quarta-feira, março 27, 2013

O ler e o escrever da Secretaria de Educação do Acre


Recebo algumas vezes postagens de colegas de profissão. Neste mês, entre algumas, selecionei estas duas:

Professora

Perfeito! Adorei artigo sobre avaliação diagnóstica de Redação. Como professora de Língua Portuguesa, Redação e Literatura já havia me questionado sobre a ausência desses conteúdos. O governo exige tanto do profissional da Educação e se esquece, que é ele que ditas as regras dentro de uma sala de aula. Infelizmente, nossos alunos escrevem mal e se quer sabem estruturar um texto dentro do seu gênero textual. Acredito que quem elabora esses projetos nunca entrou numa sala de aula, talvez, por isso, o excesso de utopia.Se diagnóstica a Língua Portuguesa pela Redação, o emissor colocará com certeza, se conhece ou não à norma culta e outros quesitos gramaticais, conhece seu aluno pelo que escreve. Eis a verdade!

A professora comentou sobre um texto que postei em 2009. É uma pessoa que em sua vida cotidiana escolar deve apresentar suas inquietações, discordando da forma "silenciosa" como o governo acriano conduz a educação pública.

Assim como eu, ela é mais uma ignorada pelo governo, mas que, aos poucos, com o passar das lentas horas, forma o rosto da anônima "Opinião", que se dissemina na cidade e que governo algum consegue alterar por meio de propagandas oficiais.

Professor


Professor, veja só a última vinda dos "gênios" da Educação (MEC e SEE/AC): A Secretaria de Educação e Esportes do Acre divulgou há duas semanas algumas medidas para "melhorar" os índices obtidos pelo alunado acriano nas avaliações externas. Dessas medidas, as únicas válidas, na minha opinião, são o reconhecimento do despreparo dos gestores assim como dos coordenadores pedagógicos das escola públicas do estado (mas isso eu vi divulgado em apenas um jornal televisivo; na impresna escrita não há menção há isso). As outras duas (ridículas) medidas são as seguintes: 1. Aumentar gradualmente o tempo de permanência em sala de aula dos alunos, começando pelo terceiro ano do ensino médio. Na prática isso equivale ao sexto tempo de aula. Ora, convenhamos, não é o aumento do tempo de estudo que vai, da noite para o dia, tornar os nossos alunos especialistas em leitura. Não nas condições em que somos obrigados a lecionar. Na verdade, essa ideia "maravilhosa" pode ser, eu penso assim, antiprodutiva. Se não, vejamos: na escola Leôncio de Carvalho, entre os meses de agosto a novembro, praticamente todos os dias há alunos passando mal devido ao insuportável calor. Há salas de aula que têm apenas um ventilador funcionando precariamente. Sendo assim, eu pergunto: De que adianta aumentar o tempo em sala de aula se não há condições adequadas para isso? Se não há, como você já nos falou inúmeras vezes, salas adequadas à leitura na escola? Vejo nisso a antiga ideia capitalista da escola como fábrica na qual tempo é igual a produtividade. Uma ideia burra a meu ver, pois os nossos alunos ÑÃO SÃO produtos finais de uma linha de montagem. 2. A segunda ideia ridícula consiste em um caderno de atividades fornecido pela SEE/AC para os professores de língua portuguesa e matemática. Esse caderno foi produzido pela fundação Abaporu e na sua capa está escrito "Atividades Complementares". A SEE pressiona os gestores das esocla e os gestores das escolas pressionam os professores para aplicarmos essas atividades. Na prática isso equivale a dizer que as nossas aulas já estão prontas, pois se formos aplicar tais atividades, sobrará pouco tempo ou nada para exercermos nossa autonomia. Isso mesmo, os textos e atividades já foram escolhidos por outros que não o próprio professor da matéria. Se eu quiser falar sobre a tragédia grega, como eu pretendia, terei que "encaixar" isso entre uma e outra atividade do livro. A autonomia do professor torna-se, assim, secundária, deixando claramente a entender que nós não estamos sabendo elaborar nossas aulas e por isso os baixos índices nas avaliações externas. A maior parte do amterial, como você já pode supor, diz respeito aos gêneros textuais e perguntas como "O que você entendeu do texto?". Lamentável. Ainda para piorar o quadro, a SEE deixo ao encargo das escolas providenciar as cópias para os alunos, consumindo assim a cota anual de fotocópias que deveria ser distribuida para os professores de todas as áreas. Qual a sua opinião sobre isso?

Li o material didático do governo de Tião Viana (PT), escrito pela professora baiana Edleise Mendes. Ela esteve no Acre em 2010 para ministrar dois módulos do curso de "capacitação", além de fazer parte da Fundação Abaporu.

Serei breve.

1. Por questão política, e não educacional, a Frente Popular busca resultados para que políticos como o senador
Aníbal Diniz vá à televisão e diga que a educação pública acriana está muito bem;
2. Para tanto, um material didático feito por alguém que é muito bem pago para isso. Esse material surge depois de o ensino médio apresentar péssimos resultados;
3. Nesse material, Redação e Literatura não existem. Essas disciplinas não existem na sala de aula acriana;
4. Esse material é a confissão de que a "máquina escolar" permanecerá como está. A forma da vivência escolar permanece inalterada, por exemplo, os professor não criam um material didático regional de redação.
5. Depois de tantos anos no poder, o PT não se superou.
6. Em outro momento, comentarei mais. Agora, tenho hora marcada com o suicídio.




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