domingo, abril 27, 2014

Sofistas, palavra tão incompreendida

A visão de mundo, para ser refeita, não possui outro caminho senão atravessar o espectro das palavras.

Ver a vida é saber pensar a palavra. 

Uma palavra que precisa ser revisitada é "sofismo". Quando a reproduzimos como um objeto de uso que recebemos da vida presente, sem que a lancemos ao passado, seu significado está comprometido e, consequentemente, nosso juízo.

Se a palavra está estreitada por condições sociais, nosso juízo também está.

Nossos últimos anos, os sofistas estão sendo repensados de maneira muito diferente de Platão, de Aristóteles.

"Sofistas, Sócrates e socráticos menores", de Giovanni Reale, é ótimo para começar a entender esse mundo.

Aqui, deixo minhas inúteis palavras sobre:
Para os sofistas, o ponto de partida é o próprio mundo fenomenológico, e esse mundo sensível é oposto ao de Platão, que busca a verdade na palavra. Para os sofistas, no entanto, inexiste, na palavra, a verdade ou, se ainda quiser, o absoluto. Assim sendo, a palavra é engano por ela possuir duplicidade, ambiguidade. Não poderia ser diferente porque, tendo como partida o mundo fenomenológico, os sofistas não se fixam em o modelo, em a unidade; porém, a partir do particular, que é também o fenomenológico, admitem as diferenças, as variações, os contrastes. No mundo sofista, portanto, a instabilidade é mestra, visto ser tal instabilidade o sinônimo da “doxa”.
    

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