sexta-feira, setembro 25, 2009

E agora, deputado?

Deputado diz que pode rever projeto contra a homofobia
Texto não é meu

O deputado estadual Moisés Diniz (PC do B), líder do governo na Assembleia Legislativa, vem sofrendo uma campanha implacável e desumana liderada por alguns pastores de Rio Branco, pelo fato de ter apresentado projeto de lei contra a homofobia.

Devido a campanha pesada dos pastores, o deputado está disposto a rever o seu projeto contra a homofobia. Diniz tinha apresentado projeto na Aleac, aprovado por 15 votos a 6, que cria o Dia Estadual de Combate a Homofobia.

“A cada dois dias um homossexual é assassinado no Brasil. O nosso projeto era contra isso, a favor da vida. Eu não pensava que fosse possível ter ódio onde se prega o amor ao próximo”, desabafou o deputado.

O que mais estranha nesse episódio é que o bombardeio e o ódio contra o projeto do parlamentar comunista esteja partindo de um grupo de pastores que deveria ter na essência de suas pregações a defesa da vida e o amor ao próximo, regra e essência dos ensinamentos de Jesus que esses pastores afirmam defender no palco de seus templos.

Esses pastores chegaram ao absurdo de se reunir com o governador Binho Marques, ontem pela manhã, e pedir a ele que vete o projeto.

O parlamentar disse que ficou surpreso com a repercussão do projeto. Ontem à tarde Diniz telefonou para alguns pastores e informou que está disposto a rever o projeto. Detalhe: um outro grupo desses religiosos já se manifestou contrário a campanha que os colegas vêm pregando contra o deputado.

“Eu estou disposto a pedir ao governador que vete o meu projeto. É triste isso, mas eu não recebi nenhum apoio, apenas oposição”, afirmou o líder. A Tribuna apurou que essa campanha contra o projeto do deputado teve apenas um lado: pastores contra. E que nenhum sindicato ou associação da sociedade civil, por exemplo, se manifestou. O recuo de Diniz é exatamente porque apenas um lado está tomando partido.

Os pastores estão na contramão da sociedade moderna, já que o projeto nasceu para combater uma discriminação que gera morte. O deputado não apresentou nada ligado a religião e não propôs nenhum debate religioso, apenas um dia de combate a homofobia, um dia para a defesa da vida.

O projeto de Diniz, ao qual A Tribuna teve acesso, não defende que o cidadão seja homossexual, mas prega a luta contra a perseguição, contra o preconceito que produz a morte.

O deputado disse que há 25 anos já filiava pastores evangélicos no PCdoB em Tarauacá, demonstrando ser um profundo defensor da liberdade religiosa. Disse ainda que não vai constranger os deputados que votaram a favor e nem o governador.

“Eu continuo acreditando que Deus ama a todos os homens, principalmente os pecadores. Não vou entrar em debate religioso e nem insuflar ânimos. Deus vai julgar o que nós estamos fazendo agora”, concluiu.

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