De Aldo Nascimento
Criar um jornal escrito por alunos, por quê?
Na escola pública acreana, o que nos motiva a criar outra forma de lecionar? Se quisermos reduzir as aulas a péssimos livros didáticos, o salário não será menor. Se qualificarmos o ensino de língua portuguesa, o salário não será maior.
Ora, difícil haver motivação quando o que permite o professor a mudar de letra na tabela salarial não é sua qualificação ou se ele qualifica o ensino de língua portuguesa, mas simplesmente o tempo pelo tempo. A cada cinco anos, o professor no Acre obtém aumento salarial, ingressando em outra letra sem mérito algum.
Se um jornal estudantil significa mais trabalho com o mesmo salário no final do mês e se em troca a Secretaria Estadual da Educação permanece indiferente, por que então criá-lo? Ora, o professor precisa criar para não correr o risco de se alienar com suas receitas de bolo. A questão, portanto, não se reduz a salário ou ao reconhecimento do poder público. É mais amplo. Trata-se de negar a monotonia escolar, revelando que estamos intensamente vivos para o outro, ele: o aluno.
Ventiladores não arejam o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Em seus lugares, ares-condicionados refrigeram quem tem poder. A educação não o tem. Duvida? Então, responda-me: o que representa uma sala de aula se comparada à sala da secretária do governador? o que é uma escola diante do prédio do Judiciário? qual importância tem um professor perante um deputado que em oito anos aumenta seu patrimônio dez vezes mais?
Em sala de aula, o calor mina aos poucos a resistência física de professores. A temperatura no verão debocha dos ventiladores. Ainda sim, em salas abafadas, por meio de um jornal estudantil, a escrita de um aluno adquire outro sentido quando ele a destina à justiça social. Com o título Um restaurante que serve justiça social sobre a mesa, os alunos Deuzenir Moura e Diana Silva, do 2º ano C, escreveram um bom texto, a palavra partiu de uma realidade social.
Espero que nesta semana o jornal seja enviado à gráfica para ser publicado.
Criar um jornal escrito por alunos, por quê?
Na escola pública acreana, o que nos motiva a criar outra forma de lecionar? Se quisermos reduzir as aulas a péssimos livros didáticos, o salário não será menor. Se qualificarmos o ensino de língua portuguesa, o salário não será maior.
Ora, difícil haver motivação quando o que permite o professor a mudar de letra na tabela salarial não é sua qualificação ou se ele qualifica o ensino de língua portuguesa, mas simplesmente o tempo pelo tempo. A cada cinco anos, o professor no Acre obtém aumento salarial, ingressando em outra letra sem mérito algum.
Se um jornal estudantil significa mais trabalho com o mesmo salário no final do mês e se em troca a Secretaria Estadual da Educação permanece indiferente, por que então criá-lo? Ora, o professor precisa criar para não correr o risco de se alienar com suas receitas de bolo. A questão, portanto, não se reduz a salário ou ao reconhecimento do poder público. É mais amplo. Trata-se de negar a monotonia escolar, revelando que estamos intensamente vivos para o outro, ele: o aluno.
Ventiladores não arejam o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Em seus lugares, ares-condicionados refrigeram quem tem poder. A educação não o tem. Duvida? Então, responda-me: o que representa uma sala de aula se comparada à sala da secretária do governador? o que é uma escola diante do prédio do Judiciário? qual importância tem um professor perante um deputado que em oito anos aumenta seu patrimônio dez vezes mais?
Em sala de aula, o calor mina aos poucos a resistência física de professores. A temperatura no verão debocha dos ventiladores. Ainda sim, em salas abafadas, por meio de um jornal estudantil, a escrita de um aluno adquire outro sentido quando ele a destina à justiça social. Com o título Um restaurante que serve justiça social sobre a mesa, os alunos Deuzenir Moura e Diana Silva, do 2º ano C, escreveram um bom texto, a palavra partiu de uma realidade social.
Espero que nesta semana o jornal seja enviado à gráfica para ser publicado.
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