quinta-feira, setembro 27, 2007

"Álbum de Família", de Nelson Rodriques (2)

Há nessa tragédia, ainda que tenha inaugurado o teatro moderno no Brasil - o que alguns contestam -, o retorno ao naturalismo quando Jonas compara adolescentes a animais, por exemplo, a porcas (pág. 29). São garotas de 12, de 13, de 14, de 15 anos.

A tragédia inicia-se quando corrompe-se o sagrado por meio de um prazer entre mãe e filho. Esse prazer espalha a desordem familiar. Em vários momentos de Álbum de Família, o sagrado é desrespeitado por uma pornografia que não apresenta o obsceno, a devassidão de cenas explícitas, mas a pornografia está lá. A degradação e a ruína estão lá. Com o sagrado destruído, nada mais se preserva na família.

Guilherme, irmão de Glória, uma lésbica, mata-a com dois tiros de revólver para, depois, se matar.

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