sábado, maio 05, 2012

A morte





Não compreendo a vida 
senão pela intensidade do gesto.





A intensidade do gesto da amizade.
A intensidade do gesto do amor de mãe.
A intensidade do gesto de exercer a profissão.
A intensidade do gesto das paixões.

Sem intensidade, o peito não se estufa.
Sem intensidade, a alma não se expande.
Sem intensidade, a palavra não se agiganta.
Sem intensidade, o corpo se retrai. Se cala.


Mas há pessoas que não são intensas. Jamais estão à vontade. Até o choro é retido. Medido. Os que não são intensos estão sozinhos, escondidos.

Desejo o que é intenso para tocar na maior de todas as intensidades: a morte. A tua. A minha. A nossa.
 

Um comentário:

Thalita Raquel disse...

*----* Que lindo! Bem que vc disse que encara a morte como 'uma coisa boa'. Meus parabéns, vc escreve como leciona.