sábado, junho 13, 2009

Marcha eleitoreira para Jesus

"Amontoamento populaceiro. Ali tudo está misturado: o santo e o bandido, o fidalgo e o judeu e todos os animais da arca de Noé", de Nietzsche, Assim falou Zaratustra.













Hoje, protestantes marcharam para Jesus em um dia lindo de Santo Antônio e dois dias após a procissão de Corpus Christi, festa da Igreja Católica. Das fotos de Debora Mangrich, escolhi esta por dois motivos: espaço e posição dos fiéis.

Eles terminaram a marcha para Jesus onde se erguem o Palácio Rio Branco, símbolo do Poder Executivo, e o prédio do Poder Legislativo. Por que religiosos terminaram uma marcha diante desses dois poderes e não diante de uma igreja?

Até onde eu sei, Jesus nos acolhe na igreja; pastores, porém, oram na Assembleia Legislativa do Acre e em câmaras de vereadores. São pastores-políticos e são políticos-pastores. Jesus, que é do PT, do PSB, do PMDB, do DEM etc, em verdade, deixou os limites da igreja para fazer política partidária.

E, nessa política, não há Jesus que promova a união, o entendimento. A pastora Antônia Lúcia, exemplo clássico desses desunidos interesses partidários, hostilizou, em nome do Senhor, a senadora Marina Silva, também protestante.

Mais do que multidão, o rebanho marchou não como ovelhas fiéis, mas como fiéis-eleitoras ou eleitoras-fiéis com intenções claras de que seus pastores ocupem cadeiras dos Poderes Executivo e Legislativo. A igreja é pouca para eles, por isso terminaram a marcha entre o executar e o legislar.

Jesus, refém dessa gelatina bíblica, deposita sua fé no Poder Legislativo para criar leis, por exemplo, contra homossexuais, esses "anormais sujos" que merecem ser castigados pela ira do Senhor, que é deles. "O sangue de Jesus tem Poder" Legislativo.

Se no passado o pastor Moisés buscava a terra prometida para fugir da opressão egípcia, nossos pastores buscam o dinheiro público das assembleias e das câmaras para semear a justica divina contra os impuros.

Quem conhece um pouco a comunhão entre ex-governador Garotinho e igrejas protestantes sabe muito bem como o dinheiro público era usado por "Deus".

Prefiro terminar este texto com falas dele entre aspas: Nietzsche.

Quando olhei o rebanho, eu disse... "encontrei mais perigos entre os homens do que entre os animais", por isso o meu "criador não procura cadáveres, procura colaboradores que inscrevam valores novos ou tábuas novas".

"Não devo ser pastor nem coveiro." "A revolta é a nobreza do escravo", mas o rebanho, por não ser nem escravo, nunca se revolta. Aqueles pastores, reparai, "vede, pois, esses adquirem riquezas, e fazem-se mais pobres. Querem o poder, esses ineptos, e primeiro de tudo o palanquim do poder: muito dinheiro!".

Assim, quando virei as costas para o rebanho com seus pastores, "o diabo disse-me assim um dia: 'Deus também tem o seu próprio inferno: é amar aos homens."

E eu disse a um pastor. Eu sei que o senhor, pastor, ama seu rebanho, mas eu digo mais, ame-o como as mães amam seus filhos - "quando se ouviu dizer que uma mãe quisesse ser paga do seu amor?".

"Você diz isso porque ignora o que seja a Igreja", disse-me. Desliguei a TV quando outro pastor pregava. "Igreja - respondi - é uma espécie de Estado, e a espécie mais enganosa."

4 comentários:

Jozafá Batista disse...

Aldo, na verdade a alegação dos evangélicos é que eles querem leis que os permitam criticar a prática homossexual, não os homossexuais propriamente ditos. Para isso, evocam o direito à expressão e à liberdade de culto garantidos na Constituição.
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Ou seja, os evangélicos consideram que a sua crítica à prática homossexual faz parte do exercício da sua religião e que, conseqüentemente, proibir esse direito seria proibir o próprio exercício da religião.
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A argumentação é boa, mas eles estão errados.
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A lei garante o exercício de culto, mas não garante que um direito seja exercido para atacar um outro direito, isto é, o direito que os homossexuais têm de expressarem a sua homossexualidade da forma como bem lhes convier.
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Além disso, a fundamentação da crítica evangélica é religiosa, não civil nem política. Trata-se portanto de uma doutrina, um ponto de vista religioso, e uma lei civil não pode basear-se em um pressuposto doutrinário para legislar sobre todos. Pelo menos, não nos Estados laicos.
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Essa diferenciação entre "crítica ao homossexual" e "crítica à prática homossexual" é um artifício de retórica: não existe comportamento homossexual fora da prática social real, a não ser em imaginação. Portanto, todas as vezes que essas leis forem usadas para criticar "a prática homossexual" elas vão se referir, sempre, a fatos e pessoas reais e não a situações ideais ou imaginárias.
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Portanto, do ponto de vista político esse tipo de legislação é absurda. Mesmo assim, o seu querido Estado do Rio de Janeiro, por meio do Tribunal de Justiça de lá, embarcou na onda evangélica e aprovou uma lei que garante às igrejas criticar a "prática homossexual", regulamentando assim o princípio do preconceito civil por meio da religião.
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Espero que os juristas acreanos não sigam esse exemplo. Espero que eles não peguem corda dessa multidão de povo-gado, que reproduz livremente a alienação de seitas enlatadas que nada têm a ver com a mística brasileira e amazônida.

Anônimo disse...

so bestera

OLHO VIVO disse...

MARCHA PARA GEZUZ III
A PASSARELA DA “MODA” RELIGIOSA

“Porque clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que “MARCHEM” - Josué 14 : 15

“Ora, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não o conduziu pelo caminho da terra dos filisteus, se bem que fosse mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte para o Egito; Mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho, e os filhos de Israel subiram armados - arregimentados - da terra do Egito” - Êxodo 13:1 e 18.
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A marcha do povo de Israel pelo deserto mostra com exatidão a ação do poder de Deus na sua intenção de conduzir o povo à TERRA PROMETIDA. Para levar o povo a Canaã ele escolheu Moisés, um homem especial desde o seu nascimento. Durante a “MARCHA” era evidente nos fatos e acontecimentos a presença literal de Deus junto ao povo. Questionado quanto ao sucesso de sua missão Moisés responde: “O Senhor pelejará por vós, e vos calareis” - Êxodo 14 : 14.

Depois da morte de Moisés, Josué seu substituto reúne o povo e orienta a como deveriam proceder durante a “MARCHA”: “...prudentemente te conduzas por onde quer que andares” - Josué 1 : 7, ele ainda conclama o povo a mudança de vida: “Santificai-vos, pois amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” - Josué 3 : 5.

Durante a jornada ou a “MARCHA” pelo deserto, fatos curiosos e relevantes foram se sucedendo e o povo experimentava a glória de Deus, tudo isto porque eram escolhidos para aquela missão. Desafios foram superados, lugares difíceis e inóspitos; e o mais temido, o deserto. Aquela “MARCHA” tinha objetivos definidos, chegar a Canaã; Tinham um único líder, ora Moisés, ora Josué; Tinham identidade, eram o “POVO DE DEUS”; Havia unidade de propósitos e se houve ESPETÁCULO ou SHOW foi a manifestação do poder de Deus provendo proteção total aos seus escolhidos. Entre eles não havia “ARTISTAS” nem tão pouco “ASTROS”; Não tinha “TRIO ELÉTRICO”; Não havia comércio e nem oportunistas querendo tirar proveito da situação! Deus era o CENTRO das atenções e assim foi durante os anos de sufoco passados no deserto desafiando o impossível. Moisés e Josué transmitiam o recado de Deus ao povo, hoje homens transmitem os seus PRÓPRIOS RECADOS á multidão extasiada com a festança.

O “EXODO” foi o cerne do Velho Testamento, Deus não conduziu o povo pelo caminho mais fácil aos olhos deles, mas pelo mais eficiente e seguro, pelo mais produtivo nas questões espirituais, pelo DESERTO. Diante de nossa tendência à busca das coisas fáceis, Deus nos empurra para as coisas como elas são, densas, tensas, sérias, difíceis, profundas. Só assim compreenderemos a vida como ela é. Deus sabe que buscamos evitar as lutas, como no caso do Êxodo. Deus sabia que ao ver a guerra a ser travada, o povo Hebreu sentiria a tentação do fácil, a volta para o Egito, esquecido da tragédia que foi sua vida lá. Gostamos de sermos protegidos das coisas como elas são, e quando elas vêm, acabamos derrotados por elas. As experiências verdadeiras nos tornam mais próximos do Deus verdadeiro, não dos deuses feitos à nossa imagem e semelhança; dos outros, como eles são, e de nós mesmos, como nós somos. A “MARCHA” do povo pelo deserto deveria ser o modelo para a nossa jornada hoje.

Continua...

OLHO VIVO disse...

Continuação...

O que vemos no século XXI é uma INCREDULIDADE Bíblica e uma CREIDIBILIDADE exacerbada em homens que arquitetam planos, dizem ser de Deus e conduzem a multidão ao caminho do deserto. Sem preparo espiritual, sem compromisso verdadeiro com Deus, eles transformam as Avenidas em passagens para as suas “TERRAS PROMETIDAS” imaginárias sem se dar conta de que não chegarão à lugar nenhum. A caminhada denominada “MARCHA PARA JESUS”, dele mesmo não tem absolutamente nada, até porque ele jamais autorizou tal movimento, além de ser regada a muito barulho, fantasias, adereços, gritos de guerra, palavras de ordem, tudo ao som IMPORTADO DO INFERNO. É a MARCHA dos soldados que não sabem o que é fidelidade, também não obedecem às ordens do General Supremo, Cristo Jesus. São os ATIVISTAS religiosos, os PACIFISTAS, os MANIFESTANTES e os PROTESTANTES adotando a onda de grupos sociais que utilizam tais táticas para chamarem a atenção das autoridades para os seus argumentos e suas propostas. É indubitavelmente o resultado do famigerado “MOVIMENTO GOSPEL” que em nome de Deus, faz qualquer negócio, inclusive com o inimigo, adotando as suas táticas de guerrilha contra o cristianismo.

O pior de tudo é que ainda cantam entusiasmados: “O NOSSO GENERAL É CRISTO, SEGUIMOS OS SEUS PASSOS, NENHUM INIMIGO NOS RESISTIRÁ!”, mas o que percebemos com clareza é que o inimigo está sim indo de vento em polpa nas suas ardilosas ciladas armadas para enganar os crentes modernos. Um soldado tem “DICIPLINA”, prima pela lealdade ao seu superior; Ele não é soldado apenas no quartel. Hoje muitos são militares apenas nos templos ou igrejas, da porta para fora deixam as patentes de lado. Orgulho e vaidade são marcas registradas da grande maioria das denominações e elas fazem questão de anunciarem aos quatro cantos os seus feitos e as suas conquistas materiais, são veradeiras fortalezas protegidas por SIGILOS a unhas e dentes.

As avenidas se transformam em “PASSARELAS DA MODA RELIGIOSA” num desfile suntuoso de costumes e conceitos que andam na contramão daquilo que nos ensinou Jesus e seus Discípulos. Em Tessalônica o povo levou Jáson e alguns irmãos à presença das autoridades e os acusaram de causarem perturbação à ordem com o que pregavam: “...ESTES QUE ALVOROÇARAM O MUNDO, CHEGARAM ATÉ NÓS” - Atos 17 : 6. A fama corria não por serem ATIVISTAS EVANGÉLICOS, mas por darem TESTEMUNHO da graça redentora e do amor de Deus. Não me lembro de Paulo promovendo eventos de qualquer natureza para tornar o Evangelho conhecido, pelo contrário, ele pregava com ousadia em qualquer lugar e em qualquer tempo e chegou a afirmar: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé” – II Timóteo 4 : 7.

A nossa jornada neste mundo, pelo que me consta, não inclui “MARCHAS” até porque já estamos numa jornada santa que nos conduzirá ao Lar Celestial, antes, requer que “TESTEMUNHEMOS” daquilo que Deus tem feito nas nossas vidas neste deserto insólito em que caminhamos neste mundo. Assim como Deus não levou Jesus para a glória sem antes fazê-lo passar pelo GÓLGOTA e pelo sepulcro, Deus nos faz caminhar pelo deserto. Ao mandar Seu povo para o deserto, onde peregrinaria por quadro décadas, antes da chegada ao destino, Deus não estava brincando ou mostrando o Seu poder. Ele estava ensinando seu povo a viver. Ainda assim, poucos entraram em Canaã!!!

Lembre-se, mesmo que você esteja andando em círculos, há um propósito de Deus preparado para você, basta que você esteja disposto a obedecer às ordens dadas por Ele, o General da verdadeira “MARCHA PARA JESUS”, a quem um dia veremos face a face nas Mansões Celestiais.


Carlos Roberto Martins de Souza
crms2casa@hotmail.com