a ela. A oposição, entretanto, não pensa nessa educação, porque se limita a agredir ou a desqualificar o governo em nome de um estéril maniqueísmo nocivo à democracia.
A oposição, com seu agouro, gralha aos ouvidos da pobreza, mas os pobres já foram seduzidos por um Acre e por um país menos injusto. Os índices sociais acreanos são melhores. Queria muito, deputado, que não houvesse pobreza neste Estado para que a oposição começasse a ter idéias inteligentes sobre educação, por exemplo. Sem a pobreza - pobreza que o PT não ergueu neste Acre -, a oposição morre. Alguns se alimentam politicamente de cadáveres.
Sim, eu sei, o PT apresenta falhas na educação, questões bem específicas a ela, ignoradas por uma oposição que não sabe elevar o debate acima de uma ex-aluna que entrega panfleto na rua ou de um ex-aluno que hoje estuda na Ufac.
Sobre ser petista, mantenho com o PT acreano uma relação ambígua, e isso não que dizer ter duas caras. Digo ambígua no sentido de reconhecer e de criticá-lo com equilíbrio a fim de querer sempre o melhor para quem precisa mais do que eu. Tenho fome de justiça, deputado; mas, no passado, políticos superfaturam o prato de comida com o "sopão enche o bucho".
Não mudei o destino dessa minha ex-aluna - e, como o senhor escreveu, nem o PT -, mas, pelo menos, ela reconheceu em mim a paixão de lecionar em um Estado que não me humilha mais em sala de aula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário