domingo, março 24, 2013

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Neste sábado (23), foi inaugurada, na Universidade de São Paulo (USP), a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. O acervo conta cinco séculos de história do Brasil e foi doado à USP pelo empresário, quatro anos antes de morrer.
O prédio foi construído para receber o acervo de 60 mil volumes. No local, a temperatura é estável, a umidade é baixa e há pouca incidência de luz, tudo para preservar a maior coleção particular de obras de brasileiros ou de estrangeiros falando sobre o nosso país. A arquitetura da biblioteca permite que todos possam ver os livros. Um pedido do empresário José Mindlin, que morreu em fevereiro de 2010. O neto dele, Rodrigo Mindlin Loeb, foi um dos arquitetos responsáveis pelo projeto.
“Ele tinha uma paixão absoluta pelos livros e uma paixão maior ainda em compartilhar esse conhecimento que tinha com todos”, conta.
Mindlin comprou seu primeiro livro antigo aos 13 anos. E durante as oito décadas seguintes, garimpou uma coleção impressionante.
Para inaugurar a biblioteca, foi montada uma exposição com destaques do acervo. Entre eles a primeira edição de “O Guarani”, de José de Alencar, uma obra que José Mindlin perseguiu durante quase 15 anos. Cada livro exposto tem um comentário de Mindlin. São preciosidades e raridades como a primeira prova de “Vidas secas”, corrigida à mão por Graciliano Ramos. Foi quando o título original, "O mundo coberto de penas", foi substituído por “Vidas secas”.
Entre os livros de autores estrangeiros está um do alemão Hans Staden, de 1557. O primeiro relato impresso sobre o Brasil.
“Temos livros também importantes para pensar a história da imprensa no Brasil. Temos a primeira folha impressa na imprensa régia, em 1.808, quando veio para cá a família real”, revela o diretor da biblioteca, Pedro Puntoni.
A biblioteca é aberta ao público. O acesso aos livros, restrito a pesquisadores. Mas as obras estão sendo digitalizadas e 3,6 mil já estão na internet.
“É um jeito de ponta de pesquisar. Um jeito mais fácil, mas rápido e com acesso ao acervo inteiro”, comenta a coordenadora de pesquisa Maria Clara de Souza.
Foi previsto espaço para a chegada de outras obras. Quem sabe o gesto de Mindlin inspire novas doações.

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