terça-feira, setembro 25, 2012

Leitura na escola pública acriana


Foram 20 anos nas salas de aula do Acre, do ensino fundamental ao superior. Muito mais do que ensinar a alunos, fui eu quem aprendeu muito nesses anos.

Fácil é Jorge Viana, primeira-dama, Marcos Afonso, por exemplo, abrirem a semana do livro; difícil, senhores, é a arquitetura da leitura nas escolas públicas acrianas.

Quando digo arquitetura, refiro-me também ao espaço de leitura, a salas adequadas para o prazer de ler. Isso não existe na escola acriana.

Arquitetura também no sentido de construir uma política pública de leitura nas escolas, o que nem começou a germinar no solo da educação acriana. 

Antes de deixar o Acre por alguns longos anos, estive com Josenir Calixto, diretor do ensino médio, para falar também de leitura.

Gosto muito desse homem íntegro do PC do B, mas discordei dele quando afirmou que "a leitura não pode ser forçada na escola".

Quem disse que a escola do jeito que é não é forçada para o aluno? Suas salas são desagradáveis ou antipáticas ao prazer de saber, de conhecer.

Se a matemática, que é do jeito que é, está na escola forçada; se geografia, que é do jeito que é, está na escola forçada, por que a leitura não deveria estar na escola?

Entre a leitura ser forçada como a matemática e a inexistência dessa mesma leitura, meu colega de esquerda prefere a ausência da leitura, o que é um erro.

Propus ao Calixto que a Secretaria de Educação do Acre deveria passar uma lista de seis livros para que fossem, em sala de aula, lidos no ano letivo, três para cada semestre, sendo duas leituras em casa e uma em sala de leitura.

Sem leitura na escola, Calixto opta por forçar o aluno a não ler. Mozart foi forçado pelo pai a ler partituras.
  

Nenhum comentário: